A Bizzarrini, marca de modelos esportivos italiana que foi resgatada ano passado quando da construção de 24 unidades do 5300 GT Revival, um cultuado superesportivo dos anos sessenta, vai agora desenvolver um hiperesportivo, com design atual e potente motor V-12, conforme foi divulgado durante a Salão Rétromobile, em Paris, na semana passada.
No final de 2020, o kuwaitiano Rezam Mohamed Al Roumi, que comanda a Pegasus Brands, concessionária de carros de luxo de Londres e que vende modelos Rolls-Royce e Koenigsegg, anunciou que havia fechado acordo com o engenheiro Giotto Bizzarrini para relançar a marca de esportivos, que teve vida curta, apenas cinco anos, na década de 1960.
A primeira etapa dessa associação foi a construção da série 5300 GT Revival, que procurou seguir à risca os detalhes do projeto original, inclusive com materiais e fornecedores originais, além da utilização do motor V-8, de origem americana, de 5,3 litros e com carburadores Weber 45 DCOE (Doppio Corpo Orizzontale tipo E).
O resultado parece que agradou ao empresário kuwaitiano e agora ele está investindo no projeto de um modelo para disputar espaço no seleto mercado em que a Koenigsegg e Pagani se destacam. “O mercado global de carros de luxo avaliado em cerca de US$ 410 bilhões, em 2020, é projetado para crescer para US$ 566 bilhões em 2026”, detalhou Al Roumi.
O hipercarro vai se chamar Giotto em homenagem ao engenheiro pioneiro, que antes de criar sua própria marca trabalhou para Alfa Romeo, Ferrari, Lamborghini e Iso-Rivolta. Por sinal, o Bizzarrini 5300 GT foi criado após uma desavença com o comendador Rivolta, para quem Giotto estava desenvolvendo um novo projeto, que usou para criar seu esportivo.
Outro fato interessante nesse projeto do Bizzarrini Giotto é a escolha de Giorgetto Giugiaro, que trabalhou com seu filho Fabrizio no desenho da carroceria. Vale lembrar que Giugiaro teve participação importante no desenvolvimento da carroceria do 5300 GT quando jovem e trabalhava para o carrozziere Bertone, 60 anos atrás.
A carroceria de material compósito de fibra de carbono segue visual contemporâneo, mas não deixa de fazer referência ao modelo dos anos sessenta, em especial na seção dianteira com as entradas de ar horizontais e o par de faróis de LED. Giugiaro afirmou que “procurou criar algo que é reconhecidamente Bizzarrini e relevante para a nova era da marca”.
O fabricante divulgará informações técnicas mais completas até o final do ano, mas confirmou que o Giotto terá motor V-12 de aspiração atmosférica, que deverá atender os regulamentos de emissões, e câmbio robotizado de oito marchas dupla0-embreagem. Não há nenhum detalhe sobre algum tipo de assistência híbrida para ajudar a atingir as metas exigidas de emissões.
RM