A Aston Martin aproveitou o evento do GP do Bahrein, prova de abertura do campeonato mundial de Fórmula 1 deste ano, realizado no último fim d -semana, para fazer a primeira apresentação dinâmica, em pista, de seu modelo hiperesportivo Valkyrie, e para a qual foram convidadas algumas das principais publicações internacionais especializadas em automobilismo.
O esportivo de design tremendamente radical, desenvolvido em conjunto com a Red Bull Advanced Technology e com projeto assinado por Adrian Newey, o mago da aerodinâmica na Fórmula 1, foi lançado oficialmente no ano passado, mas ainda não teve nenhum carro entregue. Segundo consta, devido a uma disputa legal sobre depósitos feitos por revendedores suíços.
Além dos problemas legais, a Aston Martin informou que parte do longo tempo no processo de desenvolvimento do Valkyrie, que começou em 2016, também foi provocado pelas exigências da comunidade europeia para autorizar a homologação completa do modelo.
Criado especialmente para alguns bilionários viciados em adrenalina, que continuam esperando ansiosamente para receber a “encomenda”, o Valkyrie confirma a promessa de Newey, quando iniciou o projeto, de que seria o automóvel mais extremo a andar em ruas (Sic.) e estradas e poderia ser, inclusive, mais rápido do que muitos carros especiais de competição.
O destaque é o motor V-12 de 6,5 litros atmosférico, isso mesmo, um típico motor de competição desenvolvido pela Cosworth, marca já que fez muito sucesso na Fórmula 1. Este “tradicional” motor V-12, DOHC (duplo comando de válvulas, em cada cabeçote) com 48 válvulas, desenvolve potência de 1.016 cv (1.001 hp) a 10.600 rpm, e o torque é de 79,5 m·kgf.
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Como um típico motor de desempenho de competição, ao ser acionado o botão de partida no volante, ele precisa funcionar em baixa rotação (1.000 rpm), por alguns segundos, para aumentar a pressão do óleo, antes de ser liberado o acionamento o acelerador. Além disso, a Cosworth recomenda que ele deve ser reconstruído a cada 80.000 quilômetros.
O V-12 é apoiado por um motor elétrico de 143 cv, o que proporciona potência total de 1.158 cv. O motor elétrico fica entre o V-12 e a caixa de câmbio robotizada de 7 velocidades e é alimentado por bateria de 1,7 kW·h da Rimac. Detalhe: a marcha a ré é acionada somente pelo motor elétrico.
O controle de largada (launch control) é suave, já que também é feito pelo motor elétrico, sendo a embreagem acionada na sequência para conectar o V-12 ao conjunto. Com o pico do conjunto de 1.158 cv para o peso do carro de 1.360 kg, a relação peso-potência é de 1,17 kg/cv..
Apesar desta tremenda dinâmica, o Valkyrie tem modos de direção urbano e esportivo, com o chassi e suspensão se adequando para rodar no trânsito nas cidades (algumas), quando o motor elétrico assume a tração, bem como na estrada, quando o trem de força trabalha em conjunto.
Mas é no modo Track que a suspensão ativa mostra toda a dinâmica do superesportivo, reduzindo a altura do carro em relação a pista, e acionando os flapes com comando elétricos posicionados dentro dos enormes túneis venturi, aumentando consideravelmente a força descendente (downforce).
Quanto mais velocidade, maior é a pressão extra de downforce, o que é proporcionado pela ação as asas ativas e do difusor. A Aston Martin informa que o modelo alcança pico de 1.088 kg de downforce nas velocidades acima de 215 km/h.
No modo Track também tem a opção de configuração de controle de tração variável, enquanto a direção com assistência hidráulica é rápida, mas o controle de tração intervém imediatamente quando se tenta sobrepor os comandos de direção e acelerador de maneira abrupta.
O Valkyrie acelera de 0 a 96 km/h em 2,3 segundos, alcançando os 160 km/h em 3,8 segundos e chegando ao quarto de milha em 7,7 segundos. A velocidade máxima é limitada eletronicamente em 352 km/h.
Construído com um elevado mix de compósito de fibra de carbono e componentes em titânio, o Valkyrie é o primeiro modelo de produção seriada (limitada, obviamente) com peças impressas em 3D, como os faróis, enquanto as rodas de magnésio são mais leves do que os pneus. Outro detalhe exclusivo: o limpador de para-brisa giratório, para se adaptar ao para-brisa curvo, foi projetado por empresa que já trabalhou para a Nasa no projeto do ônibus espacial.
RM
(Atualizado em 9/03/23 ás 10h28 retificando a informação do tipo de aspiração do motor, que é atmosférica, e potência do motor, 1.001 hp, o que corresponde a 1.016 cv).