Novo integrante da família Jeep, pouco superior em dimensões ao Renegade — terá uns 4,50 m de comprimento — o Compass (foto acima) tem apresentação definida: em breves dias pré- exibição a restrita relação de jornalistas especializados; logo após treinamento nos revendedores; em seguida lançamento. FCA, holding controladora de Chrysler, Fiat e Jeep quer vendas em outubro, antes do Salão do Automóvel, novembro.
Para sanar dúvidas curiosamente fomentadas por jornalistas especializados, Coluna repete o já aqui antecipado: designação do Projeto 551, classificado internamente como C-SUV, será Compass – e não Patriot ou outras opções, como se vem comentando. No mesmo caminho de contradições, não será importado do México, mas produzido em Goiana, PE, na linha de fabricação do também Jeep Renegade e do Fiat Toro.
Terá fabricação mundial e repõe idêntico modelo, segundo degrau na escala dos utilitários esportivos Jeep, em porte e preço logo acima do Renegade.
Apesar da similaridade com os colegas de linha, mecanicamente diferença principal estará nos motores. Sai o 1,8 E.torQ feito nas beiradas de Curitiba e, em seu lugar, um 2,0, unidade antiga, proveniente de acordo entre Mitsubishi, Hyundai e Chrysler, por esta batizado Tiger Shark. Bloco e cabeçote em alumínio, quatro cilindros, 2 litros, 16 válvulas. Sem cabeçote MultiAir, mas agregados variadores de abertura para as válvulas de admissão. Com tal solução, potência ficará garroteada em torno de 160 cv para o uso de gasálcool e pouco mais com álcool puro. Torque 19 a 20 m·kgf. Com câmbio manual de seis marchas comporá o primeiro degrau na escada de produtos Jeep.
Haverá, também, opção a diesel, 2,0 com esperado ganho em potência até agora não verificado, e câmbio automático de nove marchas, e tração nas 4 rodas. Será a versão de topo.
Mercado pobre como o é o nacional e adjacências americossulinas, por sua conformação estética busca reconquistar o patamar de sonho de consumo como foi o Cherokee.
Curiosidades em Pebble Beach
Visto como o mais refinado encontro de veículos antigos, o Pebble Beach Concours d’Élegance, no campo de golfe na praia do mesmo nome, península de Monterey, Califórnia, EUA, mesclou diferentes situações. Manteve o interesse; reduziu horário de acesso público para permitir o trabalho dos fotógrafos e cinegrafistas; concedeu espaço a 228 automóveis vindos de 16 países e de 30 estados americanos; liderou a dita Semana Santa, sete dias intensos de folguedos antigomobilísticos, leilões, eventos… e cumpriu a agenda social destinando US$ 1,75M a 80 entidades pias da vizinhança.
Expor em PB não é exercício de voluntariedade, mas objeto de convite, exigindo conhecimento e relacionamento, lobby bem sucedido, presença usual. Para ideia, nem o melhor acervo antigomobilístico do Cone inferior do Continente, do argentino Daniel Sieleck, três vezes premiado no evento, conseguiu ser o Best of the Show.
Surpresa
Richard Mattei, do Arizona, levou tal prêmio ao ser convidado, e expor seu raro Lancia Astura Pinin Farina Cabriolet de 1936, e receber o disputadíssimo título de melhor dentre os presentes. Surpreso, gaguejou pelo nunca visto, ter ganho outros dois prêmios: o da classe na disputa pelo BOTS e o Gwenn Graham para o conversível mais elegante. O insólito da situação está no fato de ser sua primeira vez em PB. Disputa apertada ante concorrentes como Delahaye 165 de 1938 Cabriolet por Figoni & Falaschi e Stutz DV32 Conversível Victoria Le Baron.
Pré-guerra, o Lancia é do tempo de construção individualizada, cuidada, quase artesanal. Chassis rolante adquirido à pioneira e italiana marca, enviada a Pinin Farina — antes de justapor os nomes — para obter conversível, duas capotas.
Na heráldica do Astura, Pininfarina — pós junção legal do nome — comprou-o para o museu da empresa, e o guitarrista Eric Clapton, ex-dono, o fez famoso com definição: deu-me os maiores prazeres fora do palco e da cama.
Mais
Exige registro o 1º prêmio no BMW Centennial, nos festejos dos seus 100 anos. Lothar Scheuttler, de Maryland, aceitou convite, e levou exemplar de 328 de 1937, hoje clássico mundial — interessante, mas não interessantíssimo. Mas a maior curiosidade está na história entre dono e objeto.
Executivo aposentado, no grande vale da crise americana, para comprá-lo Lothar foi radical: hipotecou sua casa. Recebeu-o desmontado, em caixotes. E se aplicou vigorosa e pessoalmente a 80% dos trabalhos de restauração, incluindo todo o complexo e curváceo madeirame de estrutura da carroceria e à curvatura dos graciosos para-lamas, valendo-se de ferramentas limitadas na garagem da casa hipotecada. Tomou seis anos nesta messe, invertendo a tradição em PB, onde no usual proprietários abonados escrevem imponentes valores em cártulas de cheques, e pagar entre 4.000 e 5.000 horas/homem de trabalho para restauração americana apta a chamar atenção de frequentadores e fotógrafos nas grandes mostras antigomobilistas, primeiro passo ao Olimpo do Best of the Show na prainha.
Leilões, alguns, bem focados em tipos de veículos e compradores, mostraram novos patamares para carros esportivos. No leilão da RM Jaguar D-Type, 1955, marcou pouco críveis US$ 21.780.000, e Shelby Cobra mudou de mãos por US$ 13.700.000, maior valor já pago por um automóvel feito nos EUA.
Merece explicação. É de 1962, quando o delgado inglês AC Ace acolheu o motor Ford V-8 de 289 pol³, virando mito. E era a unidade pertencente a Mr. Cobra – Carroll Shelby, o autor da façanha e da marca. Teve-o até o fim da vida (1923-2012).
Comprador terá invejável combinação: uma obra de arte em três dimensões capaz de mobilidade, e DNA de história.
Tira, põe, ajusta. O negócio do sedã Citroën
C4 Lounge, o bom sedã Citroën feito na Argentina, passou por revisão para reanimar o mercado. Reconhecido por harmônica relação entre conteúdo e preço, suprimiu versão 2,0 flex e agregou itens de infodiversão, programas de computador, tela de 18 cm por toque e capacidade de espelhamento. Implementou qualidade do som e, aumentando conteúdo, as três versões receberam equipamentos eletrônicos pró-segurança, como o ESP — programa eletrônico de estabilidade —, e trava para arrancar em subidas. Externamente mudança sutil — cor no pisca no bloco dos faróis —, na mecânica e mercadológica, focando no atendimento das metas de consumo acordadas com o governo federal pelo programa Inovar-Auto, daí adotar como motor o bom projeto BMW/PSA, 1,6, turbo, com potência de 173 cv, álcool e 166 cv, gasálcool. Disposto em torque, 24,5 m·kgf desde os 1.400 giros, consegue resultados agradáveis: de 0 aos 100 km/h arranca em 9,2 s, e velocidade máxima de 215 km/h.
Para ter Etiqueta A, degrau mais elevado no programa de economia, empresa aplicou caixa de câmbio manual de 6 marchas, três multiplicadas – a 6ª. é 0,68:1 e o diferencial 4,05:1, permitindo aproveitar o torque para girar menos. Há epicurismo mecânico, como o óleo mais fluido na caixa de marchas — para reduzir atrito e gasto de energia para vencê-lo —, e sensor de tensão: quando a bateria está totalmente carregada, o alternador se desliga, reduzindo consumo em 1%!
Preços nascem em R$ 69.990 para versão com caixa manual 6M, decoração Origine. Tendance e Exclusive, acima, mais caras.
Garantia de 3 anos, mão de obra para manutenção comprometida: R$ 1/dia.
Roda-a-Roda
Sucesso – Ford dobrará para quatro anos produzir o novo GT. Projetou fazer 500 unidades, mas encomendas foram a 7.000. Carroceria e rodas em compósito de fibra de carbono limitam produção semiartesanal, como ocorre com Alfa Romeo 4C.
Erro – Calcular vendas em 500 unidades, ter 7.000 encomendas, ser forçada a dobrar o projeto industrial, é erro. Rentável, porém monumental engano.
E? – Ford não informou se os intelectuais do marketing do produto foram promovidos para baixo, e se os formuladores do conteúdo do GT para cima.
Antigo – Carro será colecionável e a caminho do rótulo de Clássico por seu projeto, características e construção.
P’ra fora – Buscando manter longe o fantasma do encolhimento de vendas — e de produção —, Hyundai foca mercado latinoamericano: após Paraguai, envia o HB 20 ao Uruguai. 300 unidades em 2016 e 600 próximo ano.
Local – No vizinho Oriental opera pelo distribuidor Fidocar. Lá é a sexta em vendas – menos de 1/3 do vendido pela líder VW. Julho 127 unidades.
Atualidade – Se gostas da inevitabilidade do desenvolvimento tecnológico, última novidade está em Pittsburg, EUA. Uber e Volvo assinaram acordo para garantir corridas ponto a ponto — em Volvo XC 90 autônomo — com presença legal de motorista sentado em frente ao volante. Empresa quer 100 neste ano.
Problema – Volkswagen alemã reduziu horas de trabalho; dispensou colaboradores. Razão, início de problemas. Fornecedor de partes de câmbio e bancos atrasou/suspendeu entrega dos componentes. Empresa é a Prevent, da Bósnia, e já praticou isto no Brasil, forçando VW e Fiat e deter produção de veículos. VW foi para a Justiça aqui e lá.
Fase – Expõe fragilidade no sistema mundialmente adotado pelas fabricantes, o Just-in-Time, criado pela Toyota, eliminando estoques. Autopeças chegam diretamente às linhas de produção pelos fornecedores. Sistema exige criar variável para evitar hipotético fornecedor da trava da rebimbela da parafuseta deter fábricas inteiras.
Caso – Na negociação alemã entrou até o ministro da Economia. Deter entrega e a parar linhas de produção tem efeito dominó sobre demais fornecedores. Peça não entregue é imposto não recolhido e emprego não garantido.
Organização – Em 2015 Toyota resolveu concentrar despesas e operações em sua pioneira sede, na antiga Estrada do Piraporinha, São Bernardo do Campo, SP, onde fabricou o jipe Bandeirante.
De novo – Dia 22 inaugurou no espaço o Centro de Pesquisa Aplicada, para levar aos produtos resultados de estudos, desenvolvimento de partes e design aos veículos produzidos no Brasil. Restante do espaço produz partes para Brasil, Mercosul e EUA; tem fração da Mata Atlântica e terá centro de memória.
Evidência – Em 2013, média administração local torceu o nariz com indicação do americano Steve St Angelo executivo-chefe no Brasil, América Latina e Caribe.
Ações – Mostrou a que veio e o tamanho de Q.I.: uniu empresa em mesmo endereço; melhorou a qualidade; implementou complementariedade de partes Brasil/Argentina; encostou uns protestantes; colocou outros no corredor; importou novo vice-presidente; deu gás na comunicação social; corrigiu tropeços no Etios.
Resultados – Apesar da crise no Brasil, mercado líder, reflexos na Argentina, quase dobrou a participação da marca em sua ampla área, de 5,3% para 10%.
Mais – Está na frente regional do“5 Continents Drive” iniciativa com produtos e engenheiros Toyota rodando com frota regional. Das conclusões, adequações às exigências de rodagem nestes mercados. No caso da América Latina e do Sul, incluiu o híbrido Prius, em estudos para montagem no Brasil.
Expansão – General Motors amplia presença na África. Lidera o mercado de caminhões e anunciou negócios no Quênia. Fórmula transversal, reatou ligações com japonesa Isuzu, dona da operação industrial. Investirá para dobrar capacidade produtiva de 22 unidades/dia.
De lado – Como passar por desníveis, quebra-molas irregulares, sem danificar a suspensão e o monobloco de seu veículo? Juliano Caretta, da amortecedores Monroe, recomenda não passar em diagonal, mas linha reta.
Piquet – Inconformado com o baixo rendimento de sua berlinette Alpine A 108, aqui produzida pela Willys, tricampeão Nelson Piquet resolveu incrementá-la: fabricou novo chassis, aplicará mecânica forte.
Gente – Mudança na PSA. Jean Mouro e Rachid Marzuk no Comitê de Direção do Grupo PSA. OOOO Mouro responderá por Monozukuri – Desenvolvimento, Estilo, Produção, Logística e Compras, tudo no processo industrial. OOOO Marzuk, daí em diante: operações comerciais para novos e usados. OOOO Igor Dumas promovido: Direção de Operações Comerciais Região Panamericana. OOOO Todos sob o luso Carlos Gomes, presidente Brasil e América Latina, membro do Comitê Executivo do Grupo. OOOO Mudanças indicam relevo para Caribe, Américas Latina e do Sul. OOOO
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