O BMW 2002 Turbo,, um sedã de duas portas, foi apresentado em 1973, no Salão de Frankfurt. Era o primeiro carro da marca — e do mundo — com turbocompressor. Até então o supercarregamento era só mediante compressor volumétrico ou de deslocamento, ambos mecânicos, e pode-se dizer que com ele a Divisão M teve início. Apenas 1.672 unidades foram produzidas entre outubro de 1973 e junho de 1975 e é hoje um item de colecionadores. A história dessa família de sedãs de duas portas começa com os 1502, 1602, 1802 e 2002, todos produzidos entre 1966 e 1977.
Usa o motor 4-cilindros do BMW 2002 tii, recebendo um turbocompressor KK&K (Kühnle, Kopp & Kausch, empresa fundada em 1899 na Alemanha), com pressão de carregamento relativa de 0,55 bar. Entrega 172 cv a 5.800 rpm, com taxa de compressão de 6,9:1 e chega a 211 km/h. Foi adicionado um radiador de óleo para lidar com o calor gerado pelo aumento da potência exigido ao se aproveitar as autoestradas alemãs sem limite de velocidade, a pior condição para a temperatura do óleo. Claro que naquela época não existiam todos os recursos e know-how da atualidade, então o carro é dócil e suave até chegar às 3.800 rpm. A partir daí vem o “coice”, o comportamento do motor é brutal, quando o turbocompressor começa a “soprar” para valer.
A injeção mecânica é da marca Kugelfischer, produzida pela alemã FAG Kugelfischer e, mais tarde, pela Robert Bosch GmbH, de Stuttgart. Derivado das bombas para veículo a diesel do início dos anos 60, o sistema Kugelfischer era o escolhido na época para os veículos de alto desempenho.
O câmbio manual tem quatro marchas e graças ao baixo peso, de apenas 1.039 kg, o 2002 Turbo faz o zero a 100 km/h em 6,9 segundos. O diferencial é autobloqueante. Os freios dianteiros são a disco ventilado e na traseira são a tambor de maiores dimensões do que os do carro que lhe serviu de base. Os pneus são modestos 185/70R13.
No exterior os para-lamas têm alargadores e tanto na frente quanto atrás foram adicionados defletores para reduzir a sustentação em alta velocidade. As faixas coloridas em vermelho e dois tons de azul são as cores da futura Divisão M.
Detalhe interessante é no defletor dianteiro as faixas darem um alerta para os motoristas dos carros à frente: “Turbo” e “2002”, por meio de escrita especular, são visualizados nos retrovisores em leitura normal e avisam quem está chegando…
No interior os bancos têm desenho mais adequado para reter o corpo nas curvas e pequenos detalhes indicam a versão. O painel ganhou relógio e manômetro da pressão de turbocarregamento.
Sem dúvida um autêntico item de colecionador. Não é sem motivo que hoje os BMW 2002 Turbo chegam a ser leiloados na faixa de US$ 100 mil, ou aproximadamente R$ 540 mil, no caso de carros originais ou restaurados à perfeição.
AB