Poucas vezes a Fórmula 1 viveu uma época de renovação tão marcante quanto o que indica o resultado do GP do Azerbaijão, prova disputada domingo no circuito de rua de Baku, a capital do país. A vitória de Oscar Piastri (foto de abertura), piloto australiano de 23 anos que disputa sua segunda temporada na categoria, passando pelo oitavo e décimo colocados, o argentino Franco Colapinto (21) e o inglês Oliver Bearman (19), ambos em sua segunda corrida, mostra 30% das dez posições pontuáveis ocupadas por novatos. décimo, cada um com apenas duas corridas no currículo. Em uma época que o grid ainda mostra Fernando Alonso (43) e Lewis Hamilton (39), e Max Verstappen já em sua décima temporada, tal renovação ameaça muitos pilotos. Ao trio de jovens devem se somar o neozelandês Liam Lawson (22) e o brasileiro Gabriel Bortoleto (21), cotados para disputar o campeonato do ano que vem..
Piastri é um nome que marcou presença por onde competiu, e mesmo ao lado do já ex-novato Lando Norris expande seu espaço na equipe McLaren a cada corrida. O inglês de 24 anos (13/11/1999) já tem 121 GPs, duas vitórias e é o vice-líder do Campeonato Mundial com 254 pontos, 59 atrás do líder Max Verstappen, que venceu os últimos três títulos As atuações de ambos mostram que não vai demorar muito para Piastri conquistar o posto de primeiro piloto da equipe.
Ao contrário de Piastri, Franco Colapinto (27/5/2003) não colecionou títulos pelas categorias por onde passou, mas sempre disputou as primeiras posições e conseguiu vencer corridas. Chamado a ocupar o lugar do ineficiente Logan Sargeant, dispensando da equipe após o recente GP dos Países Baixos, o argentino nascido na cidade de Pilar (50 km ao norte de Buenos Aires), já mostrou que a mudança valeu. Em sua segunda corrida ele se classificou entre os 10 primeiros no grid, superou o piloto anglo-tailandês em treinos e marcou pontos, resultados impensáveis para o estadunidense, resultados que lhe garantiram manchetes em todos os meios de comunicação do seu país. Ironicamente, ele poderá ficar fora da F-1 em 2025 e continuar como piloto reserva da Williams, que já anunciou Alex Albon e o espanhol Carlos Sainz como pilotos oficiais para 2025.
Mais jovem da safra de novos valores, o inglês Oliver Bearman já havia impressionado ao substituir às pressas Carlos Sainz no GP da Arábia Saudita e levou seu Ferrari ao sétimo lugar. Em Baku ele novamente fez o papel de substituto ao assumir o cockpit do Haas VF24 do dinamarquês Kevin Magnussen, punido com a suspensão de uma prova por provocar ou envolver outros pilotos em situação de risco. Em 2025 Bearman assume o lugar de Magnussen e é cotado como futuro piloto da Ferrari.
O neozelandês Liam Lawson já disputou cinco GPs em 2023 ao substituir o australiano Daniel Ricciardo, que fraturou a mão nos treinos para a etapa nos Países Baixos. O futuro de ambos ainda é incerto: há duas vagas em aberto nas equipes Red Bull e RB (antiga Toro Rosso). Na primeira, não são muitos os que têm certeza absoluta de que o mexicano Sergio Pérez manterá seu lugar como companheiro de Verstappen e muita gente aposta que Ricciardo deverá deixar a categoria. Lawson é o candidato natural para qualquer uma dessas vagas.
Brasileiro Bortoleto é o nome da vez
Some-se aos quatros novatos citados acima o nome do brasileiro Gabriel Bortoleto (19 anos), que agora lidera o Campeonato Internacional de F-2 FIA e pode repetir o título conquistado na F-3 em 2023. Bortoleto se destaca pela postura tranquila e elegante ao se comunicar com todos e, principalmente, por suas qualidades como piloto estratégico, frio e rápido. Atualmente ligado à McLaren — que não deverá trocar seus pilotos tão cedo —, ele é cotado para assumir um lugar na equipe Sauber, que vive um processo de incorporação pela Audi, que estreará oficialmente em 2026. Comenta-se que Bortoleto poderá participar do primeiro treino livre do GP de São Paulo, em Interlagos, substituindo o chinês Guanyu Zhou ou o finlandês Valteri Bottas, que espera permanecer na equipe. Os dois ainda não têm contrato para 2025.
Luto no automobilismo nacional
A semana começou triste para o automobilismo nacional nas últimas 24 horas foram confirmadas as mortes de Aloysio Andrade Filho e Elvio Divani, ambos destaques nas pistas nas décadas de 1960 e 1970. Aloysio, mais profissional, brilhou inicialmente com carros de turismo e na F-Ford, antes de se tornar um vitorioso dono de equipe. Divani praticou o esporte como apaixonado e competiu nas provas de turismo e monopostos das Fórmulas Vê e Super Vê. Para disputar a primeira ele construiu o Protos, um monoposto de alto rendimento e excelente padrão de construção.
O resultado completo do GP do Azerbaijão você encontra aqui.
WG
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