Conforme havíamos anunciado, realizou-se ontem (15) a missa de Sétimo Dia para o grande amigo, jornalista automobilístico e colunista Roberto Nasser. A missa foi tocante, as palavras do pároco Aparecido Silva (foto de abertura), da Paróquia do Santíssimo Sacramento, no bairro do Paraíso, em São Paulo, foram belas e profundas, ajudando-nos muito a nos conformarmos e suportarmos um pouco melhor a dor de perda tão grande.
Afixamos no altar uma linda foto do Nasser, como pode ser visto na foto de abertura.
O comparecimento à missa foi pífio, antevíamos isso por ser feriado nacional numa quinta-feira, em que é normal as pessoas aproveitarem o fim de semana superprolongado para viajar. Havia também uma garoa caindo e o problema da marginal do Pinheiros interrompida pelo colapso parcial de parte de um viaduto na pista central provavelmente levou muitos a não arriscarem sair com o carro.
Dois leitores do AE lá estiveram, o Lucas Vasconcellos e o Leandro (me desculpe, não anotei seu sobrenome), mais o Fernando Calmon, o nosso colunista Alexander Gromow, minha mulher Patrícia, e eu.
Notamos, na fileira direita, um senhor que num dado momento, antes da cerimônia, foi até à foto e lá ficou por um bom tempo. Foi então que, terminada a missa, o reconhecemos, chegamos a ele e nos apresentamos. Ou o reverenciamos.
Uma presença ilustre: Professor Nuno Cobra
Tivemos a grata oportunidade de cumprimentá-lo e ele demonstrou muita satisfação, sincera mesmo, de conversarmos um pouco. Mostrou ser dono de uma simpatia irradiante do alto dos seus 80 anos, porém com corpo de jovem.
Para quem não sabe ou não se lembra, o Professor de Educação Física e preparador físico Nuno Cobra foi quem “trabalhou” o corpo do nosso tricampeão mundial de F-1, Ayrton Senna para aguentar o estresse físico e mental de guiar um Fórmula 1 durante duas horas, num tempo de acelerações laterais já brutais, de volante de direção ser volante de direção e de marchas que tinham der ser trocadas por uma alavanca, com punta-tacco e tudo, em que o engate de uma marcha errada numa redução significava fim do motor e da corrida.
O condicionamento físico de Senna começou ainda em 1983, quando ele estava disputando a F-3, da qual se sagraria campeão. O brasileiro estrearia na F-1 em 1984 pilotando o Toleman TG184 com motor Hart e na sexta etapa, o GP de Mônaco obteria um espetacular segundo lugar numa prova molhada, assombrando o mundo da Fórmula 1, que ali viu um candidato a campeão mundial.
Nuno Cobra disse saber quem era o Nasser, pois cuidou dele também, e que atendeu à missa com o amigo Adriano ao ver chamada no Facebook. Disse ao Fernando se lembrar da fisionomia dele, no que este lhe disse ter-lhe entrevistado 34/35 anos antes.
Tenho certeza de que o Nasser assistiu a esse encontro não programado e que ficou muito feliz.
BS