Em uma rápida busca no AE é possível encontrar diversas avaliações do Honda Civic em praticamente todas as gerações que foram vendidas por aqui, e quase todos editores já avaliaram o sedã em algum momento nos últimos anos. No ano passado curtimos as histórias do Josias Silveira e seu resgate do “Samurai”, um Civic 2002 (parte I, parte II, parte III)
Receber a missão do AE para avaliar este modelo de entrada da linha foi gratificante, pois sabemos que os autoentusiastas gostam de sedã, portanto é legal ter esta oportunidade antes que acabem. #savethesedans (?)
Se preferir, assista primeiramente ao vídeo gravado na Curva AE e no Posto Gerações, em Araçariguama:
Visão geral
Esta versão de entrada tem preço público divulgado no website da Honda de R$ 111.600, e vem equipado com ar-condicionado digital, freio a disco nas quatro rodas, freio de estacionamento eletromecânico com acionamento por botão no console central, controle de velocidade de cruzeiro, tecla para modo de condução econômico, vidros elétricos com um-toque subida/descida em todas as janelas, multimídia de 7” com Android Auto e Apple CarPlay, volante multifuncional, câmera de ré, rodas de liga leve de 17”, e câmbio automático CVT.
Os faróis são em lâmpadas halógenas com luz de rodagem diurna em LED e acendimento por sensor crepuscular, portanto automático. As lanternas traseiras e a luz de placa são em LED.
Esta décima geração do Honda Civic foi apresentada em 2016. No Brasil o modelo apareceu em 1991, já na sua 5ª geração. E especula-se que esta pode ser a última geração do modelo com fabricação nacional. O crescimento no segmento de suves médios pode ceifar projetos futuros de sedãs por aqui, o que seria lamentável.
Motor e câmbio
Os números de desempenho mostram que o modelo não está aqui para brigar no segmento dos sedãs esportivos, para isso existe a versão Touring com motor 1,5-l turbo. a gasolina de 173 cv
Com 150/155 cv a 6.300 rpm, e torque máximo de 19,3/19,5 m·kgf a 4.700/4.900 rpm, o moderno motor de alumínio 2,0 flex de aspiração atmosférica, 16 válvulas de um comando de válvulas e sistema i-VTEC de gerenciamento da operação de válvulas, faz bem o seu papel. Sabemos que câmbio CVT não gosta de simular uma largada. O carro sai sem ímpeto mas cresce rapidamente de velocidade. A aceleração 0-100 km/h é 10,9 segundos e a velocidade máxima de 195 km/h (dados extraoficiais, pois a Honda não os divulga).
O motor tem um funcionamento muito suave, ajudado que é pela árvore contrarrotativa de balanceamento. O resultado para o ruído interno do carro é muito bom, pois não se nota um acréscimo acentuado em nenhuma faixa de rotação.
Com um motor bem elástico, e um carro desse porte pesando apenas 1.285 kg, o resultado de consumo não poderia ser diferente. Fiquei surpreso e fiz aferição do velocímetro e do hodômetro para ter certeza que os valores estavam corretos. Como rodei mais de 1.000 km nessa semana, sempre utilizando gasolina e com a função ECON ativada, fiz também uma aferição de tanque a tanque, e o resultado foi na casa dos 16 km/l em trajetos rodoviários. Os roteiros utilizados foram: SP-Campinas, Campinas-Curva AE e viagem Campinas-Bertioga-SP, considerando apenas o trecho Campinas-Mogi das Cruzes, pois a descida de serra seria covardia. O consumo oficial de homologação (Inmetro) é 10,5/7,2 km/l na cidade e 13/8,9 km/l, na estrada.
O câmbio CVT emula sete marchas, porém nesta versão LX não há borboletas atrás do volante ou modo Manual na alavanca de câmbio. Portanto, não é possível saber a marcha que está selecionada pelo câmbio, devido à falta de indicação no quadro de instrumentos. É dirigir o carro e deixar que o sistema resolva a melhor opção para aquele momento. Pela alavanca é possível selecionar o modo Sport onde o subir marchas ocorre mais tarde ou o modo Low, onde uma marcha (desconhecida) é selecionada automaticamente para obter freio-motor. Este último modo foi utilizado para descer parte da serra Mogi-Bertioga; a outra parte usei modo Sport para estressar os freios, como comentado a seguir.
Dirigindo
A posição ao volante é facilitada pelos ajustes de altura e distância do volante e banco do motorista. A ergonomia, visibilidade e acesso aos comandos foi muito bem estudada e facilita a arte de dirigir um automóvel. O difícil mesmo é sair de dentro do carro depois de ter passado algumas semanas dirigindo apenas os suves de mercado. No suve a gente se acostuma a descer do banco e no sedã (1.433 mm de altura) temos que nos levantar para sair.
Nos primeiros quilômetros senti a direção muito arisca, com resposta muito rápida, mas é tudo uma questão de se adaptar ao sistema progressivo de resposta, e ao sistema de relação de direção variável. Em apenas 2,2 voltas vai de batente a batente, característica que facilita o estacionamento e manobras.
Dirigindo nas curvas da estrada dos Romeiros foi possível sentir o bom casamento do sistema de direção com a suspensão. O nível de rolagem lateral da carroceria é bem controlado e o carro aponta bem nas curvas, e durante as frenagens não é percebido um afundamento exagerado da dianteira, além de parar sem desvios indesejáveis. Em viagem ao litoral de São Paulo, com o carro a meia carga, procurei forçar o freio na descida da serra, e o resultado foi nenhum sinal de fading ou aumento do curso do pedal de freio.
Conforto interno
A simplicidade começa pelo revestimento dos bancos em tecido com uma padronagem bem elaborada. Particularmente aprecio esse tipo de revestimento pois além de ser termicamente mais confortável tem capacidade fonoabsorvente, contribuindo para a quietude a bordo. O conforto dos bancos não fica prejudicado e nos muitos quilômetros percorridos não senti nenhum tipo de fadiga corporal.
O volante multifuncional de convenientes 370 mm de diâmetro tem boa empunhadura e permite controlar o sistema de velocidade de cruzeiro e o sistema de som e telefonia, além de assegurar plena visualização do quadro de instrumentos. O computador de bordo é comandado por um botão de apertar diretamente no quadro de instrumentos — uma solução antiga —, e tem apenas as funções consumo médio, velocidade média e distância de viagem.
Ao centro do quadro de instrumentos a indicação de velocidade é digital e logo abaixo um econômetro orienta o motorista a obter o melhor consumo de combustível. O conta-giros circunda a parte central do quadro. Nas laterais estão as indicações nível do tanque de combustível e temperatura do líquido de arrefecimento do motor.
A central multimídia com tela de 7” tem espelhamento para Android Auto e Apple CarPlay através de cabo. Porém é visível a menor integração desse equipamento com todo o conteúdo do interior. A resposta tátil da tela LCD é muito lenta, chegando a irritar a operação. A intuitividade é padrão e os botões posicionados na lateral tem toque em desacordo com o padrão de acabamento de um Honda. Esta na hora de a Honda utilizar central multimídia mais avançada tecnologicamente.
Logo abaixo da central multimídia está o controle digital e automático do ar-condicionado, com fácil operação e boa resposta térmica. Principalmente nos dias de maior irradiação solar, o sistema sempre funcionou a contento. Esta versão LX fica devendo a saída de ar climatizado para o banco traseiro, que é compensado pelo ótimo espaço para as pernas e possui apoio de braço central, como as versões de gama superior.
Em resumo
O Honda Civic LX apresenta atributos que se não o tornam um carro perfeito, pode-se dizer que é bem interessante para aqueles que buscam um sedã médio com capacidade para levar confortavelmente quatro adultos mais a bagagem.
Nesta 10ª geração o Civic se tornou um carro com linhas mais joviais, e sua silhueta que se aproxima de um cupê deixou o carro mais baixo, porém com espaço suficiente para acomodar a cabeça dos ocupantes, e sem prejuízo o acesso e saída do veículo. A simplificação para versão LX não substituiu os frisos cromados por peças pretas, mas trouxe rodas de liga de alumínio em tom escurecido que deu um charme ao veículo.
O porta-malas de 525 litros é um dos maiores da categoria e a possibilidade de basculamento dos encostos do banco traseiro proporciona maior versatilidade ao sedã. Segue sendo ótima opção dentro dos sedãs disponíveis e com boa relação custo-benefício para os dias de hoje de preços acima dos R$ 100 mil.
GB
Ficha técnica e lista de equipamentos após as fotos adicionais.
Interior
No elevador
Pneus são Bridgestone Turanza ER33 215/50R17V
FICHA TÉCNICA HONDA CIVIC LX 2021 | |
MOTOR | |
Designação | 2.0L i-VTEC FlexOne |
Tipo | Quatro cilindros em linha, transversal, bloco e cabeçote de alumínio, comando no cabeçote acionado por corrente, 16 válvulas, variação da fase de admissão e escapamento e de levantamento de valvulas pelo sistema i-VTEC da marca, acionamento de válvulas indireto por alavanca -dedo roletada sem compensação hidráulica de folga, injeção no duto Honda PGM-FI. árvore contrarrotativa de balanceamento, flex |
Cilindrada (cm³) | 1.997 |
Diâmetro e curso (mm) | 81 x 96,9 |
Taxa de compressão (:1) | 11 |
Potência (cv/rpm, G/A) | 150/155, 6.300 |
Torque (m·kgf/rpm, G/A) | 19,3/4.700 // 19,5/4.800 |
Comprimento da biela (mm) | 152,7 |
Relação r/l | 0,317 |
TRANSMISSÃO | |
Câmbio | Transeixo dianteiro com câmbio automático CVT de 7 marchas à frente e ré, com conversor de torque, tração dianteira |
Relações de transmissão (:1) | 2,526 a 0,408; ré 2,706 a 1,552 |
Espectro das relações (:1) | 6,191 |
Relação de diferencial (:1) | 4,68 |
Estol do conversor de torque (rpm) | 2.200 |
SUSPENSÃO | |
Dianteira | Independente, McPherson, braço inferior triangular com buchas hidráulicas, mola helicoidal, amortecedores pressurizados e barra antirrolagem Ø 25 mm |
Traseira | Independente, multibraço com buchas hidráulicas, mola helicoidal, amortecedor hidráulico e barra antirrolagem Ø 16,5 mm |
DIREÇÃO | |
Tipo | Pinhão e cremalheira, eletroassistida com pinhão duplo, relação de direção variável, relação mais baixa 10,9:1, indexada à velocidade |
Voltas entre batentes | 2,2 |
Diâmetro do aro do volante (mm) | 370 |
Diâmetro mínimo de giro (m) | 11,2 |
FREIOS | |
Dianteiros (Ø mm) | Disco ventilado/282 |
Traseiros (Ø mm) | Disco/260 |
Controle | ABS, distribuição eletrônica das forças de frenagem e assistência a frenagens de emergência |
RODAS E PNEUS | |
Rodas | Liga de alumínio, 7Jx17 |
Pneus | 215/50R17V (Bridgestone Turanza ER33) |
Estepe temporário | Roda de aço com pneu Continental T125/80R16M |
CARROCERIA | Monobloco em aço, sedã 3-volumes, subchassi dianteiro e traseiro, quatro portas, cinco lugares |
CAPACIDADES | |
Porta-malas (L) | 525 |
Vão do porta malas (mm) | 1.050 x 450 |
Tanque de combustível | 56 |
PESOS (kg) | |
Em ordem de marcha | 1.285 |
Bruto total | 1.700 |
Carga útill | 409 |
DIMENSÕES (mm) | |
Comprimento | 4.637 |
Largura sem/com espelhos | 1.799/2.076 |
Altura | 1.433 |
Distância entre eixos | 2.700 |
Bitola dianteira/traseira | 1.543/1.557 |
DESEMPENHO | |
Aceleração 0-100 km/h (s) | 10,9 |
Velocidade máxima (km/jh) | 195 |
CONSUMO DE COMBUSTÍVEL INMETRO/PBVE | |
Cidade (km/l, G/A) | 10,5/7,2 |
Estrada (km/l, G/A) | 13/8,9 |
CÁLCULOS DE CÂMBIO | |
v/1000 em 7ª (km/h) | 62 |
Rotação a 120 km/h em 7ª (rpm) | 1.935 |
MANUTENÇÃO | |
Revisões Troca de óleo do motor (km/tempo) | 10.000/1 ano |
GARANTIA | |
Termo (anos) | 3, sem limite de quilometragem |
EQUIPAMENTOS HONDA CIVIC LX 2021 |
SEGURANÇA |
Alarme com imobilizador de motor |
Alerta de cinto desatado para motorista e passageiro dianteiro |
Assistente de frenagem de emergência |
Assistente de partida em aclives |
Bolsas infláveis frontais, laterais e de cortina |
Botão Econ para modo de condução econômica |
Câmera de ré |
Cintos de segurança dianteiros com pré-tensionador e ajuste de altura |
Controle de estabilidade e tração desligável |
Engates Isofix para dois bancos infantis com fixação superior |
Espelhos externos de acionamento elétrico |
Luzes de frenagem de emergência |
Luzes de rodagem diurna (DRL) em LED |
Monitoramento da pressão dos pneus |
Trava para crianças nas portas traseiras |
EQUIPAMENTOS EXTERNOS |
Antena integrada ao vidro traseiro |
Carcaça dos espelhos e maçanetas externas na cor da carroceria |
Faróis principais halógenos com acendimento automático |
Lanternas traseiras e luz da placa em LED |
Limpador de para-brisa com função intermitente |
Rodas de liga de alumínio 17-pol com acabamento escurecido |
Tampa da portinhola do bocal de abastecimento com abertura por pressão |
CONFORTO E COMODIDADE |
Acabamento em plástico macio na parte superior das portas e painel |
Acionamento elétrico de todos os vidros com função um-toque descida e subida |
Ajusta de altura e distância do volante de direção |
Ajuste manual de distância e altura do banco do motorista |
Alças de teto (4) |
Alerta de farol ligado e desligamento automático após 15 segundos |
Ar-condicionado automático de uma zona |
Aro do volante e manopla do câmbio em couro |
Banco traseiro dividido 70:30 |
Bancos, portas e console central em tecido premium com costuras |
Chave tipo canivete com controle de travamento |
Console central com descansa-braço deslizante, porta-objetos e porta-copos |
Controlador automático de velocidade de cruzeiro com comando no volante |
Descansa-braço central traseiro com porta-copos |
Desembaçador do vidro traseiro |
Espelho nos para-sóis com iluminação |
Fechadura elétrica do porta-malas com comando interno |
Freio de estacionamento eletromecânico com função de aplicação automática |
Iluminação no porta-malas |
Para-brisa com faixa degradê |
Pisca-3 (três piscada de setas com um toque na alavanca) |
Porta-objetos nas quatro portas |
Porta-revistas no dorso dos encostos dos bancos dianteiros |
Revestimento do teto em tecido preto |
Revestimento na tampa do porta-malas |
Tapetes em carpete com presilhas de segurança |
Tomada de 12 V |
Travamento automático das portas a 15 km/h |
ÁUDIO E CONECTIVIDADE |
Alto-falantes de 180 W (4) e tweeters (4) |
Bluetooth e streaming de áudio |
Interface para smartphones Android Auto e Apple CarPlay com comando de voz |
Controle de áudio no volante |
Interface de USB áudio com ponto de recarga na frente de 1,5 A e no console central de 1 A |
MP3/WMA |
Multimídia com tela LCD tátil de 7 pol |