A Nissan apresentou ontem, 13 de fevereiro, as suas diversas formas de eletrificação no Nissan Electric Café. Trata-se de uma iniciativa regional da marca na qual os participantes, no caso jornalistas do setor automobilístico, tiveram a oportunidade de conhecer o potencial da chamada mobilidade elétrica. O primeiro Electric Café foi em Santiago do Chile no ano passado e o evento aqui marca o quinto ano de presença da Nissan na América Latina
Além do veículo 100% elétrico mais vendido do mundo, o Nissan LEAF, foram apresentadas outras três tecnologias alternativas aos motores a combustão: o suve X-Trail híbrido, o veículo SOFC de pilha a combustível e o Note e-Power. Alguns dos modelos estão no Brasil em testes, mas estiveram disponíveis para “degustação” dos jornalistas. E diferentes ativações interativas levaram-nos a interagir e compreender os benefícios da eletrificação.
As diferentes motorizações da marca fazem parte do Nissan Intelligent Power, que é um dos pilares da Nissan Intelligent Mobility, visão para transformar a maneira como os carros são conduzidos, impulsionados e integrados na sociedade. Entre outros benefícios, as tecnologias elétricas representam uma economia para o consumidor, são importantes para um futuro mais autônomo e conectado e, ainda, reduzem as emissões locais de gases no meio ambiente.
“A eletrificação é um dos pilares da visão da mobilidade inteligente da Nissan. Por isso, temos um portfólio global inovador com diferentes soluções de tecnologias eficientes, o que inclui o Nissan LEAF. No Brasil, temos o compromisso de contribuir para o desenvolvimento da mobilidade elétrica. E, além de estarmos realizando a pré-venda do LEAF, que chega efetivamente este ano ao mercado nacional, estamos desenvolvendo parcerias estratégias com instituições e empresas para garantir o ciclo completo do veículo de emissão zero no país”, disse Marco Silva, presidente da Nissan do Brasil.
O Nissan LEAF está em fase de pré-venda no Brasil, com 15 unidades já reservadas, número que supera as expectativas da fabricante. O carro chega às sete concessionárias este ano, inicialmente, em 6 cidades do país: São Paulo (duas concessionárias), Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Curitiba e Florianópolis.
Além de todos as características de veículo elétrico, o LEAF ainda é o único do segmento que também pode servir como um dispositivo móvel de armazenamento de energia. Por meio de um sistema conhecido como vehicle-to-grid (V2G), os proprietários do Nissan LEAF podem compartilhar a capacidade excedente da bateria do carro com a sua casa, por exemplo, para economizar na conta de luz, ou como fonte de energia no caso de um blecaute ou emergência. Com uma carga o LEAF pode alimentar um casa média durante três a quatro dias, segundo a Nissan,
Exibição
Note e-Power
À primeira vista, o sistema e-Power pode ser confundido com um conjunto híbrido convencional. O mal-entendido é justificável: há um motor a combustão e outro, elétrico. No entanto, motor a combustão serve apenas para acionar um gerador de corrente elétrica que será armazenada na bateria de tração de pequena capacidade (1,5 kW·h), esta encarregada de alimentar o motor elétrico.
O sistema e-Power foi desenvolvido com base na tecnologia do Nissan LEAF. A sensação é de dirigir um veículo elétrico, mas sem o limite de autonomia imposto pela bateria, como no LEAF.Isso com baixíssimas emissões, pois o motor triicilindro HR12DE de 1,2 litro, 79 cv e 10,5 m·kgf funciona em rotação única e é otimizado para tanto — não necessita dos regimes transientes como os da aplicação num carro convencional. O motor elétrico é de 54 cv Equipado com essa tecnologia, o Nissan Note e-Power respondeu por 70% das vendas do Note, o carro mais vendido no Japão em 2018.
Dirigi-o na pequena pista demarcada no autódromo, 2 km de extensão no total. Carro parado, liga-se o interruptor, o motor a combustão liga e para. Coloca-se o câmbio CVT em “D” e o motor liga, e é só acelerar. Escuta-se o motor em rotação constante, ruído baixo mas escuta-se. À medida que o carro ganha velocidade o ruído do motor vai sendo mascarado pelos sons normais de rodagem. Ao aliviar acelerador não há regeneração de energia, pois o gerador já o está fazendo. Os dados de consumo pela otimista norma japonesa JC08 fala em 34 km/l rodoviário com o tanque de gasolina de 35 litros,o que daria para rodar 1.200 km/l . A grande vantagem da solução é o carro poder ser abastecido normalmente num posto de combustíveis.
Nissan LEAF
O Nissan LEAF é 100% elétrico – o carro mais vendido do mundo em seu segmento – e, por consequência, não há emissão locais de poluentes. A energia é armazenada em baterias de íons de lítio de 40 kW·h, que possibilitam maior autonomia. O carro é abastecido diretamente na rede elétrica e aceita dois tipos de conectores, para recarga rápida e normal. A carga rápida, em estações de alta potência, fornece até 80% em apenas 30 min.
O Nissan LEAF oferece autonomia de 389 km em ciclo urbano, de acordo com os padrões WLTP (270 km em ciclo combinado), e 240 km de acordo com o ciclo EPA, permitindo trajetos mais longos. Com a nova tecnologia e-Powertrain, o novo Nissan LEAF entrega 149 cv e 32,6 m·kgf melhorando a aceleração e o prazer de dirigir.
O desempenho do LEAF é convincente, acelera mesmo. Há três modos de condução, Normal, B (de brake, freio) e Eco. No Normal há regeneração de energia ao levantar o pé do acelerador, mas em B esse efeito é bem mais forte e reduz ao um mínimo a necessidade de usar o freio normal. Em Eco a potência do motor é reduzida e o acelerador fica mais preguiçoso, além do ar-condicionado ter a eficiência reduzida.
X-Trail, híbrido convencional
O sistema híbrido convencional da Nissan utiliza um motor a combustão e um motor elétrico, que trabalham em conjunto. Os dois operam de forma independente na maioria das situações. Nesse caso, os veículos sempre dão a partida com o motor elétrico e dependendo do nível da bateria e da demanda de aceleração o motor a combustão é acionado. No entanto, é possível que trabalhem simultaneamente, o que garante mais desempenho com menor consumo de combustível. A regeneração de energia acontece ao frear, quando a bateria é recarregada. A tração é dianteira
A primeira vez que a Nissan apresentou seu sistema híbrido no Brasil foi durante o mais recente Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro do ano passado. Na ocasião, o Nissan X-Trail Híbrido foi apresentado ao público. O suve é movido pelo motor MR20, um 2-litros duplo-comando, 16-válvulas de 142 cv e 19,8 m·kgf e um motor elétrico de 40 cv e 16,3 m·kgf. O conjunto proporciona ao X-Trail Híbrido um consumo de até 19,,6 km/l na estrada.
SOFC
O Brasil foi o primeiro país a receber o sistema Solid Oxide Fuel Cel (SOFC, a sigla em inglês, pilha de combustível a óxido sólido para testes. A tecnologia mescla combustível líquido, hidrogênio para produzir eletricidade com ótimos resultados tanto em desempenho quanto em consumo. Apesar da utilização do álcool, não se trata de um conjunto híbrido, já que não há motor a combustão. O álcool entra no sistema apenas para produzir, por meio de uma reação química, o hidrogênio. O elemento químico, por sua vez, será responsável por abastecer a pilha de combustível, gerando a eletricidade.
O SOFC não é carregado na rede elétrica. Sua energia é sempre proveniente da reação com o com o álcool. Isso faz com que o Nissan SOFC consiga uma autonomia superior a 600 km e ser reabastecido num posto norma em no máximo cinco minutos. Suas emissões de carbono-neutro são tão limpas quanto a atmosfera, o que será a parte do ciclo natural do carbono.
Ativações tecnológicas e interativas
Durante o Nissan Electric Café, a fabricante japonesa mostrou na prática algumas ativações que refletem os pilares da Nissan Intelligent Mobility:
Simulador de Fórmula E
Primeira fabricante japonesa a integrar o grid da Fórmula E, a Nissan faz história desde que iniciou sua participação na categoria na atual temporada. Com as medidas oficiais do cockpit de um carro utilizado na Fórmula E, comandos de alta precisão e uma incrível posição de condução, os participantes puderam viver uma experiência bastante precisa de como é conduzir o bólido elétrico da Nissan.
Nissan LEAF e V2G
Os participantes puderam carregar seus aparelhos celulares usando a energia do Nissan LEAF. Isso foi possível usando a tecnologia Vehicle-to-Grid (V2G, veículo para a rede) de carregamento bidirecional, que transformou o veículo elétrico em uma bateria sobre rodas.
“Troque sua energia”
A ativação mostrou o potencial de utilização das baterias de segunda vida do Nissan LEAF, um estudo que vem sendo conduzido graças a uma parceria existente entre a marca e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Os participantes tiveram que pedalar bicicletas elétricas para gerar energia. Esta, por sua vez, foi armazenada no conjunto de baterias do Nissan LEAF, que alimentaram uma geladeira. E a quantidade de energia gerada por cada um dos participantes foi trocada por itens do refrigerador.
Foi um evento interessante, uma visão do que Nissan está preparando para os anos à frente, mergulhando de cabeça na eletrificação. Se tudo o que mostrado “pegará”, é preciso esperar para ver.
Faltou no Electric Café mais dados dos veículos mostrados. Sinto-me devedor ao leitor ou leitora nisso e por essa motivo vou atrás dessas informações.
BS