Informação no site da publicação inglesa Autocar diz que a Stellantis anunciou que está avaliando em testes 28 famílias de motores fabricados por suas subsidiárias para verificar a compatibilidade com os chamados combustíveis eletrônicos (e-fuels). Conforme destaca a Autocar, a Stellantis foi o último grande grupo fabricante a anunciar investimento na avaliação de combustíveis sintéticos, após o anúncio da UE em permitir que veículos com motores de combustão intrerna permanecessem à venda, além de 2035, desde que usem apenas combustíveis sustentáveis ??neutros em carbono.
A Stellantis, que diz ter como meta reduzir pela metade suas emissões de CO2 até 2030 e atingir zero absoluto até 2038, a princípio não mostrou muito interesse pelos combustíveis alternativos. Agora, com a alteração na legislação europeia, decidiu iniciar testes experimentando os denominados e-combustíveis em motores a gasolina e diesel convencionais, não modificados, produzidos em suas fábricas entre 2014 e 2019, avaliando emissões de escapamento, potência do motor, confiabilidade e impactos no tanque, filtros e linhas, entre outras variáveis.
Como os combustíveis sintéticos são quimicamente idênticos aos combustíveis fósseis, eles podem, teoricamente, substituir os atuais sem necessidade de modificações nos motores. Os combustíveis eletrônicos em veículos fabricados pela Stellantis poderão ter potencial de remover 400 milhões de toneladas de emissões de CO2 na Europa entre 2025 e 2050, conforme informou a própria empresa. Como referência, segundo a Autocar, o Reino Unido emitiu 331 milhões de toneladas de CO2 somente em 2022, de acordo com dados provisórios do governo britânico.
A Autocar também detalhou que o Comitê de Transportes do Reino Unido já alertou o governo britânico de que “é necessária uma verificação da realidade” em sua política de não colocar os combustíveis sustentáveis na pauta de descarbonização. Em relatório de março de 2023 intitulado “Fueling the Future: Motive Power and Connectivity”, o Comitê destacou: “Nem todos poderão substituir o carro atual por um EV, como nem todos poderão carregar o carro em casa. Há também questões sobre a adequação da infraestrutura e no fornecimento e uso de matérias-primas para produzir as baterias necessárias”.
Ainda, segundo o relatório, o foco exclusivo em veículos elétricos a bateria corre o risco de não ser possível cumprir as metas climáticas definidas pelo Reino Unido. “O enorme potencial de combustíveis sustentáveis ??para fornecer uma opção de baixo carbono em motores convencionais deverá ser mais explorado. Reduzir as emissões de gases de efeito estufa agora, usando quantidades crescentes de combustíveis sustentáveis, nos permitiria abordar a frota existente e minimizar custos e emissões de carbono por meio do uso da infraestrutura existente”, destaca o estudo.
RM