A Mercedes-Benz divulgou semana passada os detalhes do novo Classe E 2024, e que a fábrica afirma ser a linha mais vendida em toda a história da marca, com mais de 16 milhões de unidades. A empresa destaca ainda, conforme detalhou no material de divulgação da nova geração, que esta é a linha de modelos “que há mais de 75 anos define o padrão para os sedãs de gama média” (sic), apesar da denominação E-Klasse só ter sido adotada em 1993, quando a família de carros médios da série W124 (denominação técnica do fabricante), recebeu pequena atualização.
Mas para a a fabracante a Classe E é herdeira de uma linhagem que começou com o Mercedes-Benz 170 V (série W136), lançado em1936 e produzido até 1942, quando a Segunda Guerra Mundial interrompeu a produção de veículos para uso civil na Alemanha por conta do esforço de guerra. Na ocasião já era o Mercedes mais vendido e, com sua produção retomada em 1947, foi o primeiro carro de passageiros produzido pela marca no pós-guerra, ficando em linha até 1953. Seu sucessor direto foi o modelo 180 (série W120) apresentado em 1953, que já tinha a carroceria monobloco e que passou a ser de três volumes, sendo chamado de “Ponton”.E todos os modelos sucessores do 180 acabaram sendo definidos pela marca como sedãs de gama média.
Segundo especialistas na história da empresa alemã, a decisão da marca em renomear a linha de médios como Classe E se deve ao fato de que, no começo da década de 1990, todas as versões de seu sedã de gama média já vinham com o prefixo E antes da numeração especifica do modelo. O E se referia ao termo Einspritzmotor, que em alemão significa motor a injeção de combustível. Procurando ressaltar esta avançada característica técnica na época em seus modelos médios, o marketing da empresa rebatizou esta linha de E-Klasse.
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A nova geração do Classe E, a sexta considerando apenas de 1993 em diante e que deverá ser comercializada inicialmente só na Europa, a partir de setembro próximo, incorpora design semelhante aos atuais Classe C e Classe S, uma evolução em relação ao seu antecessor, lançado em 2016. A nova geração mantém perfil clássico de sedã executivo, mas a dianteira ficou mais imponente com a nova grade tridimensional, de maiores dimensões, e que pode opcionalmente vir com a borda retroiluminada. Faróis de LED com elegante visual torneado e o capô mais longo também se destacam.
Outro detalhe é a curvatura acentuada do teto e que destaca o perfil com proporções harmoniosas e distinção entre o capô longo e a tampa do porta-malas curta e que também segue a curvatura do teto em arco Tal forma de teto surpreendeu o mundo quando apareceu no modelo CLS em 2004 e ditou moda.
O design de cabine recuada, conforme procura enfatizar o fabricante, realça o visual contemporâneo, com um toque de esportividade. Na traseira a disposição da sinalização também tem desenho semelhante ao dos faróis e é dividido em duas seções. O detalhe fica para as luzes de LED, que destacam no desenho-motivo da estrela de três pontas.
O design também otimiza a aerodinâmica refletindo coeficiente de arrasto (Cx) de apenas 0,23, o que favorece tanto o desempenho quanto também a redução de consumo de combustível. Para aumentar esta eficiência foi adotada grade do radiador ativa, que pode reduzir a abertura entre as persianas quando a temperatura do motor permite. Outro detalhe nesse sentido é a adoção de maçanetas embutidas, já utilizadas na classe superior. a S.
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No processo sistemático de eletrificação adotado pela marca, o novo Classe E vai ter opção de motores a combustão, gasolina e diesel, de quatro e seis cilindros da atual família de motores modulares Mercedes-Benz, que, segundo o fabricante, garante flexibilidade da produção dos modelos eletrificados. Além de turbocarregamento, eles incorporam gerador-motor de partida integrado ao câmbio. Nesta tecnologia híbrida leve, com bateria de 48 volts, quando o gerador inverte a função para motor, ele entrega 23 cv ao motor a combustão em situações de alta demanda de potência pelo motorista.
Serão oferecidas três versões híbridas leves com motor a gasolina: a E 200 com o motor de 4 cilindros, 2 litros, turbocarregado, e potência de 204 cv com torque de 32,6 m·kgf; E 350, mesmo motor do E 200, mas de 255 cv (torque não informado), além da E 450, motor de seis cilindros em linha 3-litros turbocarregado de 375 cv (torque também não informado). Já a versão híbrida leve a diesel E 220 d, o motor quatro-cilindros 2-litros turbocarregado, é de 197 cv e 44,8 m·kgf.
Também serão oferecidas versões híbridas plug-in de quarta geração. Com potência do motor elétrico de 129 cv deverá possibilitar alcance de até 116 quilômetros (ciclo WLTP) em modo elétrico. Essas versões híbridas plug-in serão oferecidas inicialmente somente com motor a gasolina: E 300 e 2-litros de quatro cilindros turbocarregado, 312 cv e 56,1 m·kgf, além da E 400 e, também com o motor de 2 litros turbocarregado, 381 cv e 66,3 m·kgf.
Todas as versões são associadas a câmbio automática de nove marchas 9G-TRONIC. O motor elétrico, o módulo eletrônico de potência e o trocador de calor foram movidos para dentro do sistema de transmissão, o que oferece vantagens em relação ao espaço para instalação, como também na redução de peso, além da maior eficiência. Também, a interação otimizada com a bomba de óleo elétrica auxiliar reduz a taxa de entrega da bomba mecânica em 30% em comparação com antecessor para ganho de eficiência.
Uma nova geração de controle de transmissão totalmente integrado tem processador multi-core e novo design na tecnologia de conectividade, o que aumenta o poder de computação, enquanto o número de interfaces elétricas foi drasticamente reduzido. A tração integral 4MATIC foi aprimorada para permitir que torque mais alto seja transmitido ao eixo dianteiro contribuindo para a dinâmica de condução.
Sistemas de assistência à condução do novo Classe E incluem o assistente de atenção, a assistência ativa de frenagem, o assistente de conservação na faixa, o pacote de estacionamento com câmera de ré e o assistente de limite de velocidade.. O status e a atividade destes sistemas são exibidos em tela cheia diante do motorista. O assistente de atenção, por exemplo, agora também oferece aviso de distração se os olhos do motorista não estiverem focados na estrada por vários segundos. Ao detectar sinal de distração o motorista é alertado acústica e visualmente.
As assistências ativas de frenagem e de conservação na faixa mudam temporariamente para o modo sensível. Se o motorista ainda não prestar atenção à situação ocorre uma escalada com um segundo aviso em tom de alerta contínuo. Se o motorista ainda não responder, o sistema pode iniciar uma parada de emergência pelo assistente dedicado. O aviso de distração do assistente de atenção é ativado a partir de 20 km/h. Já o assistente ativo de distância é de série na Europa Ocidental e regula a velocidade de acordo com a dos veículos à frente.
O pacote de assistência à condução Plus é opcional. Os componentes incluem o assistente ativo da direção, que auxilia na manutenção de faixa. Porém, se ele estiver desativado por as marcações da faixa não estarem claramente visíveis, ele sinaliza isso ao motorista por meio de vibração no volante. Caso este sistema não esteja disponível, o sinal iluminado do volante no visor do motorista também muda de cor, de verde para cinza. Além deste, também são oferecidos de série ou como opcional diversos outros sistemas de segurança ativa e passiva.
E embora a nova geração venha de série com vários sistemas de assistência ao motorista, como frenagem de emergência automática e monitoramento de ponto cego, a maioria dos outros equipamentos são opcionais, incluindo controle de cruzeiro adaptativo com centralização de faixa. Também opcional é o sistema de tecnologia autônoma de nível 4, que oferece a função de estacionar, com ou sem motorista, e que até agora era disponível apenas para o Mercedes Classe S. Mas será oferecida apenas nos mercados em que as leis o permitem, como na Alemanha.
Internamente o espaço foi ligeiramente aumentado em relação a geração anterior, com a distância entre eixos 20 milímetros maior, o que melhorou a acomodação no banco traseiro. A cabine também ganhou uma reformulação abrangente, com novo visual e funcionalidade digital mais contemporânea, maior conforto, além de materiais de acabamento de maior qualidade indicando a preocupação da Mercedes-Benz com detalhes de requinte para destacar um estilo luxuoso e posicionamento mais alto no segmento que a marca afirma ser a linha líder.
O painel tem telas independentes. A de instrumento para o motorista é de 12,3 polegadas, enquanto a de infotenimento é de 14,4 polegadas. Mas o comprador poderá optar pelo novo sistema Superscreen, que a Mercedes apresentou no SEMA Show, a feira de produtos eletrônicos de Las Vegas, em novembro do ano passado. Visualmente destacada, a tela central parece flutuar acima da superfície côncava e se a versão estiver equipada com a tela opcional do passageiro no banco dianteiro, a grande superfície de vidro do MBUX Superscreen estende-se até ao visor central.
A produção do novo Classe E começará na fábrica da Mercedes-Benz em Sindelfingen, Alemanha, no verão europeu, mas a empresa informou que uma versão de entre-eixos maior também será produzida na fábrica da joint venture operada pela Mercedes-Benz e a estatal chinesa BAIC em Pequim, China, no próximo ano. A marca ainda não divulgou os preços das versões, mas a imprensa internacional já especula que deverão ir de 50 mil a 75 mil dólares (R$ 251 mil a R$ 376 mil na conversão direta).
RM