Recebi de minha excelente fisioterapeuta, que me ajuda a conviver com as mazelas de minha coluna,na região cervical, um detalhado e interessantíssimo estudo sobre a outra pandemia, o acidente de trânsito, baseado em levantamento estatístico que merece ser divulgado, como eu escrevi, no título ”A quem interessar possa”, não acreditando que alguém com poder de corrigir esta situação possa se interessar.
Em atenção aos leitores do AE, vou divulgar algumas partes. Cultura nunca é demais.
Comecemos pelo ranking mundial, no qual o Brasil ocupa um “honroso” quarto lugar em número de mortes por ano, liderados pela Índia, com 150 mil, depois a China, a Nigéria, então nós, com 43.869 mortos, imediatamente seguidos pela Tailândia, com 26.700. Os dados são da Organização Mundial de Saúde. Continua a informação, com algumas considerações referentes ao nosso trânsito, que divulgo a seguir:
Comparando o número de mortos por 100 mil habitantes, também estamos mal, a saber, Alemanha 4 mortos, França 6,4 pessoas e nós, bem distantes, com 17 pessoas.
O ano de 2019 teve leve redução de 2,6% nos acidentes em rodovias em relação ao ano anterior. Por outro lado, o número de vítimas subiu 3,3% em nossas rodovias.
As rodovias mais perigosas em 2019 foram a BR-116 e a BR-101.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, que continua desde o governo Collor divorciada da engenharia, locada em outro ministério, as principais causas são:
Falta de atenção: 37,1%
Desobediência às normas do Código de Trânsito: 12%
Velocidade acima do permitido: 8,9 %
Consumo excessivo de álcool: 8%.
O presidente Bolsonaro determinou a remoção de radares de velocidade em rodovias federais em agosto de 2019. A medida pretendia evitar o uso meramente arrecadatório dos equipamentos. Do momento da decisão até outubro do ano passado, o número de mortos, em rodovias foi de 2%, e o de feridos subiu 9,1% na comparação do mesmo período de 2018.
Os radares voltaram às rodovias no fim de dezembro de 2019, por decisão da Justiça Federal. A União chegou a recorrer, tendo o seu recurso negado.
Estes são os dados principais que mereceram a sua publicação, embora reduzidos, em respeito à paciência do leitor.
Esperemos as novas estatísticas oriundas das modificações propostas pelo Executivo, ao nosso vetusto Código de Trânsito Brasileiro com modificações na contagem de pontos e do prazo de validade da Carteira da Habilitação.
Moral da história: “Muito ajuda quem não atrapalha”.
CF
Celso Franco escreve quinzenalmente aos sábados no AE sobre questões de trânsito.