A reunião da Anfavea com os principais cadernos econômicos e do setor automobilístico ocorreu no último dia 10, Márcio de Lima Leite, seu presidente, apresentou os resultados do mês e procurou manter certo otimismo de que, apesar das seguidas paralisações de produção para acomodar oferta com uma demanda menor, ainda mantém as projeções para o ano inalteradas.
Há sim uma preocupação com a falta de compradores e com as taxas de juros e restrições de crédito que os afastam das concessionárias, tanto é que vêm ocorrendo reuniões entre a entidade e governo, quando debatem formas de estimular a demanda. Por certa ironia, justamente quando os discursos se afinam para o chororô de sempre, as vendas reagiram, no varejo e no atacado.
É certo que o último março teve 23 dias úteis e fevereiro 18, ou seja, foram 28% dias úteis a mais que mês passado, os licenciamentos foram 56% superiores e voltamos ao patamar de 8.100 emplacamentos diários. O varejo também reagiu, com 79.446 automóveis, quando dividimos por emplacamentos diários tem-se número similar a fevereiro e também, 8.000 licenciamentos/dia com 45% de vendas diretas é a foto do varejo ruim do ano passado. Portanto, em termos de vendas nas concessionárias ainda estamos na mesma. Sem espaço para ilusões.
Ao todo, venderam-se 198.974 autoveículos, sendo 186.353 automóveis e comerciais leves, 10.051 caminhões e 2.570 ônibus. Março representou praticamente um esgotamento de estoque dos comerciais pesados Euro5 e daqui para frente o ritmo de emplacamento deverá cair, quando somente teremos disponíveis os modelos Euro6. O aumento de preço para atender a nova tecnologia de emissões de gases gira entre 20 e 30%. Apesar das projeções da Anfavea mostrarem uma queda tímida até o final de ano, não é o que se enfrenta hoje. É bom lembrar, quando entrou o Euro5, em 2012, o mercado caiu 40%.
Aqueles frotistas que andavam segurando as suas compras de leves, parece se dispuseram a pôr as mãos nos bolsos em março, as vendas diretas, ficaram com 46% dos automóveis e 60% dos comerciais leves.
Caso a previsão da Anfavea se confirme e se mantenha o patamar de cerca de 2 milhões anuais de emplacamentos, teremos mais um ano frustrante para o setor. A recente declaração do presidente da Anfavea,, de que a se manter esse cenário pode ser que alguns contendores deixem o país, a exemplo do que a Ford fez três anos atrás, preocupa.
Certo é que se nada for feito, o excesso de capacidade dos fabricantes instalados terá de ser resolvido com as ferramentas clássicas, o que afeta o emprego e a popularidade de um governo que mal começou.
Ranking do mês e do trimestre
A Fiat voltou ao patamar dos 40 mil emplacamentos mensais, precisamente foram 41.450, isolada na liderança. A GM segurou-se em segundo, com 29.993 e crescimento de 56% sobre março do ano passado, graças às boas vendas da nova Montana. VW em 3º, com 23.394 licenciamentos e boas vendas do Polo, cuja versão Track tomou o lugar do Gol. Toyota novamente em quarto, com 17.290 emplacamentos, seguida da Hyundai, Jeep.
No trimestre a Fiat vendeu 96.645 veículos, Chevrolet em 2º, com 71.264, VW em 3º, 59.717, Toyota em 4º, Hyundai, Jeep.
Nos automóveis, o HB20 voltou a figurar na ponta, com 8.363 emplacamentos, seguido de perto pelo Onix, com 8.283, depois o Polo, com 8.197, um VW entre os 3 primeiros. No trimestre, Onix se mantém na ponta, seguido do Onix Plus, HB20.
Nos comerciais leves, Strada mais líder que nunca, 9.935 unidades emplacadas, lidera também no geral, seguida da Toro, com 5.607, Hilux em 3º, 4.362 e a nova Montana em quarto, com 3.988. Não me recordo se a GM teve vendas tão elevadas, num mês, de sua picape compacta, mas o fato é que a Montana veio bem posicionada, fazendo com que a GM se distancie da VW. Os concessionários da marca da gravata borboleta dourada estão otimistas com o produto e apostam ela se situe entre as vendas da Strada e Toro. A ver.
Até mês que vem!
MAS