Fato ou fake? Ninguém sabe de onde surgem tantas dicas e prognósticos do tipo fake, que muitas vezes confundem de fato o motorista.
Destilados substituem álcool-combustível? Negativo. Boato correu durante greve dos caminhoneiros de que se pode usar uísque, cachaça, vodka ou qualquer outra bebida destilada no motor flex (“Tudo é álcool”, diziam). Mas, não dá para usar nem mesmo álcool de supermercado (foto de abertura), pois o teor alcoólico (graus INPM*, porcentagem da massa) de todos não passa de 46,5% — isso mesmo, de cada 1 kg (0,8 l) de álcool que se compra, mais da metade é água; é por isso que não serve para motores que funcionem com álcool, como os flex, a percentagem mínima do produto é de 93,5%. O único substituto do álcool etílico hidratado (“etanol”) à venda nos postos é o álcool puro, de farmácia (99º INPM).
*Instituto Nacional de Pesos e Medidas
Flex não reconhece troca de combustível – Besteira: mesmo usando durante anos apenas um deles (álcool, por exemplo), a central eletrônica percebe a mudança para gasolina e ajusta o motor. Vale para a situação inversa. Se o motor falhar depois de uma troca de combustível é por um problema na sonda lambda, encarregada de reconhecer qual deles (ou mistura deles) está vindo do tanque pela análise dos gases de escapamento.
Fim do motor a combustão? Sim, mas não é para já e não sai de cena tão cedo. Híbridos, por exemplo, os utilizam. Até alguns elétricos oferecem um pequeno motor a combustão para recarregar as baterias ou apenas fornecer energia para o motor elétrico, como o Nissan Note e-Power. Além disso, fábricas ainda investem milhões de dólares para desenvolver novas tecnologias e aumentar a eficiência do motor a combustão. Alguns já rodam 25 km com 1 litro de gasolina.
Aditivo é besteira? – Depende. Importante na gasolina e no radiador. Desnecessário no óleo e no álcool. Na verdade, o óleo do motor já recebe, ao ser produzido, os aditivos aprovados pelo fabricante do automóvel.
Elétrico vem aí? Sim, mas vai demorar, principalmente no Brasil. Pelo preço (custa aqui o dobro do similar com motor a combustão) e falta de infraestrutura para longas viagens, pois não existem postos de recarga das baterias.
Autônomo vem aí? Sim, mas vai demorar ainda muito mais que o elétrico, pois exige legislação específica, infraestrutura rodoviária e uma avançada tecnologia da informação.
Freio elétrico não é emergencial? Balela. Na falha dos freios principais, comando acionado com carro em movimento não freia imediatamente. Mas, mantido acionado, sistema percebe tratar-se de uma emergência e atua nos freios, na maioria dos carros.
Peça no paralelo é perigosa – Depende. Se o componente de reposição na loja de peças é produzido pelo mesmo fornecedor da fábrica do automóvel, não há problema de qualidade. O mesmo se aplica para peças produzidas por marcas tradicionais como Mopar, Bosch, Marelli, Valeo, ZF e outras. Problema no Brasil é que, por puro descaso do governo e ao contrário de outros países, as peças de reposição não são obrigatoriamente submetidas à certificação.
Garantia mesmo com acessório não homologado? Não acredite nesta conversa fiada da concessionária: se ela instala um equipamento não certificado pela fábrica, fim da garantia. O vendedor pode argumentar que ela se responsabiliza, mas se o automóvel for levado a uma outra concessionária, já era! Casos assim só foram resolvidos judicialmente (a favor do dono do carro).
Aquecimento do banco prejudica o homem? Inventa outra: médicos especialistas consultados chegam a rir deste alerta. Dizem que a produção de esperma não sofre rigorosamente interferência nenhuma com o aquecimento do banco.
Posto “bandeira branca” deve ser evitado? – Qualidade do combustível não depende da marca representada pelo posto, mas da honestidade de seu proprietário. Postos de bandeira famosas já foram flagrados com gasolina adulterada.
Gasolina formulada não presta – Outro equívoco: a gasolina refinada não é necessariamente melhor nem a formulada é necessariamente pior. Aliás, a segunda pode ter qualidade superior…
Amortecedor só dura 40 mil km? Mentira inventada por fabricantes para engordar seu faturamento. No Brasil, quem inventou esta enganação foi a Cofap com seus comerciais do cachorrinho bassê). Amortecedor pode não durar nem 10 mil km ou passar de 100 mil km: depende do peso carregado, das condições da estrada, dos cuidados ao volante, etc.
BF