Tenho notado o hábito generalizado, em todo lugar, de “colar” a unidade com a grandeza., inclusive entre os leitores que nos brindam e frequentemente enriquecem os temas tratados com seus comentários. É comum encontrar nos textos, por exemplo, 100km, em que a unidade e grandeza estão juntos sem que haja motivo para isso. Se ninguém escreve 100quilômetros, mas 100 quilômetros, ao empregar o símbolo km tem haver o espaço também..
Para ilustrar, fica uma foto da água mineral Crystal (abertura) em vasilhame plástico — claro, nome revelado, o AE não é a TV Globo, que se não pagar, marcas ou nomes são sistematicamente omitidos, como ao noticiar, por exemplo, num alarme de bomba dizer “alarme de bomba num shopping da zona sul” Quem quiser sabre qual o shopping, que se vire.
Um parêntese. Contei aqui algum tempo atrás que quando eu dirigia competições na Volkswagen na década 1980, em que tínhamos forte empenho no Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos, patrocinado pela Shell e que, inclusive, arcava com transmissão pela TV Globo, recebemos uma proposta (indecente) da emissora para que na exibição dos resultados das corridas fosse mencionada a marca. Recusamos, claro. Continuou a aparecer apenas classificação e nome do piloto. A marca? Ora, a marca… Mesmo caso, quem quisesse saber, que procurasse em outro meio de comunicação.
Voltando ao tema da coluna, grandeza e unidade juntos, esse é justamente o campeão das correções quando alterno a função de editor-chefe para a de moderador dos comentários.
Por outro lado, verifica-se o inverso quando se trata de sinais gráficos, como os pontos de exclamação e interrogação, que devem ser juntos à palavra mas quase sempre, nos comentários, estão separados. E toca o moderador a corrigir…
Por falar nesses três pontinhos — só três e chamados de reticências — eles são muito presentes nos comentários sem que atendam às suas finalidades, quais sejam expressar uma hesitação ou a falta de conclusão de uma ideia. Também são objeto de constantes correções pela moderação.
Outra intervenção do moderador é aplicar o travessão (—) no lugar do hífen (-), quando é o caso, como se pode ver em todos os comentários. Imagino que seja mais por desconhecimento de como escrever o travessão, cujo comando é Alt + 0151. Mas se mesmo com a dica a pessoa encontrar dificuldade, é só usar o recurso das máquinas de escrever, digitar dois hifens sucessivos (–), o efeito é o mesmo. É o que uso ao escrever no WhatsApp, que não tem tecla de travessão.
Dou especial atenção às unidades, como jamais usar (ou permitir o uso) da unidade de massa “de quitanda”, o quilo. Só vale o quilograma ou seu símbolo kg, já que ‘quilo’ não é unidade, mas apenas prefixo que representa 1.000 (1 quilograma é 1.000 gramas). Aliás, é comum até em documentos oficiais escrever Kg (com k maiúsculo), outro erro sistematicamente corrigido na moderação.
Escrever corretamente é um bom hábito a ser incutido, mesmo que seja algo rápido em que aparentemente não faça diferença. Fazendo um paralelo com dirigir, é deixa a esquerda livre sempre que possível, mesmo que passeando (literalmente) a 200 km/h.
Assim como me incomoda ficar na esquerda sem necessidade, mesmo sendo conduzido, acho incômodo ter que escrever nomes de arquivo de computador sem acentos ou usando ‘c’ sem cedilha, tal é a chamada força do hábito.
Por falar nisso, a procura no Google dispensa regras gramaticais e ortográficas. Algoritmos cuidam de você interpretando o que você quis dizer
Até o domingo que vem e bom Carnaval.
BS