Mecanicamente, a Variant II permaneceu utilizando o motor plano traseiro de 1.584 cm3, quatro cilindros horizontais opostos dois a dois, dupla carburação e arrefecimento a ar. Como novidades em relação à versão anterior, o que gerou 2 cv a mais de potência, o motor recebeu um novo comando de válvulas visando a otimização do enchimento dos cilindros e um novo sistema de escapamento de duas saídas, projetado para menor contrapressão e melhorar a evacuação dos gases queimados..
Mas, a grande novidade da Variant II estava na sua suspensão dianteira independente, como em todo Volkswagen, porém com a grande novidade de ser McPherson com mola helicoidal, com braço de controle triangular articulado em buchas silenciosas, como no Passat, mais a barra antirrolagem.
O conjunto possuía geometria antimergulho nas freadas e.a geometria de direção trazia o revolucionário raio negativo de rolagem, evolução tecnológica introduzida no Brasil com o Passat, importante por garantir uma melhor estabilidade direcional ao frear estando as rodas sobre pisos de coeficiente de atrito diferentes ou uma delas topar com algum obstáculo, como uma pedra, Também, anular forças assimétricas em caso de esvaziamento súbito de um pneu dianteiro, além de viabilizar o duplo-circuito de freio em diagonal, em que no caso de falha num dos circuitos só uma roda dianteira freia.
A suspensão traseira abandonava o semieixo oscilante em favor da tipo braço semiarrastado resultando em câmber praticamente invariável por todo o curso da suspensão, importante para o comportamento em curvas pelo fato de as rodas se manterem perpendiculares ao solo. O acionamento da roda agora era por semiárvore com articulação por duas juntas homocinéticas, a interna e a externa. O meio elástico continuava barra de torção, mas pré-torcida.
Abaixo a comparação entre o eixo traseiro de um VW Brasília e de uma Variant II, mostrando que na Variant II as rodas permanecem sempre perpendiculares ao solo, acabando com o problema da câmber variável (Fonte revista Autoesporte, edição 158, dezembro de 1977 – editada):
Freios a disco na dianteira e a tambor na traseira e rodas de aço 5Jx14H com pneus pneus radiais175SR14 completavam o pacote de novidades da Variant II, que aumentava sobremaneira a segurança na condução na comparação com a Variant I.
Naquele tempo muitos proprietários de Passat, que vinham equipados com rodas de desenho similar, mas de 13 polegadas, substituíam as originais pelos utilizados pelas da Variant II que eram de 14 polegadas de diâmetro e tinham o mesmo off-set para o raio negativo de rolagem.
Após o lançamento, em novembro de 1977, começaram os testes pela imprensa especializada. Quatro Rodas, Autoesporte e O Globo foram alguns veículos de imprensa que testaram a Variant II. A conclusão do teste executado pela revista Quatro Rodas, edição 209, dezembro de 1977 foi: “A melhora da Variant II em relação ao modelo antigo é, sem dúvida, indiscutível. Suas linhas são bem mais modernas (semelhantes às do VW Brasília), por isso deverá agradar bastante, principalmente para aqueles que ainda são proprietários do modelo antigo. O acabamento é muito superior ao da Variant 77, mas, mesmo assim, o preço do novo carro é relativamente alto, quase igual ao da Belina II. A Variant II custa Cr$ 88.654,00 (básico), mas a testada por nós, com vários itens opcionais, custaria Cr$ 98.508,00. Dessa forma, para seu sucesso no mercado dos utilitários, resta saber como o consumidor irá encarar o seu alto preço, considerando-se que ela sempre custou menos que suas concorrentes”.
Já a conclusão do teste executado pela revista Autoesporte, edição 158, dezembro de 1977, foi: “Com seu comportamento bem modificado para melhor, dirigibilidade mais perfeita, consumo adequado aos tempos que vivemos, a Variant II é realmente um novo carro. Suas novas linhas permitem um melhor aproveitamento do espaço interno e garantem diminuição do arrasto aerodinâmico, com consequente redução no ruído e do consumo de gasolina.
Visibilidade é excelente, com ampla área envidraçada e pequenas zonas mortas. O desenho da carroceria, aliás, minimizou inclusive um problema comum às peruas, que sujam com facilidade o vidro traseiro. A Variant II mantém sua vigia de trás mais limpa e para isso, concorrem dois fatores: o corte acertado da tampa do porta-malas e do teto, mais a existência da pequena carenagem que esconde o sistema de escapamento e sem a qual o vidro se suja mais facilmente.
Suas vantagens sobre a antiga Variant são inúmeras, especialmente nos itens estabilidade, segurança ativa e passiva, maneabilidade e apresentação geral. Seus principais defeitos, que podem ser sanados, são a falta de maior conforto no banco de trás e a venda como opcionais de equipamentos que deveriam ser de série, por sua importância para a segurança dos ocupantes: bancos de encosto alto, ventilação forçada e limpador do vidro traseiro.
Já o teste publicado pelo jornal O Globo em janeiro de 1978, apontou como pontos a favor da Variant II o estilo atraente, o bom desempenho, o consumo regular, a suspensão moderna, os freios em diagonal, a ampla visibilidade, o espaço interno, a posição de dirigir, a boa vedação, o ótimo acabamento, a resistência na terra e os cintos de segurança de três pontos. Apontou como pontos contra: motor antigo, resistência aos ventos, falta de servofreio, faróis a desejar, espaço para bagagens, acesso ao motor, acesso ao estepe e desenho do painel. É possível perceber que há uma diversidade grande de opiniões até mesmo dentro da mídia especializada.
Para permitir a visualização do texto decidi dividir a página do teste da Variant II publicado pelo jornal O Globo em janeiro de 1978 em 3 partes, cabeçalho, colunas do lado esquerdo e colunas do lado direito com a ficha técnica (Acervo de Hugo Bueno).
Também em janeiro de 1978, a revista Quatro Rodas publicou um teste comparativo entre Belina II (1.4), Caravan (quatro-cilindros) e Variant II, as três concorrentes nesse nicho do mercado. Na conclusão do teste, o editor técnico Claudio Carsughi cita que “os três utilitários, em suas versões para 1978, continuam tendo uma mecânica confiável, com manutenção ao alcance de qualquer concessionária.
Quanto ao conforto, Belina e Variant, em seus modelos II, superam claramente a Caravan, cujo modelo competitivo, em termos de preço (ao redor de Cr$ 100.000,00) é o básico, enquanto os outros dois oferecem, pela mesma importância suas versões de luxo, com todos os opcionais.
A Caravan, que oferece o melhor desempenho entre os três veículos testados, é também a menos econômica, setor em que a primazia cabe à Belina”.
No resumo dos resultados, a Variant II se destacou das demais em direção, estabilidade e suspensão. Em estilo e acabamento, ficou em uma posição intermediária, atrás da Belina, mas à frente da Caravan. À época, a Variant II era a mais barata dos três, seguida de Caravan e Belina II, pouca coisa mais cara, porém mais equipada que a Caravan. Com atualização pelo IGP-DI (FGV), a Variant II, hoje, custaria aproximadamente R$ 103.000,00 contra aproximadamente R$ 109.000,00 de Belina e Caravan.
Segue a reportagem completa com o teste comparativo entre Belina II, Caravan e Variant II publicado pela revista Quatro Rodas, edição 210, janeiro de 1978 (Acervo de Hugo Bueno):
Pouco tempo depois do seu lançamento, mais precisamente em março de 1978, o jornalista Fernando Mariano voltava a publicar matéria sobre a Variant II em sua seção”Auto Moto” do jornal O Globo. Naquele momento trazia uma notícia não muito agradável para os proprietários do novo carro: “Defeitos a revelar”. Nessa nota ele informava que em função de um problema construtivo, os mil primeiros carros fabricados acumulavam água na caixa condutora de ar do sistema de arrefecimento do motor.
A Volkswagen, através de circular interna, orientava seus revendedores que abrissem furos para drenagem e assim, resolver o problema. O caso é que essa prática foi chamada de “recall sigiloso”, pois o proprietário nem era informado sobre o problema nem sobre sua solução quando o carro estivesse em revisão. Tampouco aqueles que não levavam seus carros para revisão em revendas autorizadas eram informados sobre o problema. Considerando as chamadas de recall atualmente, podemos constatar que realmente houve uma evolução dessa questão no Brasil — lembrando, porém, que recall só é aplicável quando o problema envolve segurança.
E assim o novo carro seguia seu caminho no mercado. Através de propagandas bem humoradas, sempre ressaltando sua versatilidade trabalho x família, a Variant II ia mantendo sua fatia de mercado, mas sempre vendendo menos que suas concorrentes diretas, Belina II e Caravan.
As peças publicitárias da Variant II publicadas ao longo de 1978 ressaltavam sempre a versatilidade e a robustez. Mesmo assim, ela ficava atrás de Belina II e Caravan dentro do nicho em que competiam.
Em outubro de 1978, a Volkswagen apresentava sua linha para 1979. Como a Variant II era um modelo recente, recebeu poucas modificações para o ano seguinte. Estas, basicamente, eram novas cores para a carroceria, novas opções de revestimento interno, mudança na fixação inferior dos cintos de segurança dianteiros visando facilitar o acesso de passageiros ao banco traseiro e mudança do retrovisor externo que, acompanhando toda a linha, deixou de lado o tipo “raquete” com carcaça de aço inox, para passar a utilizar o retangular com carcaça de plástico preto.
Para detalhar mais as mudanças para 1979, vamos explorar um pouco mais o folder disponibilizado pelas revendas da época. Aliás, é um tipo diferente de material, pois quando desdobrado se transforma em um belo pôster no tamanho 60 x 40 cm.
Explorando um pouco mais as informações, verificamos que o revestimento interno passou a ser oferecido em três tonalidades: preto, marrom (ex-castor) e azul (novo). Os bancos poderiam vir revestidos somente de courvin, de courvin com faixa central de tecido ou totalmente de tecido (assento e encosto).
Aparentemente o lavador elétrico do para-brisa passou a ser de série, espelho retrovisor em plástico preto, nova fixação dos cintos de segurança dianteiros, alças de segurança redimensionadas e nova manivela de acionamento dos vidros em plástico.
Os conjuntos de opcionais continuavam os mesmos, porém o encosto de cabeça estava atrelado ao interior monocromático que passou a ser o que oferecia a forração integral em tecido no assento e no encosto.
Abaixo está reproduzido o folder de divulgação de Variant II para 1979. A última figura mostra como esse folder se transforma em um belo pôster com as dimensões 60 x 40 cm:
Para complementar a informação sobre a linha 1979 da Variant II, o lindo catálogo enviado pelo Ricardo Lopes de Carvalho foi colocado no sistema ISSUU e pode ser acessado através deste LINK. Lembrando que neste sistema há a opção de tela inteira e de ampliação da imagem/texto.
Com a chegada de novidades no mercado, a revista Quatro Rodas, em sua edição 226, maio de 1979, colocou novamente, frente a frente para um teste comparativo, a Variant II, a Caravan (quatro-cilindros) e a Belina II, agora com motor 1,6 e câmbio de cinco marchas. Não é preciso dizer, que apesar do seu valor mais elevado, a Belina II era, naquele momento, a sensação do mercado.
Isso fica claro na conclusão do teste conduzido pelo editor técnico Charles Marzanasco Filho: “Ficou claro que a Belina II com motor 1,6 é a melhor opção entre as três peruas existentes no mercado. Tem melhor desempenho, ótimo acabamento (considerando os opcionais com que estava equipada) e gasta menos gasolina.
A Caravan Standard apresenta como vantagem a possibilidade de levar seis pessoas e, tanto ela quanto a Variant II, que também é um bom carro, fazem diminuir bem a vantagem da Belina II se comparados os preços dos três”. Com as vendas cada vez menores, ficava claro naquele momento que estava ficando difícil para a Variant II acompanhar a concorrência.
Na propaganda em vídeo (00:31) abaixo o mote foi o filme “A ponte do Rio Kwai” de 1957, que começa a ser sugerido pela música de fundo. O filme evidencia a robustez e o espaço da Variant II (carregando ferramentas e máquinas) na construção ou reparo de uma ponte em algum lugar do interior. O tema da propaganda se desenvolve com o conserto de uma ponte de madeira e o filme “A ponte do Rio Kwai” gira em torno da construção de uma ponte ferroviária de madeira:
Na tentativa de destacar a Variant II das suas concorrentes e explorar a robustez, característica inerente a todos os modelos Volkswagen arrefecidos a ar, foi lançada uma peça publicitária em que ela aparece desbravando estradas de terra e atoleiros, transportando implementos agrícolas, realçando o duplo espaço para bagagem. A imagem representava bem o slogan institucional utilizado àquela época: “Volkswagen – A marca que conhece o nosso chão”.
Com o ano avançando, em setembro de 1979, chegava ao mercado a nova linha Volkswagen para 1980. Com boas novidades para seus demais modelos, estas minguavam para a Variant II. Novos encostos de cabeça dos bancos dianteiros, agora reguláveis, a introdução de novo pino-trava nas portas para inibir roubo, retrovisor interno tipo dia/noite, novo acionamento para o temporizador/lavador do para-brisa, novos padrões para o interior, e novas cores externas, eram as novidades para a Variant II modelo 1980. O folder distribuído nos revendedores autorizados detalhava um pouco mais as novidades.
Abaixo o folder de divulgação da Variant II para 1980. A ênfase foi dada às combinações de cor interna e externa. Poucas modificações foram introduzidas naquele ano (Acervo de Hugo Bueno):
Com as vendas cada vez menores e praticamente sem mudanças significativas desde seu lançamento em 1978, a revista Quatro Rodas testou pela última vez a Variant II em sua edição 236, março de 1980. Interessante que ela não mereceu nem foto de destaque na capa.
A grande constatação da matéria é que para 1980, a Variant II piorou seu desempenho na tentativa de buscar mais economia, já que, não podemos esquecer que a Belina II com seu novo motor 1,6 acoplado a um câmbio de cinco marchas era quase imbatível nesse quesito.
Ficava cada vez mais claro que a solução utilizada pela Volkswagen para manter-se nesse nicho de mercado estava se exaurindo.
Abaixo o derradeiro teste na revista Quatro Rodas, edição 236, março de 1980 (Acervo de Hugo Bueno):
O tempo passava rápido e o ano chegava ao fim. Em 1980 a Volkswagen apostou todas as fichas no lançamento do VW Gol que, como já estava planejado, traria junto consigo uma nova família de carros, a família BX.
Em setembro de 1980, foi apresentada a linha para 1981 e naquele momento a grande pergunta era: como ficaria o Brasília com o lançamento do Gol? A Variant II, praticamente esquecida, teve sua versão para 1981 lançada junto com o restante da linha.
Mudanças sutis foram introduzidas: novo reclinador progressivo nos bancos dianteiros, apoio para cabeça com nova inclinação, nova posição para o extintor de incêndio, novo volante com raios em “v” invertido como no Gol e novo padrão para o revestimento dos bancos, também seguindo o modelo do Gol.
Mesmo com as vendas em baixa e praticamente esquecida pela Volkswagen a Variant II chegou a ter seu modelo para 1981 apresentado ao mercado e fez parte da tabela de preços promocionais divulgada em janeiro de 1981:
Em abril de 1981, o jornal O Globo publicou matéria em seu caderno de economia cujo título, “Volkswagen não demite e amplia férias coletivas”, deixando claras as dificuldades que as fabricantes enfrentavam em relação às novas contingências de mercado.
A fim de evitar a demissão em massa de trabalhadores da linha de produção, a Volkswagen negociava um acordo para redução da jornada de trabalho durante a fase aguda da crise econômica que assolava o Brasil. Em um subtítulo, “Sauer quer mesmo nível de emprego”, o presidente Wolfgang Sauer, questionado pelo jornal sobre emprego e produção, teceu alguns comentários sobre seus produtos naquele momento.
Disse ele que a fabricação de automóveis com a marca Chrysler, cujo controle acionário foi adquirido pela Volkswagen pouco tempo antes, iria ser desativada aos poucos. Perguntado sobre a Variant, disse que ela deverá ser substituída por outro modelo: “ Uma Variant sem motor a álcool…o que é que se pode fazer?” Acrescentou para desmentir, logo em seguida, que a empresa cogitasse de interromper a produção do Brasília.
A Variant II teve uma “morte lenta”. Durante a pesquisa para essa matéria, foi a primeira vez que foi admitida a interrupção da fabricação desse modelo. Uma das causas, provavelmente a de maior peso, foi a intenção em não investir no desenvolvimento do motor 1600 a ar, de configuração horizontal, movido a álcool. Naquele momento, auge da utilização do álcool combustível, o governo acenava com uma série de incentivos e aqueles modelos que não estivessem preparados para utilizá-lo estavam com seus dias contados, como foi o caso da Variant II.
Dois meses depois, em junho de 1981, o Jornal do Brasil publicou uma nota em seu caderno de automóveis deixando dúbia a informação sobre o encerramento da produção da Variant II. Na nota, a Volkswagen confirmava a suspensão temporária e não definitiva da produção do modelo, pois caso a situação de mercado melhorasse, a fabricação poderia ser retomada.
Desde dezembro de 1980 esse modelo não saia da linha de produção, em maio de 1981 saiu da tabela de preços, mas seu fim ainda não havia sido decretado. O Brasília foi considerado o verdadeiro algoz da Variant II e não Belina II ou Caravan, mas a “morte continuava lenta” e somente através de uma nota na revista Quatro Rodas, edição 254, setembro de 1981 foi decretada a “passagem” da Variant II:
Sua gestação foi relativamente rápida, deu os primeiros sinais de vida em julho de 1976, sendo lançada em novembro de 1977; sua vida foi curta, produzida apenas durante 25 meses e sua morte foi lenta, pois entre o encerramento da produção, em dezembro de 1980 (já modelo 1981) e a nota final em setembro de 1981, coincidentemente nove meses, ou uma gestação, ainda havia esperança, mesmo que remota, da retomada da produção desse modelo que, sem dúvida alguma, pode ser considerado o modelo arrefecido a ar que mais evoluiu no Brasil. Depois de um período relegado ao ostracismo, essa matéria contribui para que a Variant II volte a ocupar um lugar de destaque no coração dos aficionados pelos modelos Volkswagen arrefecidos a ar.
ANEXO: Comparativo por fotos entre modelos 1979 e 1981
Complementando esta matéria acrescentamos um comparativo entre Variant II ano 1979, cor branco Alasca (Fotos de Hugo Bueno tiradas no evento de Águas de Lindoia de 2019) e ano 1981, cor bege Palha (Fotos da internet):
1) Na visão frontal, é possível identificar a diferença entre os modelos de encosto de cabeça (opcional), integral no modelo 1979 (à esquerda) e regulável, no modelo 1981. A mudança ocorreu em 1980. É possível verificar que nenhum modelo da Variant II teve espelho retrovisor no lado direito, de série ou opcional.
2) Na visão de traseira, é possível verificar que o modelo 1979 está equipado com opcionais dos conjuntos 1 e 2 que o modelo 1981 não tem. Limpador e lavador do vidro traseiro, borrachão na lâmina do para-choque e friso autoadesivo na linha de cintura. É interessante ressaltar também, que para o modelo 1981, o VW Brasilia passou a vir com a quina da lanterna (luz intermitente de sinalização) na cor âmbar, mas a Variant II manteve a quina da lanterna Vermelha.
3) No interior, o modelo de costura do revestimento dos bancos mudou. A Variant II 1981 passou a seguir o padrão introduzido pelo VW Gol em 1980 e estendido para toda a linha em 1981.
4) Uma mudança que passa quase que despercebida em função da pequena quantidade produzida do modelo para 1981 é o reclinador progressivo do encosto dos bancos dianteiros. Diferente dos modelos até então, que possuíam um pino de acionamento na lateral, a Variant II 1981 passou a contar com um botão giratório para regular milimetricamente a posição de cada encosto.
5) O modelo 1979 tem o porta-malas dianteiro todo forrado em carpete enquanto no modelo 1981 a forração é de um tecido tipo “carrapatinho”.
6) O padrão de forração de portas praticamente se manteve o mesmo, à exceção da tonalidade dupla utilizada no modelo 1979, diferente do modelo 1981 que tem uma cor somente.
0) O modelo 1979 está equipado com os dois pacotes de opcionais, 1 e 2 e os individuais, enquanto o modelo 1981 das fotos é o mais simples. Rádio, isqueiro, limpador traseiro, ventilação forçada, tudo era opcional. No modelo 1981 ainda é possível observar a “bomba de pé” do esguicho para lavagem do para-brisa.
Inicialmente as duas fotos de detalhes do modelo 1979:
Agora a foto do 1981:
8) Em 1981 foi introduzido o modelo de volante tipo “V invertido” cujo objetivo era facilitar a visualização dos instrumentos do painel e uniformizar a linha junto com Fusca e Brasília que também passaram a utilizar o mesmo modelo que chegou junto com o VW Gol em 1980. Na Variant II 1981 o extintor também mudou de posição, sendo deslocado da lateral esquerda para ficar sob o banco do motorista como pode ser visto na foto do item anterior.
9) Até 1979, o pino-trava da porta utilizado era o tipo “chuveirinho” que pelo tamanho da “cabeça” facilitava o arrombamento do carro utilizando-se apenas um arame, ação muito comum na década de 1970. Em 1980 foi introduzido um novo pino-trava, praticamente liso, o que inibia esse tipo de ação pelos meliantes. Em 1981 a Variant II permaneceu utilizando esse tipo de pino mais liso.
10) O modelo 1979 está equipado com aquecimento interno, opcional adquirido individualmente. Possui uma alavanca de acionamento próximo ao freio de mão e saídas nas caixas de ar dianteiras.
11) Esta Variant II 1981 está equipada com a rara alça original para ajudar no rebatimento do encosto do banco traseiro. Donos de Variant, inclusive dos modelos mais antigos, dizem que: “essa alça é um item muito frágil e que só de pensar em rebater o banco, a alça cai sozinha”.
Para encerrar, um vídeo (18:58) da Variant II 1981 que participou desta comparação, este veículo é uma grande raridade pois está praticamente zero-quilômetro:
Um exemplar muito raro
As fotos abaixo são de uma rara Variant II, ano 1979, premiada no 5° Encontro Brasileiro de Autos Antigos – 2018 em Águas de Lindoia. Modelo básico, com bancos baixos, painel mais simples (o rádio é um acessório) e revestimento do porta-malas em tecido tipo “carrapatinho” e tapete de borracha. Ainda assim, a tonalidade marrom e as faixas de tecido nos bancos impressionam até hoje. Externamente podemos identificar a falta do friso na linha de cintura que também fazia parte de um dos conjuntos opcionais. Já o jogo de calotas, era um acessório muito utilizado na época”. Fotos de Stainle Antigomobilismo:
Como uma nostálgica despedida publicamos a capa da revista institucional “Família VW” do bimestre nov/dez 1977, comemorando o lançamento e destacando as características que nunca devem ser esquecidas pelos aficionados: “Bonita, robusta e econômica. Assim é a nossa Variant II” o grande carro de 1978:
Assim termina mais uma matéria feita em conjunto com o Hugo Bueno, a quem agradeço e parabenizo.
Link de acesso à Parte 1
AG
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