Consórcio é boa opção de financiamento nestes tempos bicudos de juros altos e crédito sumido da praça.
Vale a pena comprar um carro pelo consórcio?
Há prós e contras. Sem urgência de recebê-lo, pode ser um bom negócio. Caso contrário, melhor o financiamento convencional. Nestes tempos bicudos, de juros altos e crédito sumido da praça, é crescente a procura pelo consórcio.
Quando foi criado, na década de 60, seu único objetivo era a compra de um carro zero-km. Hoje, a carta de crédito dá direito a qualquer bem móvel ou imóvel (carro, casa, apartamento, caminhão, moto, lancha…) e até a prestação de serviços como pacotes turísticos, tratamentos dentários etc. O valor das prestações mensais é suficiente para contemplar dois consorciados mensalmente, um por sorteio, outro por lance.
O consórcio só é vantajoso, em termos financeiros, se o consorciado for contemplado até a metade da duração do grupo. Quem não tem condições de dar um lance ou “azarado”, não faz bom negócio: receber a carta de crédito nos meses finais não compensa, em termos financeiros. Ri pior quem ri por último…
PRÓS
– O consórcio não cobra juros, mas uma taxa de administração que varia de 10 a 20% do valor da carta de crédito. A administradora forma grupos de consorciados que pagam prestações mensais de acordo com o valor do bem e da duração do grupo;
– Não se exige entrada nem parcelas intermediárias: de acordo com a conveniência do consorciado, ele pode pagar exclusivamente as prestações mensais, ou tentar antecipar a contemplação oferecendo um lance;
– A administradora não exige comprovação de renda: o próprio carro garante a dívida.
CONTRAS
– Só vale a pena participar do plano caso não haja urgência para receber a carta de crédito;
– Não existe a data pré-fixada para receber a carta de crédito: só quando for sorteado ou der lance vencedor na assembleia. Isto significa que se corre o risco de pagar o bem durante muitos meses sem recebê-lo;
– Algumas empresas cobram taxas de administração muito elevadas: é sempre conveniente conferir e comparar antes de aderir ao plano;
– Outras empresas atuam no setor sem registro nem autorização do governo e corre-se o risco de elas fecharem as portas e sumirem com o dinheiro dos consorciados. Deve-se verificar sua idoneidade na associação das administradoras (Abac) e no Banco Central, antes de assinar o contrato;
-Muitos vendedores de planos de consórcios são desonestos e oferecem vantagens mirabolantes, impossíveis de serem cumpridos, como a garantia da entrega do carro nos primeiros meses. Outros “vendem” carros já contemplados com documentos falsos ou de administradoras que nem existem mais;
– Ao contrário dos planos de financiamento, as prestações dos consórcios não são fixas e aumentam de acordo com o reajuste das tabelas das fábricas.
– O consorciado leva vantagem no caso de ser contemplado até a metade do grupo. Depois, teria sido melhor investir o valor das prestações no mercado financeiro (poupança, por exemplo), acumular o suficiente para a entrada e financiar o saldo devedor;
– A rigor, se o consorciado não é contemplado no início, ele investe durante dezenas de meses e, ao invés de ser remunerado, ainda paga uma taxa (de administração). Os que só recebem o carro nos últimos meses do grupo financiaram os contemplados no início.
– Não há nenhuma garantia de ser contemplado nos primeiros meses do grupo, mesmo oferecendo um lance elevado. Além disso, há um consenso de que o lance máximo não deve ultrapassar 30% do valor do carro, pois, neste caso, é mais vantajoso o financiamento convencional.
BF