Francês deixa chefia da McLaren e brasileiro assume direção esportiva
A notícia não foi exatamente uma surpresa, ainda que o momento em que foi anunciada não seja exatamente o mais tranquilo para sua divulgação: a semana do GP da Grã-Bretanha. Equipe que já foi referência da F-1, a McLaren não ganha uma corrida desde 2012, há tempos sequer vê um piloto no pódio e desde que perdeu Ron Dennis, também perdeu o rumo. Mais recentemente saiu chamuscada de uma associação com a mesma Honda que equipou seus carros em uma das melhores épocas da equipe.
Diante desse quadro o desligamento do francês Eric Bouiller do cargo de diretor de Competição era algo esperado; o que não era identificado no radar era a chegada do brasileiro Gil de Ferran para o cargo de diretor esportivo e uma reestruturação que visa recuperar o perfil vencedor da escuderia de F-1 de Woking. Gil assume o cargo imediatamente e já será visto nos boxes da equipe no GP da Grã-Bretanha, neste fim de semana, em Silverstone.
Além da chegada de De Ferran, o executivo-chefe da McLaren, o americano Zak Brown, anunciou outras mudanças no organograma da equipe de F-1, que se tornou, segundo ele, “mais simplificado”. Simon Roberts ficará responsável pelas áreas de engenharia, logística e produção e Andrea Stella para a comandar as operações de pista. Ao confirmar as mudanças Brown descreveu com frieza a atual situação da equipe:
“O desempenho do MCL33 não correspondeu às expectativas de ninguém, em particular aos nossos leais fãs. Isso não é por causa de erro das centenas de homens e mulheres que se dedicam a fundo pela McLaren. As causas disso são sistêmicas e estruturais e demandam mudanças internas de peso e ao implementá-las estamos dando enfrentando essas debilidades de frente e dando o primeiro passo no nosso caminho de recuperação.”
Como é de praxe em situações como essa, o assunto foi tratado com cores suaves e Zak Brown agradeceu, em nome da McLaren, “os quatro anos de serviço e contribuição de Eric Bouiller à McLaren” e lhe desejou “sucesso em seus futuros trabalhos”. Por seu lado, o francês reconheceu que “este é o momento certo para me desligar. Tenho orgulho de ter trabalhado com essa equipe brilhante nos últimos quatro anos e desejo a todos tudo de bom para o resto da temporada.”
No ano passado Gil de Ferran atuou como consultor da McLaren durante a 500 Milhas de Indianápolis e há tempos circulam rumores que a equipe pretende disputar a temporada de F-Indy em 2019. Na Europa comenta-se que esse programa pode abortado ou adiado para facilitar o processo de reconstrução da equipe.
WG