Após um fim de semana que não será esquecido facilmente, tampouco em pouco tempo, a Mercedes confirmou hoje que trabalha em melhorias do seu equipamento desta temporada. O motivo disso é a superioridade incontestável da Red Bull na competição direta entre Max Verstappen, vencedor do GP da Styria, e Lewis Hamilton, que ficou em segundo lugar e Valtteri Bottas em terceiro (foto de abertura) . Durante todo o final de semana o heptacampeão jamais foi uma ameaça consistente ao piloto holandês que agora soma 156 pontos, 28 a mais que o inglês. Se o domínio da equipe austro-inglesa foi nítido no GP da Styria, a mudança nos pneus disponibilizados para o GP da Áustria neste final de semana, no mesmo circuito, pode alterar essa ordem de grandeza, Os compostos de borracha definidos para a nona etapa da temporada serão os C3, C4 e C5, o que significa um ponto mais macio que os C2. C3 e C4 usados domingo.
Fato inédito no histórico do domínio iniciado em 2014, a Mercedes está há quatro corridas sem vencer, o que aumenta pressão sobre Toto Wolff e seus comandados. Sempre frio e calculista, o austríaco vive sua primeira grande crise desde que assumiu o comando da equipe na qual, atualmente, é um dos três sócios, ao lado dos grupos Daimler e Ineos. Inicialmente, Wolff desmentiu que estaria preparando melhorias no chassi e unidade de potência de seus carros, algo que James Alisson confirmou esta manhã. Alisson é considerado o mago dos motores na categoria e responsável pela criação do motor usado pelo time, até recentemente considerado o melhor da categoria.
As causas da fase atual da Mercedes são várias: incluem a contratação pela Red Bull, de mais de 30 engenheiros da equipe e até mesmo a lei das probabilidades. Até então o time baseado em Brackley era uma organização que raramente falhava e que demonstrou ter capacidade de realizar com perfeição a troca de pneus de seus dois carros com intervalo de apenas poucos segundos durante um GP. Mais recentemente se perdeu até mesmo na adequação de estratégias durante as provas e sofre com a onda de resultados instáveis do segundo piloto, o finlandês Valtteri Bottas.
Paralelamente à disputa entre Red Bull e Mercedes, é notório que a Ferrari segue amargando uma crise que compromete o potencial de Charles Leclerc, considerado um dos novos expoentes da categoria. Da mesma forma, o rendimento comprometido do carro italiano destaca a habilidade de Carlos Sainz, companheiro de equipe de Leclerc. No fim de semana passado o monegasco largou em sétimo e terminou na mesma posição, consequência de um toque com Pierre Gasly na primeira volta e de uma segunda parada para troca de pneus. Já o espanhol chegou a andar em quinto, mas acabou superado pelo inglês Lando Norris, o único piloto que pontuou em todas as etapas do ano e ocupa a quarta posição no campeonato, com 86 pontos, dez atrás de Sérgio Pérez e 12 à frente de Valtteri Bottas.
GP do Brasil vende ingressos, mas…
Mesmo com a ameaça de não se realizar por causa do temor das equipes em se deslocar ao País devido à pandemia, os organizadores do GP do Brasil seguem divulgando que os três lotes de ingressos colocados à venda já foram vendidos. Um deles refere-se a uma nova arquibancada a ser montada no asfalto entre as curvas 1 e 2 e que permite boa visão para a saída do S do Senna. A corrida brasileira está prevista para o dia 7 de novembro, 15 dias antes do GP da Austrália, onde a o serviço de imigração local exige quarentena de 15 dias para quem chega ao País. Este detalhe praticamente inviabiliza a realização da corrida em Interlagos; além das duas semanas de isolamento a corrida em Melbourne foi realocada da etapa de abertura e oferece uma estrutura e pacote econômico melhores que a competição brasileira.
FASP, CBA e o calendário paulista
Uma alteração de calendário da Porsche Cup gerou um ponto de atrito entre a Federação de Automobilismo de São Paulo (Fasp) e a Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) poderá desencadear a primeira crise política do atual presidente da entidade nacional, Giovani Guerra. Uma corrida inicialmente programada para o Autódromo Velo Cittá, em Nova Louzã, SP, nos dias 24 e 25 de julho, foi antecipada para ser realizada no Autódromo de Interlagos uma semana antes, quando o circuito estava reservado para uma etapa do Campeonato Paulista. De acordo com o Artigo 5º do estatuto da CBA a mudança só poderia ser autorizada com a concordância da FASP, que sequer foi consultada sobre a alteração.
WG