A VW iniciou ontem o processo de apresentação do novo suve T-Cross chamando a imprensa para mostrá-lo na pista da Fazenda Capuava, em Indaiatuba, SP. O veículo será conhecido no público do Salão do Automóvel de São Paulo, de 8 a 18 de novembro, mas seu lançamento mundial será em algum momento do primeiro semestre do ano que vem. O novo VW está em fase final de testes e avaliações no Brasil e faz parte dos cinco suves completamente novos a serem lançados pela fabricante na região até 2020.
Na apresentação de ontem não foi permitido fazer fotos; as aqui publicadas são divulgação da Volkswagen. Os dois exemplares mostrados estavam camuflados, mas foi permitido acessar seu interior e dirigir um deles na pista (ver adiante).
O T-Cross terá duas motorizações turbo e de injeção direta, a 1-litro 200 TSI de 116/128 cv cv e a 1,4-litro 250 TSI de 150 cv, com gasolina ou álcool. O câmbio será exclusivamente automático, o epicíclico Aisin AQ250-6F de seis marchas, com tração dianteira. O T-Cross será produzido em São José dos Pinhais (PR) e sua estrutura é MQB, como no Virtus.
O T-Cross mede 4.199 mm de comprimento e 1.568 mm de altura, sendo 10 mm mais alto que o T-Cross europeu. A distância entre eixos do modelo que será produzido no Brasil é a maior do segmento: 2.651 mm (88 mm a mais do que a do T-Cross europeu) e a mesma do Virtus. Por isso o T-Cross é consideravelmente maior do que o Polo, cujas dimensões são: 4.057 mm de comprimento, 1.468 mm de altura e 2.565 mm de entre-eixos. A distância mínima do solo e a largura, assim como o peso, ainda estão por ser informados.
O espaço na cabine surpreende, principalmente no banco traseiro. Vi isso no “eu atrás de mim”. Mas três no banco traseiro não é o ponto forte, o ideal é dois. Há a bem-vinda saída de climatização para este espaço.
A capacidade do porta-malas é é variável entre 373 e 420 litros pelos dois ângulos do encosto do banco traseiro dividido 40:60. O encosto do banco do passageiro dianteiro é dobrável para frente, para mais flexibilidade no transporte de bagagem. A localização elevada dos bancos é típica de um suve, que na versão brasileira tem o ponto H 90 mm mais alto que o do Polo.
O desenho na parte dianteira destaca-se pela altura do capô, com uma grade ampla e faróis de LED integrados. Nas versões (ainda por definir) com faróis halógenos, a luz de rodagem diurna (DRL é integrada ao módulo dos faróis de neblina; já no caso de faróis full-LED, essa luz encontra-se acima, na carcaça do farol.
Coberturas para o painel integram o estilo jovial e as oito cores do exterior (opcionalmente também bicolor) combinadas ao interior do veículo projetado de forma explicitamente generosa para esta classe.
A música do smartphone ou dos serviços de streaming pode ser reproduzida pelo sistema de som “Beats”, com sete alto-falantes e qualidade de som premium, que conta com sub-woofer no porta-malas.
Ainda não foram revelados todos os novos detalhes técnicos do interior. Porém, já foi possível ver que o T-Cross inclui (opcionalmente, me foi dito), um sistema de infotenimento com tela tátil de 8 polegadas e o quadro de instrumentos totalmente digital configurável. Há quatro entradas USB, duas na frente e duas atrás. Opcionalmente também, haverá chave presencial, partida por botão e destravamento/travamento de portas por sensor de presença.
A segurança é a já conhecida da marca, com aços de ultra-alta resistência e conformados a quente, e seis bolsas infláveis — as obrigatórias dianteiras, laterais e de cortina — e uma ampla gama de sistemas de assistência ao motorista. Além de sensores dianteiro e traseiro para estacionamento, o T-Cross também poderá ser equipado com o sistema “Park Assist 3.0”, que permite o estacionamento autônomo em vagas paralelas e transversais — e agora com a função de freio de manobra, que detém o veículo na iminência de topar com um veículo ou outro obstáculo.
Entre os outros sistemas de assistência estão o sistema de frenagem automática pós-colisão que aciona automaticamente os freios do veículo em caso de acidente, e o detector de fadiga, que constata a perda de concentração do motorista e recomenda uma pausa para descanso.
Além disso, o T-Cross poderá ser equipado com seletor do perfil de condução, para o motorista escolher os modos Normal, Ecológico, Esportivo ou Individual. E todas as versões terão, de série, controle eletrônico de estabilidade e tração.
Na pista
Só estava disponível para experimentar a versão 1,4-litro. Sem novidades, uma vez que o DNA da marca se faz presente, com comportamento preciso e controlado pelas suspensões McPherson/eixo de torção, inclusive pouca rolagem na curvas. A frenagem, convincente, é por quatro discos. O comportamento é típico de um hatchback.
Os pneus 205/55R17V (Bridgestone Ecopia EP 150) se mostram adequados, com o T-Cross exibindo pouco subesterço.
O câmbio pode ser operado manualmente pela alavanca seletora ou por borboletas e seu funcionamento geral está bem casado com o motor de 150 cv. Não há a função roda-livre no modo Eco.
A fabricante alemã certamente se beneficiará do seu primeiro suve fabricado localmente, que por isso e pelas suas qualidades observadas provocará mais do que marolas nesse crescente segmento.
BS