A Bosch, em parceria com a Shell e com a Volkswagen, desenvolveu um novo tipo de gasolina — denominado Blue Gasoline — mais ecológica, com até 33% de componentes renováveis e que promete reduzir as emissões de CO2 em cerca de 20% por cada quilômetro percorrido. Inicialmente este combustível estará disponível nas instalações da empresa alemã, mas até o final do ano vai chegar a alguns postos de abastecimento na Alemanha e terá um preço na bomba similar ao de combustíveis premium, tais como a Shell V-Power, de 98 octanas RON (95 RON no Brasil).
De acordo com a Bosch, e usando como base de cálculo uma frota de mil automóveis Volkswagen Golf 1,5 TSI, com quilometragem anual estimada em 10 000 km, o uso deste novo tipo de gasolina permitirá uma economia aproximada de 230 toneladas de CO2.
Entre os vários componentes que formam este combustível destaca-se a nafta e o álcool etílico derivados de biomassa. A nafta em particular, tem origem no chamado “tall oil”, que é um líquido viscoso, amarelo-escuro, resultante do tratamento da polpa de madeira na produção de papel. De acordo com a Bosch, a nafta pode ainda ser obtida a partir de outros materiais residuais e de desperdício.
Devido à grande estabilidade de armazenamento, este novo combustível torna-se particularmente adequado para veículos híbridos plug-in, cujos motores a combustão podem permanecer longos períodos de tempo sem funcionar. No futuro, a expansão da infraestrutura de carregamento e as baterias maiores farão com que esses veículos funcionem predominantemente com energia elétrica e, assim, o combustível poderá permanecer no tanque por mais tempo.
Contudo, qualquer motor de combustão que esteja aprovado para usar a gasolina Super 95 E10 poderá ser abastecido com a Blue Gasoline. Os aditivos de alta qualidade mantêm o motor extremamente limpo e protegido contra a corrosão. Isto também significa que o combustível poderá ser distribuído através da rede de postos existente.
Mas apesar de tudo isto, a Bosch já fez saber que não pretende que este novo tipo de gasolina seja visto como um substituto à expansão da eletromobilidade. Em vez disso, servirá como um suplemento para os veículos existentes e para os motores de combustão interna que ainda vão existir nos próximos anos.
“No caminho para uma mobilidade amistosa com o clima, devemos assegurar que não deixamos nenhuma oportunidade técnica por explorar, começando pela eletro-mobilidade e terminando com combustíveis renováveis. Cada pedaço de CO2 que poupamos pode ajudar-nos a atingir as nossas metas climáticas”, declarou o Dr. Uwe Gackstatter, da Bosch Powertrain Solutions.
AB