Se existiam dúvidas de que a Fiat está no caminho de banir os motores de combustão interna da sua linha de produção, a chegada do novo 500, que não tem mais esse tipo de motor, dissipa esse quesito. A extinção deles começa já em 2025. Depois de lançar o novo 500 só com motorização elétrica, a marca já definiu o fim do motor de combustão.
O anúncio foi feito por Olivier François, diretor executivo da Fiat e da Abarth, no começo deste mês. “Entre 2025 e 2030 a nossa gama de produtos vai tornar-se progressivamente 100% elétrica. Será uma mudança radical para a Fiat”, disse o executivo francês, que já passou pela Citroën, Lancia e Chrysler.
O novo 500 é apenas o primeiro passo nesta transição e será o pioneiro desse novo caminho. A marca pretende reduzir os preços dos veículos elétricos para aproximadamente o mesmo valor que se paga por um modelo com motor de combustão. Em 2019 o fabricante italiano apresentou o Centoventi Concept EV, que serviria de ponto de partida para o novo Panda. Era a proposta de arquitetura para modelos citadinos, como a utilizada pela nova geração 500. Já os futuros modelos EV poderão recorrer à arquitetura STLA, da Stellantis, que já serve de base a propostas como o Peugeot e-208 e Opel Corsa-e.
“O nosso dever é oferecer ao mercado, o mais rapidamente possível e assim que conseguirmos reduzir o custo das baterias, veículos elétricos que não custem mais que os veículos com motor de combustão interna. Estamos explorando o território da mobilidade sustentável para todos, este é o nosso projeto”, declarou Olivier François.
“A decisão de lançar o novo 500 elétrico e unicamente elétrico, foi tomada antes de surgir a covid-19 e, de fato, já estávamos conscientes de que o mundo não podia continuar a aceitar soluções de compromisso. O confinamento foi apenas o último dos alertas que recebemos”, continuou.
“Durante esse tempo assistimos a situações até então inimagináveis, como por exemplo voltar a ver animais selvagens nas cidades, demonstrando que a natureza estava recuperando o seu lugar. E, como se ainda fosse necessário, isso recordou-nos da urgência de fazermos algo pelo nosso planeta”, declarou François, que coloca no 500 a responsabilidade de tornar a mobilidade sustentável para todos.
“Temos um ícone, o 500, e um ícone tem sempre uma causa. O Fiat 500 nos anos 1950 tornou a mobilidade acessível a todos. Agora, neste novo cenário, tem uma nova missão, tornar a mobilidade sustentável acessível para todos”, afirmou o executivo.
Quanto à questão da infraestrutura de recarga, a Fiat diz que procurará melhorar a disponibilidade de estações para regiões que não têm acesso regular às mesmas, como é o caso dos residentes em apartamentos, ao mesmo tempo que procurará aumentar o número de pontos de recarga.
Mas as surpresas não acabam aqui. A mítica pista oval de testes – com direito a duas curvas inclinadas — situada no telhado da antiga fábrica de Lingotto (foto de abertura), em Turim, será convertida num jardim. Segundo Olivier François, o objetivo é criar o maior jardim suspenso da Europa, com mais de 28 000 plantas, naquele que será um projeto sustentável que revitalizará a cidade de Turim, informa a Fiat.
AB