Notícia do fabricante de catalisadores Umicore
Os catalisadores automobilísticos são componentes essenciais para o controle de emissões de poluentes na atmosfera, uma tecnologia que atende aos padrões exigidos pelas legislações ambientais no mundo todo. Mas, assim como qualquer outra peça de um automóvel, o componente também pode perder sua função por diversas causas, tais como desativação química, desativação térmica e desativação física/mecânica.
O catalisador transforma até 98% dos poluentes em substâncias inofensivas, como água, nitrogênio e gás carbônico.
“A perda de atividade é um processo normal e gradativo a partir do quilômetro zero. Porém, os catalisadores são projetados para atender a legislação especifica de durabilidade mínima, que no Brasil é de 80 mil quilômetros, até o PL6, e de 160 mil quiômetros, a partir do PL7”, explica Miguel Zoca, gerente de Aplicação de Produto da Umicore, empresa especialista em tecnologias para redução de emissões tóxicas e uma das principais fabricantes de catalisadores automobilísticos do mundo.
A fase PL6 do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) foi introduzida em 2014 para novos modelos e em 2015 para todos os modelos. Já a fase PL7 terá início em 2022 para veículos leves, de passageiros e comerciais novos. “Os catalisadores vêm sendo aperfeiçoadas para que tenham o melhore desempenho e durabilidade, atendendo às necessidades de controle da poluição, sem prejuízo para o consumo de combustível e da competitividade de mercado”, afirma o especialista.
Causas mais comuns
Abaixo, seguem as causas mais comuns da perda de atividade de um catalisador.
Desativação química: ocorre devido à contaminação excessiva de substâncias presentes no óleo lubrificante, como cálcio, magnésio, fósforo e zinco. Isso acontece quando se utiliza lubrificante diferente ao especificado para o veículo no manual de manutenção. O enxofre, presente na gasolina, também pode reduzir momentaneamente a atividade do catalisador, porém, em temperaturas de uso mais altas (em alta velocidade) a peça se regenera. Outro fator é a utilização de combustível adulterado.
Desativação térmica: ocorre quando há falhas no sistema de alimentação e de ignição da mistura ar-combustível. O excesso de combustível não queimado na câmara de combustão acaba sendo queimado dentro do catalisador, o que provoca temperaturas excessivamente altas, desativando-o permanentemente. Isso acontece, geralmente, devido ao uso de combustível de má qualidade, que contém solventes, no caso da gasolina, ou excesso de água, no caso do álcool, ou por problemas nas velas e cabos de ignição (vida útil excedida ou procedência de má qualidade).
Comentário do AE:embora não citado especificamente pela Umicore ao falar em excesso de combustível não queimado na câmara de combustão vir a ser queimado dentro do catalisador, pode ser consequência de abastecimento com gasolina dos países vizinhos que, quanto contém álcool, sua porcentagem é no máximo de 12%. Abaixo de 18% de álcool o gerenciamento do motor dos carros comercializados no Brasil não corrige a mistura ar-combustível, resultando em mistura rica passível de causar desativação térmica do catalisador
Física/mecânica: ocorre devido a um choque ou batida muito forte do automóvel, danificando o catalisador.
Como saber se o catalisador perdeu a atividade
Falhas no catalisador podem ser identificadas por uma luz acesa no painel com ideograma de motor. Além disso, é possível observar a perda de potência do automóvel quando ocorre uma forte desativação térmica, pois causa o derretimento do catalisador e o consequente bloqueio da passagem do gás de escapamento.
“O melhor é fazer todas as revisões do veículo, utilizar sempre o óleo lubrificante correto, conforme o manual do automóvel, e não abrir mão do combustível de qualidade”, finaliza Miguel Zoca, da Umicore.
Dica do AE: por meio de um vacuômetro pode-se saber, em poucos minutos, se o catalisador está entupido. Com motor em marcha-lenta o vácuo é de – 0,5 atmosferas. Se com pouca aceleração o ponteiro subir muito (reduzir-se muito o vácuo) é sinal de que o escapamento está entupido. No caso do catalisador, por desativação térmica. Leia tudo sobre o vacuômetro nesta matéria do AE de 8/11/2010, inclusive outros diagnósticos
AE
Sobre a Umicore
A Umicore é um grupo de tecnologia de materiais e reciclagem. A empresa foca suas atividades em áreas de aplicação, nas quais seu conhecimento na ciência dos materiais, química e metalurgia faz a diferença. As atividades são organizadas em três grupos de negócios: Catálise, Energia e Tecnologia de Superfície e Reciclagem. Cada área é dividida em unidades de negócios direcionadas ao mercado, oferecendo materiais e soluções que estão no topo de novos desenvolvimentos tecnológicos e que são essenciais no dia a dia. A Umicore investe a maior parte de suas receitas e dedica seus esforços de P&D para materiais de mobilidade limpa e reciclagem. O objetivo da empresa de criar valor sustentável baseia-se em sua ambição de desenvolver, produzir e reciclar materiais de forma a cumprir sua missão: “Materiais para uma vida melhor”. As operações industriais e comerciais da Umicore, assim como as atividades de P&D, estão localizadas em todo o mundo para melhor atender sua base global de clientes. O Grupo gerou uma receita de vendas de 17,5 bilhões de euros em 2019 e atualmente conta com 11.152 colaboradores.