Voou pela primeira vez nessa segunda-feira, 23 de maio, o primeiro avião da família E2 da Embraer. Desde mais de uma década de sucesso das várias versões dos jatos regionais E, já se planejava uma nova família ainda mais eficiente, e com esse evento está marcado o início dessa nova fase da Embraer.
O voo foi feito antes da data marcada inicialmente, provando a competência da empresa em se manter atrelada fortemente a prazos desafiadores e muitas vezes superá-los. A informação que se tinha até alguns dias atrás é que apenas no segundo semestre ocorreria esse voo.
O primeiro modelo da família a voar é o E190-E2, movimentado por dois motores canadenses Pratt & Whitney PurePower. Ele decolou às 13h06 da pista do Aeroporto de de São José dos Campos (SP), área onde está localizada a sede da empresa, voando três horas e vinte minutos. A tripulação foi composta pelo comandante Mozart Louzada, pelo primeiro oficial Gerson de Oliveira Mendes e pelos engenheiros de testes de voo, Alexandre Figueiredo e Carlos Silveira.
Foi um voo básico, avaliando comportamento geral da aeronave, como funcionamento do trem de pouso, superfícies de controle e desempenho em várias fases da missão.
A Embraer já deixou sua marca na indústria aeronáutica por ser uma das primeiras a projetar e simular seus produtos totalmente por computador, antes que seja montada a primeira peça física, encurtando os prazos e permitindo encontrar problemas e corrigi-los da forma mais econômica e segura possível.
Já nesse voo inaugural foi atingida a velocidade e altitude normais de cruzeiro, Mach 0,82 e 41.000 pés, algo que ainda não é padrão em fábricas ao redor do globo, mostrando que o produto brasileiro tem uma qualidade de mesmo nível de qualquer outra grande fábrica do ramo. Normalmente se voa em altitudes médias e velocidades baixas, algumas vezes sem nem mesmo recolher o trem de pouso.
A família E2 tem atualmente três modelos previstos, com capacidade entre 80 e 144 passageiros. O E175-E2, o E190-E2 e o E195-E2. A entrada em serviço está prevista para 2018, após todos os testes de voo e os de certificação terem sido concluídos. Já são 267 pedidos em carteira, e mais 373 opções de compra, que se traduzem em reservas na fila, a maioria delas feitas pelos atuais operadores da linha E, que compreende 70 clientes em 50 países.
Entre os avanços em relação à atual linha de jatos está aerodinâmica mais apurada, com asas visivelmente diferentes, o sistema de voo por sinais elétricos de quarta geração e as óbvias melhorias nos aviônicos e os novos motores da Pratt & Whitney, que são visualmente de maior diâmetro dentro de suas naceles.
JJ