O ano de 2015 foi um ano especial para mim; uma efeméride coroou um trabalho que começou há muitos anos. E o melhor de tudo, uma fantástica viagem à Alemanha tornou possível comemorar esta efeméride e me deu a oportunidade de relembrar o itinerário que me levou a aquele palco, numa grande tenda de eventos, para consolidar os 20 anos que, na verdade, levaram quase 30 desde o início dos trabalhos. E a festa foi numa aprazível estância hidromineral que fica pertinho de Frankfurt e que abriga a cada quatro anos talvez o melhor evento de Fuscas veteranos do mundo.
Tudo começou quando eu entrei no Sedan Clube do Brasil em 1985. Foi um acaso, eu vinha na rua Heitor Penteado, na capital paulista a bordo de meu valente carro, o Rosinha com seu teto solar original e sua vigia traseira oval, quando um outro Fusca antigo, um split-window, emparelhou e pediu para que eu parasse. Era o Gavino que queria me dizer que iria ser realizado um passeio ao Pico do Jaraguá em alguns dias, só para Fuscas. Pois é, era um clube, que tinha nascido há pouco tempo, criado por Sérgio Eduardo Fontana, Eduardo Ohara e Demétrius Bergamo. Mas a Volkswagen do Brasil não permitia o uso da palavra Fusca, sua marca depositada, e a solução encontrada foi usar “sedan” e a ação entre amigos se estabeleceu.
O passeio foi uma experiência que jamais esquecerei, os carros foram divididos pelos anos de fabricação, primeiro os mais velhinhos, lote em que eu estava. Ao subir a estradinha do Pico do Jaraguá alguns spilt-windows iam na minha frente, com seu ruído de “máquina de costura” característico, galhardamente ascendendo à montanha. Muito lindo, esta sensação não se repetiu em nenhum outro evento de que eu tenha participado. Pena que naquele tempo não se tinha acesso fácil a equipamento de filmagem, teria sido um vídeo épico.
Comecei a colaborar na gestão do clube e o tempo foi passando, quando uma geração de pessoas incríveis assumiu o departamento de marketing da Volkswagen do Brasil e o céu que costumava estar carrancudo para os lados do clube se abriu ensolarado. Ocorreu uma aproximação muito produtiva, estávamos em 1988. O Fusca tinha deixado de ser produzido em 1986…. Talvez isto tenha até sido um fator que permitiu que esta aproximação tivesse se efetivado.
A primeira atividade conjunta era para ser muito grande, espetacular, algo ainda não visto no cenário antigomobilista brasileiro. Estava se conformando o que viria, depois, a ser o “DNF – Dia Nacional do Fusca”. Aproveitando o 4º Encontro do Sedan Clube que estava marcado para o dia 20 de novembro de 1988 o plano era realizar um megaevento em Interlagos, isto comparando seu tamanho com as realizações feitas até então. O logotipo aproveitou como mote a data, a saber 20, como sendo a envolvente de um Fusca.
Um pequeno percalço não foi capaz de atrapalhar as coisas: o megaevento era para ser realizado no dia 20 de novembro de 1988, mas isto não foi possível pois o Autódromo de Interlagos não foi liberado, e o megaevento ficou para janeiro seguinte; naquele tempo não estavam sendo realizadas as Mil Milhas que tradicionalmente eram realizadas em janeiro. Foi necessário acionar o “Plano B”.
Em tempo, o 4º Encontro do Sedan Clube, dedicado aos 35 anos da Volkswagen no Brasil, foi realizado “normalmente” com um passeio que partiu do Obelisco do Ibirapuera e durante o qual repetimos a famosa foto na frente do galpão da rua do Manifesto, primeiro endereço da Volkswagen no Brasil; depois fomos até a Fábrica Anchieta onde os carros do comboio puderam entrar, para depois irmos todos almoçar no Florestal, um dos famosos restaurantes italianos da avenida Demarchi em São Bernardo do Campo, SP. Talvez assunto para uma próxima matéria de reminiscências…
Várias reuniões e preparativos para o “Primeiro Encontro Nacional dos Fuscas” já tinham sido realizados. E já na fase do “Plano B” foi realizada uma reunião num fim de semana, dia 12 de novembro de 1988, com a presença do grande amigo Luiz César Basso Barbosa, então Gerente de Propaganda e Marketing da Volkswagen. A reunião ocorreu num Well’s Burger (que era da rede Pão de Açúcar) lá na Praça Panamericana, onde hoje é um McDonald’s.
Acabou sendo um evento significativo, acompanhado por uma campanha de revisões e vendas de peças de Fusca pelo Brasil inteiro. Curiosamente, toda o grafismo da festa tinha sido preparado para um dia 20 que passou a ser oficialmente o DNF, mas o evento acabou sendo realizado no dia 15 de janeiro de 1989, dando início à uma série inesquecível de eventos. Um deles foi registrado no Livro Guinness dos Recordes, e este recorde foi quebrado no evento seguinte, 2.728 carros reunidos em Interlagos, isto já no dia 1º de maio de 1995. A foto abaixo mostra a página 163 do Livro Guinness 1995 que deu um grande destaque para o nosso primeiro recorde:
Uma curiosidade daqueles tempos: a edição extra de 6 de janeiro de 1989 do boletim interno do Fusca Clube do Brasil, A BANANINHA, com descrição e instruções básicas do Primeiro Encontro Nacional dos Fuscas — que foi a comemoração do primeiro Dia Nacional do Fusca, realizado no dia 15/01/1989 no Autódromo de Interlagos.
Naquele tempo eu concebia, diagramava e editava estes boletins, usando para isto um computador Apple IIe e uma impressora matricial, era o estado da arte da época. Eu fazia muitos desenhos no computador ponto por ponto, como o desenho da Bananinha na parte superior da capa e o logo do dia 20 na parte inferior. Se você ficou curioso e que ver como era este tipo de comunicação em 1989, veja a digitalização sob forma de revista clicando AQUI .
Mas a roda da vida foi seguindo seu rumo e, apesar de já ter feito um estágio na Alemanha na década de setenta, a empresa decidiu me enviar de volta para um estágio temporão no fim de 1989, preparativo para novas atribuições. Eu cheguei na Alemanha na época da queda do Muro de Berlim. Antes de partir eu tinha estruturado o clube de modo a que tudo pudesse continuar sob controle durante a minha ausência.
Uma das primeiras cartas que recebi lá na Alemanha foi de meu amigo e então sócio do clube, o Dario Farias — que ainda hoje é muito ativo no contato por correspondência com clubes do estrangeiro. Ele me lembrou de eventos importantes na Alemanha, dentre eles o já então muito famoso evento de Bad Camberg.
Dois anos depois eu fiz contato com o então organizador do encontro, o saudoso amigo Heinz Willy Lottermann (falecido em 2000). Combinamos que eu iria ao evento, chegando lá de Mercedes-Benz, pois meu VW tinha ficado no Brasil e estava em restauração na “Ala 0” da Volkswagen do Brasil. Fui muito bem recebido; acabei sendo convidado a dizer algumas palavras no jantar de confraternização. Estávamos no dia 29 de junho de 1991.
Baseado no bem-sucedido Dia Nacional do Fusca brasileiro, lancei a idéia do DMF – Dia Mundial do Fusca, que foi aprovada por aclamação pelos presentes, representantes dos cinco continentes. Normalmente, quando alguém lança uma idéia, sobra para este alguém correr atrás e realizá-la. Iniciei os trabalhos, usei o editorial Some Words to Our Friends Abroad do A BANANINHA, boletim interno do clube que era enviado bilíngüe, português e inglês, a clubes de vários países do mundo — fato que tornou este clube uma referência internacional naquela época.
Mas que dia seria o DMF? Com base no clima, evitando o inverno europeu, e escolhendo uma data significativa sob o ponto de vista histórico, a decisão recaiu sobre o dia 22 de junho, pois nesta data, em 1934, foi assinado o contrato entre o escritório de engenharia de Porsche e a Confederação da Indústria Automobilística Alemã (RDA) para o desenvolvimento dos três primeiros protótipos do que viria a ser o “Carro do Povo Oficial do III Reich”, e para nós, muitos anos depois o Fusca.
Tudo acertado, faltava o lançamento oficial desta data comemorativa. Isto veio a ocorrer no 5º Encontro Internacional de VW Veteranos de Bad Camberg. E assim foi feito com a leitura da “Declaração de Bad Camberg” no sábado, dia 30 de junho de 1995. Antes disto, para obter o aval da Volkswagen eu contei com a concordância para este documento do Dr. Bernd Wiersch que era o curador do AutoMuseum Volkswagen, que foi a primeira assinatura. A outra assinatura que solicitei foi do próprio Heinz Willy Lottermann que, como um dos colecionadores Volkswagen mais respeitados do mundo e mentor e organizador dos encontros de Bad Camberg, avalizou a declaração em nome dos colecionadores mundiais. A terceira assinatura foi minha e o documento foi distribuído em quatro idiomas. O Dia Mundial do Fusca alçou vôo também num evento que contou com a presença de representantes dos cinco continentes.
Ainda não se tinha acesso à internet, as coisas eram resolvidas pelo correio e a idéia do DMF começava a conquistar o mundo, com uma grande receptividade na América Latina. Quando passei a ter acesso à internet a comunicação melhorou através das redes sociais, e, passando pelo Orkut, com o advento do Facebook as coisas melhoram muito e foi possível ir fazendo a divulgação do DMF e, por exemplo, ir colecionando as centenas de cartazes comemorativos do DMF, tanto elaborados individualmente como por clubes e entidades organizadoras de eventos comemorativos.
Mas, com o falecimento do Heinz Willi Lotterman, que eu com muito pesar registrei em uma de minhas páginas na internet (Veja AQUI), e com o afastamento do seu filho, Markus, da organização dos eventos que são realizados a cada quatro anos, o contato com Bad Camberg foi se tornando distante. Mas os eventos continuaram a ser realizados por uma nova equipe.
Quis o destino que esta situação se transformasse a partir de uma matéria que escrevi sobre a minha visita ao também saudoso Márcio Piancastelli (falecido em 18 junho de 2015). No dia 6 de setembro de 2014 eu fui lá com o pessoal do VW SP2 Club para a comemoração do aniversário de 78 anos dele. Um dia memorável.
A minha matéria acabou chamando a atenção dos amantes do VW SP2 da Alemanha e um deles em especial, o Achim (ele prefere que seu sobrenome não seja divulgado), entrou em contato comigo. Começamos a nos corresponder por e-mail e num deles ele contou que o VW SP2 dele, apesar de não ser da época dos carros permitidos nos eventos de Bad Camberg (são permitidos Fuscas até 1955 e Kombis até 1957) iria participar como uma construção especial.
Foi a deixa para pedir a ele que fizesse a ponte com os atuais organizadores, o Team Lottermann, liderado pelo Michael Lottermann, irmão do Heinz Willi. Isto porque meus planos não eram de simplesmente visitar o evento, mas sim de ser parte dele! Estávamos em fevereiro de 2015.
Seguiu-se uma aproximação com a família Lottermann, de início meio fria, afinal de contas esta parte da família ainda não me conhecia. Enviei vários documentos de 1991 e 1995 e sugeri que poderia dar uma breve palestra durante o evento para comemorar os vinte anos do DMF (isto para realizar um grande sonho meu); seguiu-se um clima de “saudável” desconfiança. Mas a sorte estava mudando e o Markus Lottermann tinha decidido voltar a morar em Bad Camberg e ajudar na organização do evento, e nós nos conhecemos há 24 anos!
Eu, como combinado, enviei a versão beta de minha palestra para que eles dessem uma olhada e o que se seguiu-se foi incrível. Eles adoraram a palestra, o Michael fez questão de ligar para mim para expressar o contentamento e aprovação de toda a família para a palestra, e o relacionamento mudou da água para o vinho.
Uma ocasião importante destas merece um logotipo comemorativo e a amiga Heide-Marie Van Der Au, da África do Sul, voltou a colaborar comigo na sua confecção. Ela já tinha participado na preparação do logo de despedida do motor VW Boxer. No caso do Logo dos 20 anos do DMF ela criou um novo “Fusca Amarelinho” que substituiu o antigo que era o do Dia Nacional do Fusca que foi usado também para o DMF até então.
Um dos itens a serem preparados era a “camisa de evento 2015” e eu fiz o layout e fui até a empresa que conheço há mais de 20 anos a ASSATEC, que fica na Lapa, em São Paulo, SP, e lá o Gileno me recebeu, ele tinha feito a “camisa de evento 1995” e ainda se lembrava dela. Realmente uma raridade nos dias de hoje. Ele é um profissional de mão cheia e caprichou na execução mais uma vez.
Foto das costas da camisa ressaltando o logotipo dos 20 anos do DMFCom esta camisa eu pude prestar homenagem ao Clube do Fusca de Poços de Caldas do qual sou sócio honorário; e ao Brezelfensterverein eV, meu clube de Fuscas na Alemanha; isto através dos respectivos logotipos nos ombros desta camisa.
Toca finalizar a apresentação em PowerPoint; como é um evento internacional decidiu-se que ela seria em inglês; como sempre tinha uma coisinha para “ajustar”, ficou coisa até para a última hora, como de costume. Um dos itens que preparei para a apresentação foi o levantamento dos locais conhecidos por mim onde o DMF é comemorado e disto resultou um mapa-múndi (explore o mapa que interativo AQUI). Como se pode ver são até agora 36 países nos cinco continentes; ainda há espaço para continuar com a divulgação deste dia e toda a ajuda possível neste sentido é muito bem-vinda. Se você conhece clubes ou Fuscamaníacos de lugares onde ainda não há registro no mapa, por favor passe a palavra e o link do SITE OFICIAL desta data.
A chegada à Bad Camberg foi à tardinha com uma leve garoa e uma temperatura abaixo do esperado para verão pleno. No caminho, já quase chegando à Bad Camberg, andamos atrás do final de um comboio VW Veteranos que vinha da Bélgica, e isto já nos fez entrar no clima do evento, era a quinta-feira dia 18 de junho. Chegando ao hotel mais carros antigos estavam compondo o clima do evento que começaria oficialmente no dia seguinte.
Este comboio belga, que durante o dia atingiu o número de 200 carros, é organizado pelo colecionador e grande revendedor de peças Volkswagen, Bob van Heyst fundador da BBT NV. Tradicionalmente o comboio vem da vila de Sint-Job-In-‘t-Goor, na província de Antuérpia na Bélgica, onde fica a sede da BBT. O comboio sai pela manhã da sede da BBT NV e depois de percorrer 354 km costuma chegar à tardinha em Bad Camberg.
Ao chegar à Bad Camberg a emoção foi muito grande, um sonho estava se realizando e, apesar de já estar anoitecendo, parei para a tradicional foto de entrada na placa de entrada no município.
O Hotel Taunus Residence, reservado para os convidados VIP do evento, foi uma grata surpresa, fomos muito bem recebidos. As acomodações são excelentes e o restaurante Estragon do hotel é de primeira. A vista do quarto era uma beleza e tínhamos até uma sacadinha para curtir o panorama…
Na sexta-feira foi dia de fazer contato com o pessoal e encontrar alguns amigos brasileiros que estavam por lá. Depois fomos explorar o local onde a palestra seria realizada, a tenda de evento, localizada ao lado do antigo campo de futebol que foi o palco do fantástico desfile de raridades absolutas.
Neste evento também foi possível rever velhos amigos depois de 20 anos, dentre eles o amigão Filippo Massa, de Sanremo, Itália, um grande Fuscamaníaco que também escreveu o seu livro sobre o Fusca: L’auto del secolo – Vita e miracoli del Maggioloino Volkswagen (Editora Alkalea Edizioni, ISBN 88-87643-13-X), na capa deste livro ele usou a ilustração de uma das primeiras propagandas do Fusca no Brasil que eu havia enviado para ele, e que, na verdade havia sido “descoberta” pelo jornalista e amigo Jason Vogel.
E aqui o reencontro tão esperado com um amigo que inicialmente conheci por correspondência, encontrei em Bad Camberg em 1995 e o revi agora em 2015:
Outro amigão que pude reencontrar foi o John Forbes, que compareceu a todos os eventos de Bad Camberg à exceção do primeiro, pois ele não ficou sabendo da realização dele. Ele hoje é aposentado, mas durante muitos anos ele manteve uma oficina especializada em Fuscas na cidade de Edimburgo, na Escócia, sendo considerado o melhor mecânico de Volkswagens arrefecidos a ar da Inglaterra.
Ele compareceu em 2015 como sempre acompanhado pela esposa, Valerie, e pela filha, Sarah, e demonstrou realmente não medir esforços para manter a tradição.
Foto de 2015 com o John na cadeira de rodas, a Sarah, eu e a ValerieO evento em si foi sensacional e as raridades se multiplicavam no gramado do evento. Carros que são solenes desconhecidos nossos, pois a nossa “cultura Volkswagen” se iniciou em 1950 com as primeiras importações feitas pela Brasmotor. Mas carros de 1938 a 1950 apresentam detalhes diferente e peculiares, vale a pena vê-los, sem dúvida alguma. Para dar uma idéia do evento, clique AQUI para acessar o álbum com mais de 600 fotos de meu amigo Luiz Kessler que já é um expert em Bad Camberg, pois participou de três de suas edições recentes.
Para demonstrar o que eu disse sobre as raridades que podemos conhecer em eventos como este, eu selecionei este Volkswagen KdF Typ 82, que é um raríssimo Kommandeurwagen. Ele foi fabricado em 1941 em plena II Guerra Mundial. Este carro tinha o chassi e a suspensão elevada do jipe leve Kübelwagen e tração 4 x 2. O seu estado de restauração é impecável e ele possui detalhes da época do nacional-socialismo, com os distintivos que remetem a ele… Confiram alguns destes detalhes, vejam o que conseguem “descobrir”.
Ainda na sexta-feira à noite foi possível socializar com o casal Birgit (Biggi) e Michael Lottermann — organizadores do evento, em boa companhia do jovem casal de brasileiros Nicole e Ighör Toht. Muitos papos e grandes histórias para contar.
O sábado, dia 20 de junho de 2015, foi o grande dia para mim, o dia de minha palestra. Mas ainda havia muita coisa a fazer antes disto. Uma atividade protocolar foi participar de uma reunião a convite do prefeito de Bad Camberg, Wolfgang Erk, e do presidente do conselho municipal, Heinz Schaus, que receberam os organizadores do evento e um grupo seleto de participantes de vários países na sala de reuniões da prefeitura. Uma atitude simpática destas autoridades que demonstraram com isto o seu grande engajamento em relação ao evento.
Durante a reunião eu tive a oportunidade de passar às mãos do prefeito, em nome de todos os Fuscamaníacos presentes, um quadro com o logotipo comemorativo dos vinte anos do DMF, uma maneira de registrar o fato perante as autoridades locais e de agradecer à gentileza do convite, bem como aos brindes que recebemos durante a reunião.
Depois de tanta expectativa chegou a minha hora de realizar o sonho: formalizar a comemoração do aniversário de 20 anos do DMF proferindo uma palestra sobre este dia comemorativo. A tenda do evento estava lotada.
.
O mote da palestra foi o amor pelo Fusca. Como na minha palestra de 1991 eu tinha presenteado o saudoso Heinz Willi Lottermann com uma camiseta da campanha “Eu Amo Fusca”, lançada em 1982, foi possível desenvolver este assunto partindo da música “All you need is love” dos Beatles, do jingle de televisão da campanha “Eu Amo Fusca” chegando a uma significativa foto dele com a camiseta que ele fez questão de vestir na hora em que recebeu.
Em seqüência falei da evolução do logotipo do evento, das origens do DMF, mostrei o mapa-múndi, exemplos de cartazes comemorativos de várias partes do mundo, exemplos de eventos concluindo com um chamamento para que se faça a divulgação do evento para ampliar a sua área de abrangência. O amigo Luiz Kessler fez algumas tomadas da palestra com a sua câmera GoPro e eu compus um vídeo com algumas cenas desta palestra. Se você quiser pode assistir a este vídeo clicando AQUI.
Terminada a palestra eu tive a oportunidade de passar um presente para a Biggi, artesanato de madeira brasileira. E o momento alto foi quando eu passei para o Michael e para o Markus um quadro com a foto de seu irmão e pai, respectivamente, aquela na qual este estava usando a camiseta “Eu Amo Fusca”; foi um momento de emoção redobrada.
Eu gostaria de ressaltar que a estada em Bad Camberg para nós, minha esposa e eu, foi valorizada pela agradabilíssima companhia de dois casais brasileiros: os Kessler e os Thot, com os quais tivemos a oportunidade de dividir momentos maravilhosos desta estada em Bad Camberg.
Aproveito para registrar alguma fotos com amigos tanto do Brasil, como do resto do mundo. Os contatos foram todos muito agradáveis e trouxeram consigo a esperança de um reencontro em breve.
No caminho de volta, depois da visita a Wolfsburg voltamos a Bad Camberg para uma breve pausa antes do vôo de volta para o Brasil e foi uma oportunidade de rever o querido casal Lottermann e passar o meu livro para eles, já que não tinha feito a entrega na estada anterior. Batemos um excelente papo no lobby do hotel, consolidando a amizade que se tornou uma extensão daquela iniciada com o saudoso Heinz Willi.
Como a esperança é a última que morre, e como temos dois anos até lá, finalizo esta longa série de fotos com a com o grande colecionador e organizador do evento de Hessisch-Oldendorf, Traugott Grundmann. Quem sabe vamos ter a oportunidade de reportar o próximo evento de lá que será em 2017, com data ainda em aberto; vamos ver se até lá a situação brasileira melhora o suficiente para uma nova viagem internacional.
Eu gostaria de comentar e até agradecer, por este meio, ao interesse com o qual ele assistiu à minha palestra, posso dizer que ele conseguiu reconhecer o meu empenho durante tantos anos em prol do Fusca, desde a manutenção dos carros entre nós até a preservação de sua interessante história, pois ele verbalizou isto quando me cumprimentou no final da palestra. Sim, pois a criação do Dia Nacional do Fusca no Brasil, depois do Dia do Fusca no Município de São Paulo, foi instituído pela Lei Municipal No 12.202/96 de novembro de 1996. E, finalmente do Dia Mundial do Fusca tem por finalidade promover os esforços no sentido de incentivar a preservação desta história.
Nota final: tenho muito orgulho do meu trabalho realizado à frente tanto do Sedan Clube do Brasil, depois Fusca Clube do Brasil, trabalho este ainda na memória de muitos. Mas, também em respeito em especial aos que presidem esta entidade hoje em dia, confirmo que no dia 20 de janeiro de 1988 eu renunciei formalmente ao cargo de presidente; e que juntamente com isto foi interrompido qualquer vínculo com esta entidade. Acredito que o reconhecimento do que fiz foi o motivo da homenagem que recebi deste clube quando de seu aniversário de 30 anos.
Integra da palestra de Bad Camberg: se você tiver a curiosidade de ver a palestra que proferi em Bad Camberg, veja a palestra transformada em vídeo e narrado em inglês clicando AQUI.
AGr