Comprimento e entre-eixos de sedã médio (4.410 e 2.640 mm), altura e distância livre do solo de suve pequeno (1.685 e 170 mm) de tração dianteira, motor 2-litros de 167 cv e câmbio automático epicíclico de 6 marchas: fórmula que virou objeto de desejo da classe média alta em busca do Paraíso.
Essa é a fórmula do Hyundai ix35 atualizado em agosto, dois anos depois que passou a ser produzido pela Caoa Montadora de Veículos em Anápolis (GO). Fórmula bem trabalhada e que vem em três versões, a Entrada (R$ 100 mil), a Intermediária (R$ 110 mil) e a Top (R$ 126 mil). Para o preço “de tabela” tire 10 reais de cada um.
Há quem diga (e reclame) não ser o mesmo ix35 produzido hoje na Coreia do Sul, portanto defasado, alimentando o complexo de vira-lata, mas digo: e daí que seja defasado? É feio? É ruim de andar? Tem alguma deficiência? Nada disso, pelo contrário. Quem quer que o dirija concordará comigo.
O ix35 é sucessor do Tucson e surgiu na primavera do Hemisfério Norte em 2010. Não demorou para aportar aqui. Em 2013 passou a ser produzido em Anápolis e trazia o Sonho Brasileiro de poder funcionar com álcool. Nesse mesmo ano passou por atualização de estilo e recebeu novos motores, isso na matriz. Aqui permanecemos com o primeiro, mas houve a citada atualização no ano passado. E o Tucson continua a ser produzido, de modo que antecessor e sucessor convivem no Brasil. Há versão 4×4 na Coreia.
O motor 2-litros flex, duplo-comando por corrente com variador de fase na admissão e 16-válvulas, foi despotenciado em relação à primeira versão, com a alegação de atender aos atuais limites de emissões. Com gasolina perdeu 12 cv, de 169 para 157 , com álcool, de 178 para 167 cv, menos 11 cv. Com gasolina não mudou o torque, permanece 19,2 m·kgf a 4.700 rpm, mas com álcool houve ligeira melhora, mais 0,4 m·kgf, agora 20,6 m·kgf à mesma rotação, que também não se alterou para a potência máxima, 6.200 rpm. A injeção é no duto, enquanto no 2-L de lá é direta. A partida a frio com álcool continua a não prescindir de injeção de gasolina.
O trem de força é bem dimensionado para o peso do veículo — que não é informado na ficha técnica fornecida, tampouco no manual do proprietário, nem em qualquer etiqueta adesiva no carro, mas que é de 1.380 kg com câmbio segundo o confiável catálogo da revista suíça Automobil Revue; estimando 1.400 kg com caixa automática não está muito fora, já que as dimensões do atual em relação ao anterior são as mesmas.
Tampouco são divulgados dados de desempenho e consumo. Todavia, o ix35 acelera e retoma velocidade fácil. Pelos dados da citada publicação, o 0-a-100 km/h com caixa automática é feito em 10,4 segundos, com motor de 166 cv, praticamente a mesma do nosso com álcool, como também o torque, 20,9 m·kgf. O carro testado estava abastecido com gasolina, a potência é de 157 cv, mas mesmo assim não se sente que é insuficiente.
O consumo pela norma europeia NEDC é 9,7 km/l na cidade e 16,4 km/l na estrada, versão de câmbio automática, dando um ideia do consumo aqui com nossa inacreditável “gasolina” em que mais da quarta parte é álcool.
O transeixo é “caseiro”, de fabricação Hyundai, e fora ser pouco abrupto no início da marcha, funciona muito bem. As trocas manuais são apenas pela alavanca deslocando-a para o lado do motorista, e sobe marcha para frente. Nesse modo manual ocorre troca ascendente automaticamente a 6.000 rpm, deveria ser pelo menos no pico de 6.200 rpm; não há aceleração interina nas reduções. A 120 km/h o motor está a 2.650 rpm. Seu funcionamento é suave e não há informação de ter árvore contrarrotativa de balanceamento.
O rodar e o comportamento dinâmico são primorosos. Nada da dureza excessiva que se percebe na péssima pavimentação de São Paulo e a suspensão — dianteira McPherson e traseira multibraço — é bem controlada. Pode ser atirado nas curvas sem maior receio e há controle de estabilidade – desligável — em caso de excessos (que não vi atuar mesmo abusando um pouco, o PK como meu passageiro). A calibração da assistência elétrica da direção é como deve ser, correta em todas as velocidades. Mesmo sem ser um off-road, há controle de descida. E também controlador de velocidade de cruzeiro com comando no raio direito do volante de 370 mm de diâmetro. Os quatro freios a disco cumprem bem seu papel, mas a entrada do servofreio poderia ser um pouco mais suave, mas nada com que não se acostume.
Comandos, freio de estacionamento a pedal com liberação do tipo apertar de novo, prático. Instrumentos de excelente legibilidade, “quase-Wolfsburg”, mas são do tipo permanentemente iluminado, além de terem um dispensável filete iluminado azul entre os números e os traços; é preferível iluminação atrelada a lanternas/faróis. Por falar nisso, bem poderia haver as fileiras de LED para uso diurno, item com o qual se acostuma facilmente e que são de inegável utilidade. A Caoa informa haver, mas é um conjunto iluminado contínuo sem as “pérolas de LED” e que só liga colocando o interruptor de luzes em lanterna ou faróis. Estes nessa versão de topo são a LED. assim como as lanternas traseiras. Há faróis de neblina mas não luz traseira para essa finalidade.
A versão Top testada tem tela tátil multimídia com navegador GPS e que exibe o que está atrás ao engatar ré, sistema de áudio completo com Bluetooth, ar-condicionado bizona com saída para o banco traseiro, que é dividido 60:40 e cujo encosto é ajustável em duas inclinações. Mas o passageiro do meio só conta com cinto subabdominal, embora tenha apoio de cabeça. E faltam os engates Isofix para bancos infantis.
Há computador de bordo, mas sem a útil função consumo médio, só tendo autonomia, velocidade média e distância percorrida. O comando é por botão “Trip”, isolado, à esquerda o quadro de instrumentos, que no centro tem mostrador com termômetro do líquido de arrefecimento. medidor do nível de combustível, posição da alavanca seletora do câmbio e hodômetro, além da leitura do computador de bordo.
A posição de dirigir é irretocável, havendo ajuste elétrico do banco do motorista (altura, distância e lombar), de altura do volante de 370 mm de diâmetro e da ancoragem dos cintos dianteiros, que contam com pré-tensionador. Choca a localização do extintor de incêndio, no assoalho do passageiro dianteiro.
A versão Top conta com teto solar panorâmico elétrico com cortina parassol manual e — aplausos — faixa degradê no parabrisa. Outro item que agrada é “arma antimotoboy”, os espelhos dobráveis elétrica e instantaneamente em qualquer condição de uso, espelhos esses com repetidoras de seta. E essa tem a útil função pisca-3.
O espelho interno é “à moda antiga”, manual dia/noite, não há sensor de chuva, mas há o útil sensor crepuscular. ativado pelo interruptor de faróis na alavanca de seta, posição “Auto”.
Como um todo, o que se percebe neste Hyundai é uma qualidade intrínseca em tudo que se vê e toca. Por exemplo, o interruptor da luz interna tem indicação “on-door-off”, dispensando se adivinhar a posição que se quer. Outro mimo é ao desligar o motor (pelo botão) a luz interna se acender; não se escuta o limpador de parabrisa funcionando. Mas é preciso dar um jeito na tela multimídia, que fica praticamente invisível sob sol forte.
Assim, brasileiros e brasileiras, quem procura um veiculo desse tipo, o ix35 merece ser considerado.
Video:
Galeria:
FICHA TÉCNICA HYUNDAI ix35 2016 | |
MOTOR | |
Instalação/configuração | Dianteiro, transversal /L-4 |
Material do bloco/cabeçotes | Ferro fundido/aumínio |
Diâmetro x curso | 8s x93,5 mm |
Cilindrada | 1,975 cm³ |
Aspiração | Atmosférica |
Taxa de compressão | 12,1:1 |
Potência máxima | 157/167 cv (G/A) a 6.200 rpm |
Torque máximo | 19,2/20,6 m·kgf (G/A a 4.700 rpm |
N° de válvulas por cilindro | 4 |
Árvore de comando de válvulas | Duas, admissão de fase variável contínua; corrente |
Formação de mistura | Injeção no duto |
Combustível | Gasolina comum e/ou álcool |
TRANSMISSÃO | |
Rodas motrizes | Dianteiras |
Transeixo | Hyundai |
N° de marchas | 6 automáticas à frente e uma à ré |
Relações de transmissão | 1ª 4,162:1; 2ª 2,575:1; 3ª 1,772:1; 4ª.1,369:1; 5ª 1,000:1 (direta); 6ª 0,778:1; Ré 3,500:1 |
Relação do diferencial | 3,648:1 |
FREIOS | |
De serviço | Hidráulico, ABS + EBD |
Dianteiro | A disco ventilado |
Traseiro | A disco ventilado |
SUSPENSÃO | |
Dianteira | Independente, McPherson, braço em “L”, mola helicoidal, amortecedor pressurizado e barra estabilizadora |
Traseira | Independente, multibraço, mola helicoidal, amortecedor pressurizado e barra estabiilzadora |
DIREÇÃO | |
Tipo | Pinhão e cremalheira, assistência elétrica |
Diâmetro mínimo de curva | 10,6 metros |
RODAS E PNEUS | |
Rodas | 6,5Jx18, alumínio |
Pneus | 225/55R8H Kumho Sollus KL21, sul-coreanos |
Estepe (temporário) | Pneu 155/90D16 Kumho |
CONSTRUÇÃO | |
Tipo | Monobloco em aço, 4 portas, 5 lugares, subchassi dianteiro e traseiro |
PESOS | |
Em ordem de marcha | 1.400 kg (aprox.) |
Carga máxima | 580 kg (aprox.) |
DIMENSÕES EXTERNAS | |
Comprimento | 4.410 mm |
Largura | 1.820 mm |
Altura) | 1.685 mm (com estrado de teto) |
Distância entre eixos | 2.640 mm |
Altura livre do solo | 170 mm |
Bitola dianteira/traseira | 1.585/1.586 mm |
Balanço dianteiro/traseiro | 880/890 mm |
ÂNGULOS | |
Entrada | 28º06′ |
Saída | 26º54′ |
Elevação | 17º |
CAPACIDADES | |
Porta-malas | 728 litros (até o teto)/2.885 litros com banco rebatido |
Tanque de combustível | 58 litros |
DESEMPENHO | |
Velocidade máxima | 196 km/h (aprox.) |
Aceleração 0-100 km/h | 10,4 s (aprox.) |
CONSUMO (EUROPA NEDC) | |
Cidade | 9,7 km/l (gasolina europeia) |
Estrada | 16,4 km/l (gasolina europeia) |
CÁLCULOS DE CÂMBIO | |
v/1000 em 6ª | 45,4 km/h |
Rotação a 120 km/h, 6ª | 2.650 rpm |
Rotação à vel. máx., 5ª | 5.550 rpm |
GARANTIA E MANUTENÇÃO | |
Prazo | 5 anos sem limite de quilometragem |
Revisões e troca de óleo do motor | 10.000 km |
Folga de válvulas | Inspecionar a cada 90.000 km |
Velas | Trocar a cada 40.000 km |
Fluido do câmbio automático | Livre de manutenção |
(Atualizado em 25/01/16 às 12h10, correção do funcionamento dos faróis)