Revisão do automóvel se faz conforme as recomendações do fabricante, que determina prazo e/ou quilometragem. Mas, claro que as oficinas independentes e de concessionárias, e fabricantes de peças e produtores de lubrificantes, não perdem a oportunidade de um faturamento extra (bom para eles, desnecessário para o dono do carro) apelando para a importância de uma “Revisão de Férias”.
Por falar em férias, está ao volante na estrada e deu a primeira piscada de sono? Não brigue com ele pois você vai perder!
Revisão
Não há lógica em levar para ser revisado o carro que já segue o ritmo de manutenção estabelecido no manual do proprietário. O carro deve sempre estar “no ponto” para viajar. Ou ele só é revisado antes de uma viagem?
Mas é claro que, antes de entrar na estrada, deve-se verificar alguns itens em casa e no posto.
- Verificar todos os níveis: óleo do motor, câmbio e diferencial (este quando for separado), sistema de arrefecimento (radiador e vaso de expansão), fluido de freio e da direção hidráulica (quando for), água com xampu ou detergente no reservatório no lavador do para-brisa;
- Regulagem especial dos faróis: o carro terá peso extra de passageiros e bagagem. A parte traseira se abaixa e a dianteira se levanta. E, com ela, os faróis, mais importante do que poderem ofuscar motoristas de carros vindo em sentido contrário ou incomodarem os dos carros à frente, perdem capacidade de iluminar corretamente a estrada Por isso existe uma regulagem do facho, automática ou manual. Esta pode ser por um comando no painel ou diretamente na parte traseira do farol.
- Pressão dos pneus – o peso extra conjugado com velocidades mais elevadas nas estradas são dois bons motivos para se aumentar sua pressão normal. Os valores de calibragem nesta situação costumam ser mencionados no manual. Caso contrário, aumente a pressão em cerca de 2 a 3 libras antes de entrar na estrada.
- Interessante também verificar se há desgaste irregular dos pneus, que podem revelar problemas como rodar com calibragem errada ou, pior, rodas desalinhadas. Deve-se corrigi-las para evitar excesso de desgaste durante a viagem, que pode acontecer;, uma situação embaraçosa;
- Verificar possíveis lâmpadas queimadas. Na dianteira, traseira e as luzes de alerta no painel.
- Como os carros agora estão repletos de eletrônica, não adianta mais levar peças sobressalentes, pois quase todos os reparos devem ser realizados na oficina, ao lado de um computador. Mesmo assim, tem uma lista de itens práticos que podem evitar aborrecimentos e despesas extras, como a seguir:
– Reparador instantâneo de pneus, um excelente “quebra-galho” que quase sempre evita de se trocar o pneu na estrada;
– Chave-reserva – leve-a, porém nunca a deixe guardada no carro;
– Frasco do mesmo óleo usado no motor. Quem garante encontrá-lo num posto de estrada?
– Correias: você não sabe trocá-las, mas pode sempre aparecer uma boa alma disposta a ajudar…
– Lanterna portátil (ou celular carregado…). Pneu, quando fura, não sabe se é dia ou noite…
Sono: não brigue com ele!
É inútil e extremamente perigoso “forçar a barra” quando surgem os primeiros sinais de sono ao volante. Não brigue com ele, pois você vai perder sempre. Encoste no primeiro lugar seguro que aparecer e tire uma soneca de meia hora. Ela é reparadora e te deixará mais algumas horas atento ao volante. Entrar num posto, lavar rosto e mãos com água fria também ajuda.
Há um truque para lutar contra o sono. O “comando” dele é cruzado, é oposto ao que você precisa. Se você está dirigindo e o sono começa a rondá-lo, diga ou pense “tenho que dormir, preciso dormir”, e sono é espantado. Inversamente, você está na cama e não consegue dormir, diga ou pense “não quero dormir, não posso dormir agora”, e o sono vem rápido. Aprendi essa técnica num filme de guerra, “O resgate do soldado Ryan”, na parte em que um sentinela explica não poder dormir no seu posto ou seu pelotão correrá perigo.
Nas férias, carro é outro!
Você dirige sozinho (ou com mais um passageiro) o ano inteiro. Chegam as férias e você leva no carro toda a família mais a bagagem. Ele, que pesava perto de 1.500 kg, passa a carregar quase 2.000 kg. E aí está o perigo, pois o motorista não percebe que está — na prática — dirigindo um outro automóvel. Que não tem o mesmo poder de frenagem, perde em estabilidade e demora (perigosamente) mais para ultrapassar nas estradas. Fora a autonomia, também prejudicada: não valem mais as contas do consumo de combustível, muito maior que o habitual.
Luzes: seja respeitoso!
Muitos motoristas na estrada são suficientemente educados para abaixar os faróis ao cruzar com outro veículo. Mas isso não é tudo: a maioria mantém faróis altos ao se aproximar de outro carro e perturba o motorista que vai à frente, pelo espelho retrovisor.
Outro absurdo é o motorista desrespeitoso que liga a luz de neblina traseira em noites limpas. Ela tem maior intensidade exatamente para sinalizar o carro em condições de baixa visibilidade, como chuva ou neblina. Caso contrário, ele incomoda, prejudica e ofusca quem vem atrás.
E também o pisca-alerta que só deve ser acionado numa emergência: como precisar parar no acostamento em emergência. Em inglês o nome do pisca-alerta é hazard light, indicativa de problema com o carro, que por isso se torna um obstáculo. Só deve ser usada com o carro em movimento quando é necessário trafegar lentamente por problema no veículo enquanto não se acha um locar seguro.
BF
A coluna “Opinião de Boris Feldman” é de exclusiva responsabilidade do seu autor.
Mais Boris? autopapo.com.br