Logo quando a chamada para a matéria “Um ‘VW Brasília LS’ em Israel” foi postada no Facebook, o dono da Variant verde Hippie, o Shahar Larry Ben Haim, chamou a minha atenção. Ele postou uma foto da Variant e escreveu: “Feliz de ver a minha Variant se tornar famosa”. Logo iniciamos o contato para conhecer a história daquele veículo.
Mas não foi o Shahar que respondeu, mas seu irmão mais velho, o Guy Ben Haim e a conversa que se seguiu é reportada abaixo. A troca de ideias iniciou por um apanhado sobre o cenário que levou à entrada das Variants e do TLs de quatro portas brasileiros em Israel.
Algumas informações de fundo
Para entender como os equivalentes brasileiros dos Tipo 3 alemães vieram para Israel, devemos primeiro entender o mercado israelense de automóveis entre 1970 e 1985.
Um carro novo era um bem muito caro naquela época (carros extravagantes como Mercedes-Benz, por exemplo, poderiam custar tanto quanto uma casa). Os preços dos carros não se depreciavam tanto quanto hoje, então possuir um carro que tinha uma boa reputação e “mantinha o seu valor” era visto como um investimento. Por esta razão, o mercado era muito conservador e preferiria “cavalos de trabalho” antigos e testados em vez de novas tecnologias.
Importadores de carros procuravam uma maneira de expandir sua participação no mercado vendendo carros mais baratos. Eles escolhiam carros de “tecnologia mais antiga” produzidos em países diferentes daqueles de onde a marca era originária e os importavam para Israel. Os regulamentos não exigiam que o importador declarasse onde o carro foi realmente construído, assim carros da Fiat, da Ford e da VW do Brasil foram importados e registrados com “Fiat Itália”, “Ford Alemanha” e “VW Alemanha” nos documentos oficiais de registro.
Na foto abaixo um recorte dos documentos de registro da Variant do Guy, e no retângulo ressaltado em vermelho está escrito: “VW alemão” em hebraico; um verdadeiro contrassenso para não dizer algo mais contundente:
O modelo declarado no documento é “3.105”; outra esquisitice. A mesma história aconteceu com outras marcas.
Quando o Fiat Uno foi introduzido em 1984 e o 127 foi descontinuado, concessionários Fiat israelenses venderam o 147 e a Panorama “logotipados” como um 127 até 1987. Na foto abaixo uma “Panorama israelense”:
Da mesma forma, o Fiat Duna (Prêmio por aqui) e Fiorino fabricados no Brasil foram vendidos em Israel identificados com “Fiat Itália” nos documentos de registro. Os revendedores Fiat de Israel eram mestres nisso, remarcando carros de diferentes países (incluindo Seat da Espanha).
A mesma coisa aconteceu com a Ford. Os Escorts MK1 e MK2 foram montados em Israel a partir de kits CKD e eram carros baratos. O Escort MK3 foi importado da Alemanha e era mais caro. Então as concessionárias importaram um modelo brasileiro com especificação inferior; equipado com o velho motor tipo Kent (Endura) como um modelo básico mais barato, novamente sem dizer nada aos clientes sobre a origem do carro.
A Volkswagen fez isso, não só com o Tipo 3, mas também com o Fusca que foi importado do México, fazendo valer a boa reputação que o Besouro tinha no mercado. Esta importação começou após a produção alemã ter sido encerrada em 1978, e foi até 1985. Hoje estes carros são o tipo mais barato de Volkswagen clássico que pode ser obtido em Israel, uma vez que são mais propensos à ferrugem do que os Fuscas alemães (foi usado aço de espessura mais fina) e vinham somente com motor 1200.
Tudo isso terminou por volta de 1985 quando concessionários Fiat importaram e venderam o modelo 128 fabricados pela Yugo na Iugoslávia. Estes carros eram de qualidade muito baixa, e seu país de origem foi revelado em um documentário de TV famoso. Isto causou um escândalo, e desde então todos os carros importados para Israel têm o país real de fabricação constando nos documentos de matrícula.
O Tipo 3 “Brasília”
Os “Tipo 3 brasileiros” foram uma exceção à esta tendência, visto que eles foram introduzidos no mercado como “Brasília” para indicar o seu país de origem. Em 1974, quando os Tipo 3 alemães foram descontinuados, o importador da Volkswagen para Israel, a Champion Motors, começou a procurar por substitutos.
Eles precisavam em especial de furgões, pois estes carros recebiam várias reduções fiscais, dependendo do tipo de carro. Furgões sem as janelas e os bancos traseiros recebiam a maior redução de impostos.
A Volkswagen do Brasil preparou dois folders em inglês para divulgar os carros os TL RIO e as Variant RIO também considerando as exportações que incluíam Israel. Estes folders tinham um layout diferente do convencional, pois apresentavam, logo depois da capa, uma foto gigante que ocupava e páginas, sendo assim por condições de apresentação aqui na matéria estas fotos acabaram ficando menor, pois não há condições de apresenta-las em tamanho proporcional à realidade.. A mensagem sobre o produto era muito resumida e as especificações básicas foram apresentadas de uma maneira bem resumida.O folder do TL RIO:
O Folder da Variant:
No anúncio abaixo, dedicado somente aos veículos brasileiros, é possível ver a influência da redução de taxas para carros utilitários, que era aplicada de uma forma ponderada em função do tipo de carro em questão. A versão furgão, sem os vidros e os bancos traseiros, era oferecida por 47.470 shekels, já a Variant “normal” custava 49.825 shekels e o veículo mais caro era o TL vendido por 50.275 shekels. O importante é notar a flexibilidade da Volkswagen do Brasil que produziu a versão furgão da Variant para atender ao mercado israelense, não se tem notícia de que esta versão furgão da Variant tivesse sido comercializada no Brasil.
Já os veículos comerciais mais luxuosos (como uma Chevrolet El Camino, por exemplo) tinha uma redução de taxas menor. A Variant se encaixava perfeitamente nesta categoria, pois era um furgão e tinha uma confiável e testada mecânica arrefecida a ar. Os primeiros carros foram entregues em março de 1973. Os últimos carros foram importados no final de 1975, já como um “modelo 1976”. Quando o Passat mais moderno foi introduzido em 1976, a importação dos “Tipo 3 brasileiros” cessou.
Em 1975 foi feito mais um anúncio de veículos Volkswagen em Israel, eu coloquei números em vermelho para poder indicar os carros que aparecem. O título deste anúncio diz: “Qual é o Volkswagen da linha ano/modelo 1975 que você vai escolher?” Esta é a programação completa da Volkswagen em Israel para aquele ano.
Os carros que aparecem são os seguintes: 1 – perua Passat e 2 – Passat mk1; 3 – Golf 4 portas e 4 – Golf 2 portas; 5-6 são os Scirocco 1100 e o 1500; 7 – “Brasília station wagon”, nossa Variant e 8 – “RIO Brasília”, nosso TL; 9 – é a Kombi T2 Pick-Up e 10 é o Fusca alemão:
Este sistema de redução de impostos foi cancelado no final dos anos 90, desde que o governo percebeu que as pessoas estavam usando estes carros para uso particular e não para fins comerciais. Eles adaptavam bancos e janelas traseiros disponíveis no mercado de reposição e usavam o carro normalmente.
Nas fotos que se seguem pode-se ver uma Variant amarela versão furgão que foi destruída há alguns anos em um acidente, o Guy conseguiu salvar algumas peças deste carro.
Na foto da traseira deste carro é possível ver que nesta versão originalmente não havia a janela lateral traseira, pois era um dos carros que tinha sido fabricado na versão furgão (uma versão que eu não cheguei a ver circulando no Brasil). Por outro lado, se vê que uma janela corrediça foi instalada, e, certamente, um banco traseiro também foi adaptado.
Como vimos, além das Variants também foram importados VW 1600 TL 4-portas, provavelmente como um substituto barato para os notchbacks (carros de 3 volumes) e fastbacks (TLs) da série Tipo 3 alemã que foram descontinuados.
O Guy comentou: “Dos carros que eu conheço a maioria são Variants, normais ou furgões, e os TL eram mais raros, mesmo quando eram novos.”
A ferrugem foi (e ainda é) um grande problema destes carros, e muitos foram sucateados por isso. Quando os preços destes carros caíram, mesmo os carros que ainda estavam em condições razoáveis foram sucateados, e seus motores “grandes”, bem como seus freios a disco, foram transplantados para Fuscas. Atualizando e ampliando a informação que o Gaby Glazer tinha dado, o Guy acredita que menos de dez carros estão em funcionamento em Israel hoje em dia.
A história do carro verde chamado “Varda”
O Guy contou a história de sua Variant, que nem sempre foi verde, apresento aqui o relato nas palavras dele:
Meu carro foi registrado de julho de 1975, então é um dos últimos carros importados. Tem o interior de estilo mais recente com as inserções verdes nos bancos e o volante tipo “bumerangue”; que quebrou e acabou sendo substituído pelo modelo anterior. Eu sou o quinto dono deste carro. Não conheço os dois primeiros, mas sei que eles não ficaram com o carro por muito tempo. O terceiro dono era um açougueiro de uma pequena aldeia chamada “Tel Itzhak”. Ele comprou o carro para a sua esposa por volta de 1980 e o usou por alguns anos. A mulher dele apelidou o carro de “Varda”, que quer dizer rosa, a flor, em hebraico, e o nome ficou. O carro sofreu uma colisão no final anos 80. Acredito que, como as peças de reposição eram difíceis de serem encontradas, e que o carro já não valia muito àquela altura, ele acabou sendo estacionado debaixo de uma árvore parcialmente coberto por uma lona, onde acabou ficando por muitos anos. A cor do carro, originalmente, era uma cor de laranja “clementine” (clementine é uma família de tangerinas).
A foto de abertura desta matéria mostra como o Guy encontrou o seu carro.
O quarto proprietário foi um idoso que conseguiu comprar o carro do açougueiro em 2005, após mais de 15 anos do carro ter ficado parado. Ele era um funileiro e consertou dano, mas o serviço não ficou muito bom. Aí ele pintou o carro com uma cor laranja não original e fez o carro funcionar. Em 2007 o carro foi colocado à venda por um preço inicial de 12.000 shekels novos, aproximadamente 3.000 dólares americanos. Naquele tempo eu tinha um Fusca, que foi o meu primeiro carro, e do qual eu gostei muito; mas eu estava procurando por algo semelhante, mas maior, é que eu sou um cara grande! Eu fui ver o carro e acabei comprando-o por aproximadamente 7.000 shekels novos, aproximadamente 1.700 dólares americanos. O carro estava funcionando, apesar da lâmpada de indicação da pressão do óleo ficar piscando em marcha lenta depois de um trecho rodado maior e da direção um pouco bamba. As fotos seguintes são de quando eu trouxe o carro para casa:
Meu Fusca velho, um 1973 branco com motor 1300, pode ser visto na foto abaixo. Acabei tendo que vendê-lo, pois como estudante eu não tinha como custear a manutenção dos dois carros:
Eu usei o carro durante os primeiros anos da minha licenciatura em engenharia mecânica e ele era bastante confiável, mesmo considerando que o motor estava cansado, a caixa de câmbio estava com problemas e ficava fazendo um barulho considerável, e a direção estava terrível.
Depois de estar na universidade por alguns anos, eu decidi tentar arrumar o carro. A carroceria foi a minha principal preocupação, uma vez que o carro tinha uma boa aparência, mas estava realmente podre por baixo.
Quando eu finalmente consegui desmontar o carro, conscientizei-me que o projeto que eu tinha iniciado era muito maior do que eu esperava…
As fotos abaixo mostram a real situação do carro depois que foi desmontado:
As bandejas do assoalho já eram, os danos da colisão não foram reparados corretamente, e cada janela que eu removia encontrava mais ferrugem escondida por baixo das guarnições. Demorei cerca de 2 anos no total para pegar o carro consertado de volta, e a estas alturas eu já tinha revisado o motor (aumentando-o para 1.776 cm³), e eu troquei a caixa de direção e a caixa de câmbio. Eu não tinha dinheiro para refazer o cromado dos para-choques e molduras dos faróis, então pintei-os de preto. Desde que a cor já não era original, eu decidi pintar o carro na cor verde hippie, uma cor original da VW que fica bem nestes carros, na minha opinião.
O carro foi revelado com toda a pompa em uma reunião do Clube Volkswagen local em 2014. O carro do Gaby Glazer pode ser visto no lado esquerdo da foto. Os dois, o TL e a Variant, se encontram com frequência em eventos da região. A seguir o momento da apresentação do Varda, agora restaurado:
O Varda foi meu carro de uso diário até o verão passado, quando eu percebi que não poderia mais usar um carro sem ar-condicionado (ou os verões aqui estão ficando mais quentes ou sou eu que estou envelhecendo). Meu irmão Shachar agora usa o carro como sendo dele, e eu pretendo fazer algumas melhorias nele neste verão, já que a ferrugem está retornando nas áreas-problema (este maldito capô dianteiro…). Como eu tenho uns belos para-choques cromados, as molduras dos faróis cromadas e rodas também cromadas… eu quero colocar tudo de volta no carro. Eu também quero me livrar dos velhos carburadores Solex, já que tenho alguns Webers guardados. Pensei em vender este carro, mas o baixo valor que oferecem por ele me levaram a ficar com o carro, ao menos por enquanto. Eu e meu irmão também estamos trabalhando num notchback 1969, mas isso é outra história.
A história do SP2 perdido
Ao que tudo indica, um único SP2 conseguiu chegar a Israel. As fotos que seguem são as únicas deste carro que o Guy viu até hoje.
O SP2 mal pode ser visto na frente do Triumph TR6 conversível (que, na verdade, era o foco destas fotos), e esta foi a última vez que este carro foi visto, isto foi em meados dos anos 90.
Como este SP2 chegou a Israel é um mistério. Talvez tenha vindo como um carro de teste, ou para um dos executivos da Champion Motors. Há rumores que ele ainda existe em uma coleção particular, mas como foi dito, ninguém o viu em muitos anos.
Circula uma história engraçada sobre esse carro que dizem ter sido relatada por um mecânico da Champion Motors: “uma pessoa entrou na garagem do revendedor principal em 1990, pedindo por um filtro de ar para um Porsche R10. As pessoas de lá argumentaram com ele, dizendo-lhe que não havia tal modelo de Porsche. Eles saíram para o estacionamento, onde um SP2 vermelho estava estacionado, com o distintivo de ‘RIO’ nele”.
Relação dos Volkswagen brasileiros conhecidos e que ainda existem em Israel
O Guy tem conhecimento de 10 carros, entre TL e Variant, em Israel, nem todos operacionais, aí vão as fotos de alguns deles:
Os já conhecidos TL vermelho do Gaby Glazer e a Variant verde do Guy, nesta foto o irmão do Guy, Shahar Larry Ben Haim, entre os dois carros:
Na matéria sobre o TL do Gaby apareceu esta Variant amarela de único dono, em condições de uso, se bem que carecendo de uma reforminha:
Seguem fotos do TL branco em condições de uso:
Uma Variant vermelha da área de Jerusalém:
Nesta Variant vermelha não há o quebra vento nas janelas laterais traseiras e ela deve ter sido uma das primeiras as serem importadas. Logo depois as Variants para Israel passaram a receber os quebra ventos, possivelmente para atender às reclamações de que o carro vinha “muito pelado” comparando dom os carros da concorrência; mesmo que este detalhe já não era mais instalado nos carros daquela época.
Uma Variant azul em condições de uso, mas meia caída, que foi vendida recentemente.
Uma Variant amarela na região de Haifa, em condições de uso:
Outra Variant que está encostada, sem condições de uso, mas inteira, inclusive com todos os emblemas:
No dia 6 de abril de 1973 o jornal israelense Davar publicou uma matéria do repórter Nisim Quity sobre o “Brasília” que reproduzimos abaixo. O Guy fez a tradução do hebraico para o inglês e eu passei o material para o português. Primeiramente apresentamos a versão em hebraico seguida pela versão em português:
Futebol, café e agora – Brasília, um teste de estrada do Novo Brasília 6.4.1973
Autor Nisim Quity, para o jornal Davar
Traduzido para o inglês por Guy Bem Haim
Traduzido para o português por Alexander Gromow
O VW 1600 feito no Brasil não é especialmente espaçoso e é desprovido de equipamentos de fábrica, no entanto é um carro confiável e estável que conquista seu dono.
O Brasil está ligado em nossas mentes geralmente com futebol e café. É possível que num futuro próximo ele possa também ser vinculado com carros. Durante uma semana, tive a oportunidade e o prazer de dirigir por todo o país em um carro novo que veio até aqui por todo o caminho de São Bernardo do Campo (que é perto do Rio), para pegar uma fatia do florescente mercado de carros médios israelense.
Importar este carro de tão longe é um jogo novo no qual eu tendo a acreditar que será um sucesso.
Em consonância com o seu local de nascimento, o carro é chamado “Brasília”. Na parte de trás, você vai encontrar o mais importante emblema VW1600 simbolizando que nosso carro é parte da velha e respeitada família arrefecida a ar Volkswagen.
Por que então o 1600 é importado do Brasil e não da Alemanha, que está mais próxima? A razão é simples, para o importador Volkswagen para Israel Champion Motors está faltando um modelo de 4 portas na faixa das 30.000 liras (NdT: antiga moeda de Israel que veio antes do shekel), e os alemães não produzem tal modelo.
Uma vez que a mão de obra no Brasil é mais barata, o importador israelense pode suportar o custo de transporte e ainda ter o carro custa apenas 28.500 liras.
Uma nova geração
Quer tratemos este carro como alemão ou brasileiro, uma coisa é certa: o Brasília é um Volkswagen típico, e digo isto como um elogio. Toda a tradição e experiência do fabricante alemão foram colocados neste carro e ele é construído conforme os altos padrões que são a razão para a boa reputação da Volkswagen.
É difícil julgar um carro apenas dirigindo 1.000 km, especialmente quando o sucesso da VW sempre foi baseado em confiabilidade e qualidade de longo prazo e por bons centros de serviço. O Besouro foi um carro que prometia confiabilidade inigualável, mas não uma carroceria elegante e bonita. O Brasília pode ser o mesmo na primeira avaliação, mas certamente é diferente na segunda. É parte da nova geração de Volkswagens que têm estilo para rivalizar com toda a concorrência.
Eu testei o “cupê”. Um modelo de aparência esportiva com uma linha do teto em declive e uma grande quantidade de vidro ao redor. Um furgão é oferecido por 100 liras a menos, mas ele tem apenas duas portas. O cupê tem linhas elegantes e eu gostei da frente do carro, com 4 faróis circulares.
Os para-choques são revestidos por um grosso material de segurança de borracha, e as cores oferecidas são muitas e bonitas. Os bancos dianteiros são separados e podem ser ajustados de diferentes maneiras. Quando o banco está em seu ajuste mais afastado, uma pessoa de 1,80 m de altura pode sentar-se confortavelmente e dirigir tranquilamente.
O banco traseiro acomoda três, mas eles ficarão se roçando. Eu diria que o carro tem largura suficiente, mas não suficiente comprimento, especialmente com uma pessoa de 1,80 m sentado na frente. Os caronas que eu peguei durante meus testes não se queixaram, mas eu pude ver que entrar e sair pelas portas traseiras foi incômodo para eles…
… e agora chegamos a um dos pontos fracos do Brasília. A quantidade de equipamento de fábrica oferecida é muito pequena em comparação com os modelos de entrada de outros rivais. O assoalho é coberto por um tapete de borracha, o velocímetro é convencional e o indicador de combustível move-se com cada irregularidade na estrada…
… falta uma prateleira no interior do carro, apesar de ter espaço suficiente para uma…
… um espelho lateral esquerdo está incluído no preço, mas é de baixa qualidade…
Muito barulho
O preço base inclui um aquecedor, que foi “preguiçoso” até que o motor aquecesse o suficiente, e o aquecimento fornecido então foi apenas de média potência.
Como n a maioria de Volkswagens clássicos, o motor é montado na parte traseira, no eixo que aciona as rodas traseiras. Este powertrain foi usado em muitos Volkswagens de tamanho similar, e não tem nada revolucionário em seu projeto pelos padrões de hoje…
O consumo de combustível declarado é de 9,1 km/l, então fiquei surpreso quando consegui 10,7 km/l no meu teste.
O powertrain é montado sob uma tampa lisa no compartimento traseiro e é construído muito compactamente, com as velas de ignição, etc. difíceis de alcançar. Nos 1.000 km que eu dirigi não foi necessária nenhuma adição de óleo.
O Brasília sofre do mesmo problema habitual de todos os Volkswagens: o ruído nas marchas mais baixas. Não é segredo que um motor arrefecido a ar é mais barulhento em baixas rotações. No Brasília soma se a isto um “choro” do alternador, que é uma boa adição, pois pode carregar a bateria mesmo em marcha-lenta.
Potência e poder
No entanto, o ruído do motor aumenta a experiência de dirigir. Um sentimento de potência e poder como se você estivesse dirigindo um carro de corrida. Este ruído vai embora acima de 60 km/h, e em velocidade de cruzeiro o Brasília é mais silencioso do que a maioria dos carros com motor dianteiro. A caixa de câmbio é excelente e troca de marchas facilmente. Em baixas velocidades não espere muito da terceira marcha. Você provavelmente preferirá mudar para a segunda…
A velocidade máxima no catálogo é 140 km/h que eu não pude verificar por razões envolvendo a lei, mas a 90 km/h o carro rodou sem esforço, com impressionante estabilidade direcional. Como em todos os VW, não é necessário nenhum período de amaciamento dos freios…
Estabilidade e confiabilidade
O Brasília é novo apenas para Israel. Em seu país de origem ele tem sido fabricado há oito anos, portanto este modelo passou por todos os problemas que um novo modelo geralmente apresenta. É um carro que conquista seu proprietário lentamente, mas com segurança. Não é um carro chamativo, mas que se sente estável e confiável. Uma vez que você se acostume com suas desvantagens (e todos os carros as têm) você começa a apreciar suas muitas vantagens.
Quem é o Guy Ben Haim?
No começo de nossas conversas ele disse: -“Antes de mais nada, deixe-me dizer que estou feliz em compartilhar essas histórias com você e seus leitores, e estou feliz por ter uma conexão no Brasil (talvez você e seus leitores possam me ajudar com algumas peças em futuro próximo).
Ele tem 29 anos de idade, é um graduado em engenharia mecânica que está terminando o seu mestrado. Desde que ele começou a dirigir ele se envolveu com carros, em particular com Volkswagens.
Ele fez parte de um projeto de sua universidade: “Projeto Fórmula-Aluno”, no qual os alunos constroem um carro de corridas e disputam competições com estudantes de outros países. Ele disse que o carro dele ajudou neste projeto.
Na foto abaixo ele está entre o carro de corrida que o “Projeto Fórmula-Aluno” construiu e a sua Variant:
AG