Ontem (4) o presidente e executivo-chefe da Nissan Motor Company, o brasileiro Carlos Ghosn, chamou uma coletiva de imprensa, à qual o AE esteve presente, para anunciar a produção do novo crossover global da marca que será vendido no Brasil e em outros mercados da América Latina em 2016. A produção também será em Resende (RJ), na fábrica da Nissan onde são fabricados os compactos March e Versa.
Veja o vídeo da coletiva:
O Kicks de produção foi inspirado no Kicks Concept apresentado na Salão do Automóvel de São Paulo de 2014, quando teve a ampla aceitação do público, contribuindo para a decisão da Nissan em fabricá-lo. Com isso a Nissan está investindo R$ 750 milhões na fábrica de Resende que foi inaugurada em abril de 2014. Após o início da produção, a Nissan tem como objetivo contratar 600 novos funcionários e iniciar um segundo turno na unidade de Resende de onde o Kicks será também exportado.
O Kicks é um crossover compacto e fará parte de um segmento que em 2015 cresceu 20% no Brasil e está crescendo também no mundo todo. Aqui deve concorrer com EcoSport, Duster, Renegade, HR-V e 2008, nesse segmento que mistura crossovers e suves compactos. Nada se falou sobre o carro a não ser que ele foi desenvolvido especificamente “para atender o gosto dos brasileiros.”
A julgar pela experiência da Nissan com modelos como Juke, Quahqai, X-Trail e Murano em outros mercados, e o desenho do Kicks Concept, podemos esperar um produto interessante, e que pode ser o primeiro Nissan a cativar o consumidor brasileiro com consistência.
Durante a coletiva Carlos Ghosn deu também outras informações importantes:
– March e Versa devem receber caixa automática ainda esse ano;Apesar de a Nissan ter aumentado levemente sua participação de mercado de 2,1% para 2,5% no mercado brasileiro, o volume de vendas em 2015 foi menor do que em 2014;
– A Nissan está com toda a capacidade de suas fábricas no México e Estados Unidos tomada, enquanto no Brasil, que pode produzir até 200.000 unidades em três turnos, está trabalhando com apenas um turno;
– Taxa de câmbio favorável e capacidade ociosa favoreceram estratégia de tornar o Brasil um centro de exportação;
– A Nissan ainda vê o Brasil como um mercado importante e estratégico, mas depois de uma queda das vendas de mais de 25% em 2015 e uma expectativa de uma queda acima de 5% para 2016, é necessário ter paciência e continuar investindo para colher os frutos no futuro;
– Apesar da retração do mercado brasileiro, a Nissan está crescendo na América Latina;
– A Nissan teve que fazer o lay-off (redução temporária da jornada de trabalho e do salário ou suspensão dos contratos de trabalho para requalificação profissional) para se adequar à nova realidade do mercado, mas não pretende fazer demissões, uma vez que precisará dessa força de trabalho para a produção do Kicks e exportações;
– Relembrou que o superesportivo GT-R será importado para o Brasil e ele mesmo o chamou de Godzilla.
Galeria Nissan Kicks Concept de 2014
GT-R, estamos te esperando!
PK