Na coluna de hoje vou sair do tema automóvel, o foco do AE, embora sem me afastar tanto dele: obsolescência. Posso falar disso com segurança porque aconteceu comigo esses dias.
Em dezembro de 2013 entrei na era das “telonas” ao comprar uma Smart TV Samsung de 40 polegadas. Imagem sensacional, especialmente para o que tanto curto, corridas de F-1. Meu genro logo sugeriu que eu assinasse a Netflix, uma ótima ideia. Assistir corridas e filmes ganhou nova dimensão.
Sem contar as séries da Netflix, como a “Dirigir para viver”, sobre F-1 e que está na sexta temporada, referente à do ano passado.
Os anos foram passando, o televisor com funcionamento impecável, nenhum problema nesses pouco mais de 11 anos.
Eis que no dia 15 de março último, ao acessar a Netflix, surgiu uma mensagem na tela:
“A partir de 20 de março a Netflix não estará mais disponível neste aparelho. Acesse netflix.com/help para ver a lista de aparelhos compatíveis.”
Achei que se tratava de algum tipo de engano. Meu raciocínio foi ser impossível um televisor de fabricante mais do que idôneo e com apenas 11 anos de uso não servir mais para o serviço de videostreaming. Não dei atenção, e continuei a acessá-la, tudo normal.
Mas no dia 20 de março, outra mensagem, desta vez sem a data e o tempo do verbo da frase passando a presente — não está mais.
Demorei a digerir aquilo. Quer dizer então que a Netflix determinou a obsolescência do televisor do cliente, um aparelho moderno, perfeito?
Hoje a mensagem é outra, é a da foto de abertura, que chegou a me dar esperança de dar a volta por cima da “obsolescência”, mas, qual nada. Não tem como.
O quarto do casal recebeu um televisor Smart TV da mesma marca, porém de 32″ — 40″ seria muito grande, eu e minha mulher concluímos. Este televisor, três anos mais novo, não foi “obsoletizado” pela Netflix e a acessa normalmente. Como também o meu computador desktop, mas sua tela de 18″ exige ficar afastado no máximo uns 40 cm dela.
Assistir filmes na poltrona ou no sofá da sala acabou graças à incompetência — irresponsabilidade? — da Netflix.
De resto, o velho conhecido dos SACs, a cada contato por escrito ou por voz — nunca rápidos — uma nova história, o que por si só é estranho. Solução zero, obviamente.
Não vale a pena gastar dinheiro numa TV nova, se a atual está perfeita, só porque a Netflix quer.
A Netflix ganhou sim. Ou será que perdeu?
Mas esse caso foi útil para o AE. Vou procurar saber se a cada vez mais comum atualização de software dos carros “pelo ar” (OTA, over the air) cessa após determinada idade do veículo, se o proprietário nesse caso perde o direito à atualização.
BS
A coluna “O editor-chefe fala” é de exclusiva responsabilidade do seu autor.