Dizem que milagres não existem, do que discordo. Há um lugar bem perto de São Paulo onde uma rodovia estadual corta um vilarejo, um pequeno bairro que tem o nome do título, Barroso, em que NÃO HÁ ESSE DEJETO VIÁRIO CHAMADO LOMBADA, objeto-símbolo do desrespeito do governo brasileiro (vários governos) ao cidadão brasileiro e estrangeiros que nos visitam.
Essa é a terceira vez que falo nesse assunto aqui no AE. A primeira foi em 26/3/2011 com Lombadas de der nojo e a segunda, em 23/3/2015, matéria intitulada Milagre em Barroso.
Novamente, estive em Mogi das Cruzes para lançamento de produto, no caso o Fiat Argo Trekking, realizado no Club Med Lake Paradise, no número 4.500 da rodovia estadual SP-039 Engenheiro Cândido do Rêgo Chaves. Além da natural curiosidade de dirigir a nova versão do Argo, também a de ir a Barroso para ver se milagre havia se desfeito por obra das Forças do Mal. Para minha alegria e alívio, e já agradecendo a não sei quem no Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo, o milagre continua lá, e há pelo menos anos oito anos.
Cada vez que me aproximo de Barroso vem-me a sensação de estar algum lugar da Europa. É inevitável. Lembro-me de ver ruas e até estradas estreitas do Velho Continente em que as portas das residências dão direto no asfalto, nem na calçada é, porque não tem. Apesar disso, desse “grande risco”, nada de lombada.
Saindo do hotel, em alguns quilômetros aproximamo-nos entrada Norte de Barroso:.
Chega-se a 80 km/h (limite da SP-039) e após a curva uma placa indica “Barroso”.
Entra-se na “rua principal” de Barroso.
No percurso inverso, entrada Sul, começam os avisos:
Vê-se a sinalização de redução de velocidade:
Era assim quando me habilitei no final de 1960. Era assim que se andava em Petrópolis,RJ, que recebi todo o tráfego entre o Rio de Janeiro e Belo Horizonte, Até que alguma mente doentia criou a lombada no começo dos anos 1980 e de lá para elas cresceram exponencialmente, e com expoente alto.
Adiantou? Nada. A cada dia 128 brasileiros perdem a vida, e grande parte desse total, cerca de 30%, por atropelamento.
Ou seja, tudo o que a lombada fez, além de tornar o dirigir o Inferno na Terra e aumentar o custo dos transportes, foi deseducar o motorista brasileiro. Sem contar a aberração das lombadas elevadas, ou lombofaixas, lamentavelmente regulamentadas pelo Contran.
O pior é e lombada ter-se tornado símbolo de status, ter uma uma defronte da casa sinaliza que quem mora ali é “importante”. Se contar que moradores de favelas constroem eles mesmos lombadas, geralmente “montanhas” de tão altas que são, que facilitam, intencionalmente ou não, assaltos quando os carros são obrigados a quase parar.
Barroso é a prova de que a lombada é totalmente desnecessária. Abençoado seja quem no DER-SP. se recusa a descambar para essa brasilimbecilidade em Barroso..
BS