Largada Gávea
Nosso amigo Paulo Scali nos enviou a mensagem abaixo, com a foto, e achei que devia compartilhar com o leitor ou leitora.
Esse ponto na avenida Marquês de São Vicente é onde fica a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Eu viria a morar em 1946 a uns 300 metros dali.
Boa leitura!
BS
“Amigos automobilistas, a foto é da largada, na chuva, do Grande Prêmio Cidade do Rio do Janeiro de 1937, no Circuito da Gávea. O alemão Hans Stuck, de Auto Union P-Wagen Tipo C, na ponta, seguido do italiano Carlo Pintacuda com Alfa Romeo P3. Público de guarda-chuva postado ao longo da pista de paralelepípedos neste trecho, trilhos de bonde. Chove forte, é muita coragem!
Pintacuda venceu, com Stuck chegando logo atrás. Na pista molhada o Alfa Romeo era melhor que o grande e potente Auto Union de motor V-16 5-litros.
Provavelmente esta é a foto mais representativa do nosso automobilismo. Público na época 250.000 a 300.000 pessoas, trens chegavam de São Paulo lotados! E acabaram com o trem!
Passados quase 80 anos não temos absolutamente mais nada no Rio de Janeiro.
Chico Landi venceu três provas do Circuito da Gávea — 1941, 1947 e 1948 — todas com Alfa Romeo. Na prova de 1941 o segundo colocado foi seu irmão Quirino Landi com Maserati.
Sem dúvida, Chico Landi foi nossa maior referência. Numa época do Brasil praticamente agrícola. Landi foi excepcional dentro da sua simplicidade, mostrou competência ao pilotar monoposto, esporte, turismo, grã-turismo etc., carros de baixa cilindrada, alta, sempre andando na frente tanto no Brasil como na Europa. Landi mostrou, transmitiu a segurança de que correr na Europa era possível. Ganhamos oito campeonatos de F-1, construímos F-1.
Hoje não temos mais pista na cidade do Rio de Janeiro e é um absurdo não termos um “Autódromo Chico Landi”. Poucos sabem que o engenheiro inglês Louis Romero Sanson construiu Interlagos, inaugurou-o em 1940 com recursos próprios.
Acho que o automobilismo brasileiro está precisando de atenção.
Abraço,
Paulo Scali”