A julgar pelo vazamento de uma proposta para o calendário da F-1 para 2022, a categoria volta a viver momentos de bonança. O campeonato que começa dia 20 de março terá três provas nos países árabes, incluindo a abertura no Bahrein (foto de abertura), os Estados Unidos voltam a ter duas etapas e quatro circuitos em países diferentes disputam duas vagas. O Brasil aparece como antepenúltima prova, dia 13 de novembro. No âmbito das equipes a novidade da semana é a decisão da Williams em reestruturar seu programa de jovens pilotos, profissionais que poderão ter presença regular nos treinos matinais de sexta-feira.
A conquista do mercado norte-americano, com foco nos Estados Unidos, é uma questão ainda não resolvida pela F-1. Nos anos 1970 e 1980 esse país teve GPs em Dallas (Estado do Texas), Detroit (Michigan), Long Beach (Califórnia) e Watkins Glen (Nova York) e Bernie Ecclestone até perdeu algumas fichas ao apostar em Willy T. Ribbs como primeiro negro da F-1 moderna. Detroit, em seu tempo, explorou o evento como forma de recuperar o centro da cidade então conhecida como a capital mundial do automóvel, mas a exemplo do que aconteceu e acontece até hoje, a conta ainda não fechou.
Tentativas mais recentes, como o Circuito das Américas, em Austin, focaram no interesse que a categoria desperta entre os latinos, em especial os vizinhos mexicanos. Apesar do alto investimento e da contratação de profissionais europeus com larga experiência na categoria, o fantasma da falência insiste em fazer voos rasantes no local. Igualmente justificado pela alta população latina (tanto fixa quanto flutuante) que tem a Flórida como sonho de consumo, promotores de Miami conseguiram finalmente uma data no calendário. O projeto de realizar um GP nas ruas da cidade enfrentou vários obstáculos e adiamentos até ser aprovado pelas autoridades e moradores locais.
Mundo afora, o calendário proposto para 2022 deixou de fora o circuito de Portimão, pista portuguesa presente nos últimos dois anos e aprovado praticamente sem ressalvas pela categoria. Já o tradicional circuito de Paul Ricard, situado na costa mediterrânea entre as cidades de Nice e Marselha, disputa com Ímola, outro autódromo histórico, uma vaga durante o verão europeu. Se o primeiro é propriedade de uma empresa ligada a Bernie Ecclestone, o segundo está localizado na cidade onde o atual presidente da F-1, Stefano Domenicali, nasceu e se iniciou no esporte.
Outra disputa por vaga envolve a cidade-estado de Cingapura no sudeste asiático, e Istambul, metrópole de um país que tem seu território dividido entre a Europa e a Ásia. A primeira foi pioneira em corridas noturnas, solução que ajudou a contornar os altos índices de temperatura e umidade locais, enquanto o autódromo projetado por Hermann Tilk nos arredores da segunda só não teve uma etapa este ano por causa do recrudescimento da pandemia do covid-19. Outra possibilidade de alteração no calendário é a inversão de datas envolvendo os GPs da Grã-Bretanha e da Áustria, mudança que poderá ocorrer para evitar que a prova em Silverstone se realize no mesmo dia das finais do torneio de tênis em Wimbledon.
O alemão Jost Capito, executivo maior da equipe Williams, declarou que está revisando o programa de jovens pilotos do time inglês. A escuderia baseada em Grove permitiu que o inglês George Russell aprimorasse sua técnica a ponto de ser confirmado como substituto de Valtteri Bottas na equipe Mercedes a partir de 2022. Por outro lado, o inglês Dan Ticktum foi dispensado recentemente após uma série de atitudes menos nobres.
Atualmente o time exibe como protegidos o anglo-coreano Jack Aitken, o israelense Roy Nissany e a inglesa Jamie Chadwick como protegidos. O fato de nenhum deles ter sido chamado para preencher a vaga aberta com a saída de Russell é o motivo não declarado da revisão do programa. Para 2022 a Williams inscreverá o anglo-tailandês Alex Albon e o canadense Nicholas Latifi. A FIA e a F-1 estudam a possibilidade de exigir que as equipes escalem um novo piloto nos treinos matinais de sexta-feira (quinta-feira no caso de Mônaco) em cada etapa do Mundial.
Confira as possíveis datas:
20/3 – Bahrein, Bahrein International Circuit
27/3 – Arábia Saudita, Jeddah Corniche Circuit
10/4 – Austrália, Albert Park
24/4 – China, Shangai International Circuit
8/5 – EUA, Miami International Autodrome
22/5 – Espanha, Circuit de Catalunya
29/5 – Mônaco, Monte Carlo
12/6 – Azerbaijão, Baku City Circuit
19/6 – Canadá, Circuit Gilles Villeneuve
3/7 – Grã-Bretanha, Silverstone
10/7 – Áustria, Red Bull Ring
17/7 – França, Paul Ricard ou Itália, Ímola
31/7 – Hungria, Hungaroring
28/8 – Bélgica, Spa-Francorchamps
4/9 – Países Baixos, Zandvoort
11/9 – Itália, Monza
25/9 – Rússia, Sochi Autodrom
2/10 – Cingapura, Marina Bay ou Turquia, Istanbul Park
9/10 – Japão, Suzuka
23/10 – EUA, Austin
30/10 – México, Autódromo Hermanos Rodriguez
13/11 – Brasil, Interlagos
20/11 – Abu Dhabi, Yas Marina
WG