Ricardo Divila, uma das mentes mais brilhantes e prolíficas do automobilismo mundial, faleceu hoje, na França, vítima de uma combinação de AVC e problemas pancreáticos. Poliglota, QI privilegiado e sempre disposto a uma boa conversa — sempre enriquecida por seu fino senso de humor — Divila participou de todas as categorias importantes do esporte, sempre com resultados de ponta. Faria 75 anos no mês que vem.
A aerodinâmica era uma das paixões do engenheiro Ricardo Divila No Brasil se destacou por seu trabalho com os irmãos Fittipaldi, em particular com o Copersucar-Fittipaldi FD-01, um projeto da primeira metade dos 1970 e que segue atual até hoje.
A lista de automóveis projetados e desenvolvidos por Ricardo Divila é extensa e está espalhados pelo mundo inteiro: era comum que ele trabalhasse simultaneamente em projetos de grandes equipes, ajudasse seus amigos a resolver problemas com seus carros e aproveitasse as horas de sono para desenvolver novos projetos.
Entre outros automóveis de sua autoria que andaram por asfaltos brasileiros estão o Snobs-Corvair (protótipo biposto de chassi tubular equipado com motor Chevrolet Corvair, pilotado por Eduardo Celidônio e Carlos Alberto Sgarbi), o Chevrolet Opala Divisão 3 de Pedro VIctor Delamare e, obviamente, os carros da equipe Fittipaldi, entre os quais o VW-Fittipaldi bimotor, o Fittipaldi F7 (protótipo com motor Alfa Romeo, pilotado por Nathanael Towsend), e o pioneiro FD-01, considerado até hoje como um dos monopostos mais bonitos da categoria e lançador de tendências exploradas na F-1 contemporânea.
Ultimamente Divila prestava consultoria para projetos em andamento e equipes nos Estados Unidos, Europa, Ásia e no Brasil, onde atuava como consultor técnico da F-Vee, onde demonstrava toda sua paixão pelo automobilismo de base.
WG