A eterna busca da Fórmula 1 em busca por um espetáculo mais emocionante ganha um novo capítulo no próximo fim de semana, quando será disputado o Grande Prêmio da Grã-Bretanha, em Silverstone (foto de abertura), condado de Northamptonshire. Nele foi disputada a primeira corrida da F-1 contemporânea, em abril de 1950, e desde então a ordem de largada para cada corrida foi definida pela sessão de treinos hoje conhecida como “Qualifying” e realizada no sábado à tarde. No GP de domingo, a décima etapa da temporada 2021 terá seu grid definido por uma prova de 100 km de extensão, evento já batizado de “Sprint Race”, onde os pilotos vão alinhar de acordo com os tempos do treino de sexta-feira à tarde.
O formato não é inédito no automobilismo: nos campeonatos de kart as posições de largada são definidas pelos resultados de várias baterias e a categoria TC-2000, da Argentina, também já explorou o recurso de formatar o grid através de provas curtas. Na esperança de criar um cenário de grandes disputas, o inglês Bernie Ecclestone, que comandou a F-1 durante muitos anos, chegou a propor que o grid fosse formado por um sorteio. Ecclestone tentou por duas vezes impor esse sistema e até admitiu atribuir pontos para os oito primeiros classificados em um dos treinos. Nem assim a ideia vingou.
Nem por isso a mudança que a F-1 vai conhecer no fim de semana foi uma ideia que as equipes aceitaram facilmente: um acordo para garantir essa experiência exigiu muitas horas de negociação e várias compensações. Entre os benefícios conquistados constam uma apólice de seguro que compense o risco de uma segunda corrida e uma alocação de 12 jogos pneus, um a menos que o normal. Cada piloto vai receber dois jogos de compostos duros (C1), quatro de médios (C2) e seis de composto macio (C3), além de cinco jogos de pneus intermediários e três de chuva. A escolha dos compostos é decorrência das características da pista: as altas cargas de esforço lateral e estresse, motivo de vários abandonos nos últimos anos. Os pneus traseiros foram construídos usando material e estrutura reforçada que serão adotadas em 2022.
As novidades do fim de semana começarão na quinta-feira, quando a Fórmula-1 apresentará um modelo em tamanho real daquilo que deverá ser o modelo de 2022. As mudanças serão explicadas por um painel de especialistas, desde já instruídos a descrever e explicar que o novo regulamento foi pensado para aumentar a competitividade da categoria. O que muitos temem é que esse novo conjunto de regras acabe cerceando ainda mais a criatividade dos engenheiros e leve a uma F-1 muito semelhante à categorias como as fórmulas 2 e 3, onde o mesmo chassi é usado por todas as equipes.
Brasileiros disputam as preliminares
Felipe Drugovich, Guilherme Samaia, Caio Collet e Enzo Fittipaldi são os brasileiros que estarão em ação em Silverstone no final de semana. Onde dois primeiros disputam a F-2, onde Guanyu Zhou lidera com 78 pontos. Seu companheiro de equipe é Drugovich, nono colocado com os 41 pontos somados até agora. Samaia ainda não marcou pontos e aparece em décimo-nono e Gianluca Petecof, ausente da última etapa, não deve alinhar em Silverstone. Na F-3 Caio Collet ocupa a oitava posição na tabela de pontos, onde acumula 41 e Fittipaldi, que tem 11, aparece em décimo-sexto. O líder é o norueguês Dennis Hauger.
WG
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