Você, leitor ou leitora, certamente já viajou nos jatos modernos como o 737 800, Airbus A320 e Embraer 190/195, e pode ter reparado que tudo à volta do seu banco é de plástico, até mesmo o dorso do encosto do banco à frente do seu e o caixilhos das janelas, mas isso não o (ou a) chocou, aposto.
Não se trata de “acabamento”, mas de construção, que por sua vez está incluída no aspecto decoração. Quem lê o AE nunca me viu falar em acabamento, mas em decoração.
Motivou-me falar a respeito sugestão do leitor André (ele se identifica sem sobrenome) em comentário três dias atrás. no qual ele sugeriu que eu falasse a respeito, complementando com “Essa confusão entre decoração com acabamento é frequente nos comentários e isso cansa.”
Confusão, por exemplo, com ocorreu com o up! só porque os revestimentos de porta eram parciais em vez totais, em que parte da cor externa “invadia ” o interior e por isso o carro era tachado de mal acabado. acabamento.
Como ocorre com praticamente toda discussão, nascem os mitos. como o famoso “acabamento Ford”. Fora o inegável conforto dos bancos revestidos de tecido nunca vi nada nos Ford que justificasse a fama.
No começo desta matéria falei dos plásticos. Felizmente o reinado dos “caça-rebarbas” acabou, Se as rebarbas acabaram ou se esse grupo de “caçadores”, sossegou, não se dizer, o fato é que nunca me preocupei com isso, mesmo porque, se existissem, não eram visíveis.
Poucos dias atrás tive uma discussão branda, no espaço de comentários, com um assíduo leito. Ele falou em painéis revestidos de plástico rangerem e eu contestei, pois em toda a minha vida, e olha que já é bem longa, nunca vi (ou ouvi) um painel de plástico ranger. O Celta Super 2003 aqui de casa está com 140.000 km e zero ruído no painel. Lembro-me das críticas ao Celta quando foi lançado em 2000 devido ao painel todo de plástico.
Falando nisso, impressiona-me pessoas (muitas) serem contra o plástico duro no painel mas não contra o plástico duro nos aviões. Para essas pessoas não importa o plástico texturizado de ótimo aspecto que se vê em todos os painéis hoje em dia, elas têm uma espécie de necessidade de saber que o painel é macio.
Será que essas pessoas precisam mesmo de se certificar de tempo em tempo da maciez do painel apertando-o?
Tudo bem que o plástico macio seja mais fonoabsorvente, mas hoje esta técnica está plenamente dominada. Tão dominada que a indústria criou o som artificial do motor para o interior do veículo — coisa que eu, particularmente, considero abominável.
Curiosamente, não vejo ninguém reclamar dos monitores de computador pessoal pregados no painel no melhor estilo Tesla. Acho que elas só dirigem com acompanhante para que este (ou esta) opere o monitor.
Acredito que a turma do Elon Musk (Tesla) tenha achado boa ideia ao andar nos atuais jatos comerciais ou executivos e ver os glass panels (telas) com aviônicos e demais mostradores no lugar dos numerosos instrumentos analógicos que eram comuns nos aviões,. Certamente abstraíram-se do fato que aviões dispensam manobras constantes, ao contrário dos veículos sobre rodas que requerem atenção permanente ao que se passa à frente.
Afirmo sem receio de errar: faz tempo — décadas — que não existe carro mal acabado.
BS