O Chevrolet Onix foi líder de vendas no Brasil em 2015 e neste ano segue liderando com folga. Sua ascensão não deixa dúvida, caiu no gosto do brasileiro. O sedã Prisma vem a reboque, com aproximadamente 50% do volume do hatchback. Apesar do sucesso, a GM atualizou essa linha no mês passado, ficando ambos mais atraentes. Mas quando se imaginava que o Onix e o Prisma anteriores seriam substituídos, pois assim diz a lógica, eles continuam em versão exclusiva de 1 litro que teve os nomes acrescidos da palavra Joy e, dessa forma, passam a constituir os modelos de entrada da marca Chevrolet no Brasil.
São versões simplificadas dos anteriores, mas que receberam os melhoramentos dos novos, entre eles o motor em novo estágio de evolução do motor chamado ECO, novo câmbio manual de seis marchas, a direção eletroassistida e o sistema OnStar de série, além da suspensão recalibrada em que uma as alterações foi a redução da altura de rodagem em 10 mm, algo inesperado num país de lombadas & valetas.
O Onix Joy 1,0 custa R$ 38.990 e traz direção eletroassistida, ar-condicionado, vidros dianteiros elétricos, o conhecido painel com velocímetro digital, alerta de pressão dos pneus, orientador de troca de marchas, gerenciamento de energia elétrica, diagnóstico de bordo e o aplicativo OnStar.
OnStar com diagnóstico e recuperação veicular
Outro importante diferenciador competitivo do Onix e do Prisma Joy é o sistema OnStar. Para os modelos estão disponíveis os serviços de diagnóstico, de segurança e o App/Web. O acesso é feito exclusivamente pelo smartphone do usuário.
O serviço de diagnóstico estreia com a linha 2017 do Onix e do Prisma. Por meio do aplicativo OnStar, o usuário pode conferir alguns parâmetros do veículo, como a quilometragem total percorrida e a pressão dos pneus, algo inovador em um automóvel desta categoria.
A ferramenta é bastante útil, pois a correta pressão dos pneus otimiza a dirigibilidade, o conforto, a segurança, o consumo e a vida útil da banda de rodagem.
Outra vantagem que o OnStar traz para o consumidor é o serviço de segurança, que possibilita o auxílio na recuperação veicular em caso de furto ou roubo — a tecnologia permite que carro seja monitorado e tenha o motor bloqueado remotamente pela Central de Atendimento, facilitando o trabalho da polícia.
O auxílio na recuperação veicular é um item de grande valia para o consumidor porque nem sempre o dono opta por segurar o veículo. Além disso, as seguradoras costumam oferecer descontos para carros equipados com OnStar
O usuário do Onix ou do Prisma Joy ainda pode acessar o aplicativo e a página web do OnStar para, por exemplo, acionar os alertas de movimento, de valet e de velocidade e as funções localize-me e siga-me.
No caso do modelo de entrada, a Chevrolet oferecerá o OnStar em cortesia por um ano.
São várias inovações tecnológicas, como freios de baixo atrito (as pastilhas não exercem nenhuma pressão no disco em marcha normal) e os pneus de baixo atrito de rolamento (menos 23% desse atrito).
Com tudo isso, o Onix Joy detém o título de segundo automóvel de motor 1-litro de aspiração natural mais econômico do mercado, na cidade, e de mais econômico na estrada, pelas medições do Inmetro, com 12,9/9,1 km/l na cidade e 15,3/10,8 km/l na estrada (gasolina/álcool). O câmbio de seis marchas consiste pura e simplesmente da adição de um par de engrenagens, sem alteração das demais cinco e tampouco do diferencial, para uma v/1000 de 34,4 km/l que resulta em 3.500 rpm a 120 km/h.
O Prisma Joy sai por R$ 42.990 e incorpora os mesmos itens do Onix Joy, mas em razão de seu peso apenas 18 kg maior que o do hatchback (1.027 contra 1.009 kg), porém com dotes aerodinâmicos superiores (Oniz Cx 0,35 e Prisma, 0,32), é ainda mais econômico na estrada, pois enquanto na cidade consegue 12,9/9 km/l — igual com gasolina e marginalmente pior com álcool —, enquanto na outra condição chega a 15,6/11,1 km/l
Várias medidas foram tomadas para chegar a esse resultado sem precisar recorrer a mudança de motor, com passar para três cilindros. Além da biela mais longa que diminui a decomposição de forças no contato pistão-cilindro, o novo conjunto biela-pistão está 5% mais leve, os anéis de segmento são de baixo atrito, e o óleo teve sua viscosidade reduzida para 0W20. Com essas medidas, o torque de acionamento do motor sem cabeçote é 51% do primeira versão, de 2012. Fico mais “leve” acionar o motor.
Um módulo eletrônico de gerenciamento do motor, com capacidade de processamento 40% mais rápido e com memória quatro vezes maior, “toma conta” melhor do motor, permitindo otimizar todos os parâmetros de funcionamento. A direção de assistência elétrica contribui para toda essa economia ao não haver atrito polia-correia e desligar com as rodas retas à frente. Adicionalmente, a assistência elétrica tem o papel de matar as trepidações do piso.
Há o gerenciamento da energia elétrica envolvendo monitoramento continuo da bateria, utilização otimizada do alternador, que é de um novo tipo, de alto rendimento. Desse modo o alternador absorve o mínimo de potência do motor. Não foi dito na apresentação, mas tudo leva a crer que nas desacelerações por si sós e frenagens, quando não é exigida potência do motor, o alternador gere mais energia. Um assunto a verificar.
Novidade também no sistema de arrefecimento, de rotação variável do ventilador controlada por central eletrônica, bem como o emprego de radiador ultrafino, apenas 12 mm de espessura, ante 23 mm. O volume de líquido de arrefecimento está menor.
A redução da altura de rodagem em 10 mm, cobertura inferior do motor e defletores adiante das rodas dianteiras fizeram o Cx reduzir-se 3% em relação a antes. E o Onix está 31 kg mais leve; Prisma, 25 kg menos.
Como sempre, a busca pela menor resistência da massa de ar à frente do veículo foi resultado de várias medidas, por menores que pareçam ser.
A lamentar mesmo só a falta de computador de bordo, engates Isofix e o encosto do banco traseiro dividido, três itens que considero essenciais hoje.
Andando com os dois
A apresentação e experimentação dos dois Joy foi num local velho conhecido, o Campo de Provas da Cruz Alta, da General Motors, em Indaiatuba (SP). Foi utilizada a pista de Durabilidade 1, de 4,6 quilômetros de extensão e que inclui várias condições de traçado e de piso, até uma descida e subida de serra sinuosa, a famosa “serrinha”, além de magnífico trecho de curvas de alta. Tem até “asfalto de São Paulo”, bem irregular, paralelepípedo e um cruzamento linha férrea com seus trilhos semissalientes.
Desse modo foi-me possível em poucos quilômetros conhecer bem os “velhos” Onix e Prisma, e gostei. Monobloco rígido, calibração da suspensão McPherson/eixo de torção adequada apesar da ausência de barra estabilizadora dianteira que teoricamente exige molas de constante mais alta (mais forte). O resultado é o esperado, nada de aliviar peso da roda interna à curva e que, somado à menor altura de rodagem, impede sua patinagem mesmo exagerando. Perfeito. Afirmo que comportamento dinâmico é um ponto forte desses “Chevrolet” — Opel, na verdade.
Deu para ver em condições controladas e sem risco para terceiros como podem ser atirados com tudo nas curvas. O pneus são 185/70R14H (Goodyear Efficient Grip nos dois carro s que dirigi), que além produzirem bom resultado trazem paz de espírito diante dos buracos que surgem à frente com frequência.
O motor: muitos torcem o nariz ou ficam indignados(já vi isso) quando leem potência máxima a 6.400 rpm e torque máximo a 5.200 rpm, achando tratar-se de algo intratável, de elasticidade sofrível — aquilo que chamo de “test drive de ficha técnica” — que pressupõe o “horror” de ficar trocando marchas. Pois não é nada disso, a elasticidade do SPE/4 ECO de 1 litro é notável. É evidente que a curva de torque dá um “salto de vara” a partir de 1.500 rpm e “para sobre a barra”, fica num patamar elevado. Nem precisa ver a curva (não mostrada).
Além de puxar os carros de maneira convincente, o motor é muito suave, dá gosto ver o ponteiro do conta-giros subir rapidamente. Como dá gosto sentir a disposição a 2.000~3.000 rpm. Realmente, um belo trabalho de desenvolvimento da GM brasileira.
Embora carros de acabamento simplificado — o ajuste dos espelhos externos é manual — passam impressão de qualidade construtiva. Inclusive, as teclas de comando dos vidros elétricos ficam no meu local preferido, o console de túnel.
Não há ajuste de altura do banco nem do volante (de cinto, sim) , o que pode desagradar a quem tem compleição física diferente da minha (normolíneo, 1,80 m, 84 kg); para mim, perfeito. Bons bancos, pedais bem posicionados (fácil punta-tacco) e comando de câmbio ‘”95% Wolfsburg” proporcionam um dirigir agradável e preciso. A direção de relação 15,9:1 está muito próxima do ideal, são 2,8 voltas entre batentes e o diâmetro de giro é adequado, 10,3, metros.
Internamente, bom espaço para quatro, três adultos no banco traseiro aperta um pouco e o espaço para pernas, se não é exuberante, me acomoda bem “atrás de mim”. O porta-malas do Onix é bom, 293 litros, o do Prisma, 500 litros, é excelente.
Tudo isso, sem falar dos destaques dos dois Joy, ajuda a explicar por que o Onix e o Prisma, principalmente o primeiro, estão no degrau mais alto do pódio de vendas.
Nada é por acaso.
BS
FICHA TÉCNICA CHEVROLET ONIX E PRISMA JOY | ||
ONIX JOY | PRISMA JOY | |
MOTOR | ||
Designação | 1.0 SPE/4 ECO | |
Tipo | Ignição por centelha, 4 tempos, flex | |
Instalação | Dianteiro, transversal | |
Material do bloco/cabeçote | Ferro fundido/alumínio | |
N° de cilindros/configuração | 4 / em linha | |
Diâmetro x curso | 71,1 x 62,0 mm | |
Cilindrada | 999 cm³ | |
Aspiração | Atmosférica | |
Taxa de compressão | 12,6:1 | |
Potência máxima | 78 cv (G), 80 cv (A), a 6.400 rpm | |
Torque máximo | 9,5 m·kgf (G), 9,8 m·kgf (A,) a 5.200 rpm | |
N° de válvulas por cilindro | 2 | |
N° de comandos de válvulas /localização/acionamento | 1 / cabeçote / correia dentada | |
Acionamento de válvulas | Indireto por alavancas-dedo com fulcrum hidráulico | |
Formação de mistura | Injeção eletrônica no duto | |
Comprimento da biela/relação r/l | 137,3 mm / 0,225 | |
Rotação de corte (limpo) | 6.600 rpm | |
ALIMENTAÇÃO | ||
Combustível | Gasolina e/ou álcool | |
SISTEMA ELÉTRICO | ||
Tensão | 12 V | |
Bateria | 50 A·h | |
Alternador | 100 A | |
TRANSMISSÃO | ||
Rodas motrizes | Dianteiras | |
Câmbio | Transeixo manual de 6 marchas mais ré | |
Relações das marchas | 1ª 4,27:1; 2ª 2,35:1; 3ª 1,48:1; 4ª 1,05:1; 5ª 0,80:1; 6ª 0,67:1; Ré 3,31:1 | |
Relação de diferencial | 4,87:1 | |
FREIOS | ||
De serviço | Hidráulico, duplo circuito em diagonal, servoassistido, ABS | |
Dianteiro | A disco ventilado | |
Traseiro | A tambor | |
SUSPENSÃO | ||
Dianteira | Independente, McPherson, braço trinagular, mola helicoidal e amortecedor pressurizado | |
Traseira | Eixo de torção, mola helicoidal e amortecedor pressurizado | |
DIREÇÃO | ||
Tipo | Pinhão e cremalheira, eletroassistida indexada à velocidade | |
Relação de direção | 15,9:1 | |
Voltas entre batentes | 2,9 | |
Diâmetro mínimo de curva | 10,3 m | |
RODAS E PNEUS | ||
Rodas | Aço com calota, 5J x 14 | |
Pneus | 185/70R14H | |
PESOS | ||
Em ordem de marcha | 1.009 kg | 1.027 kg |
Carga máxima | 375 kg | |
CARROCERIA | ||
Tipo | Monobloco em aço, hatchback 4 portas e 5 lugares | Monobloco em aço, sedã 4-portas e 5 lugares |
AERODINÂMICA | ||
Coeficiente de arrasto (Cx) | 0,35 | 0,32 |
Área fontal (calculada) | 2,315 m² | 2,320 m² |
DIMENSÕES EXTERNAS | ||
Comprimento | 3.930 mm | 4.275 mm |
Largura sem/com espelhos | 1.705/1.964 mm | |
Altura | 1.474 mm | 1.477 mm |
Distância entre eixos | 2.528 mm | |
CAPACIDADES | ||
Porta-malas | 293 litros/1.020 litros com encosto do banco rebatido | 500 litros |
Tanque de combustível | 54 litros | |
DESEMPENHO | ||
Velocidade máxima | 163 km/h (G) e 167 km/h (A) | 168 km/h (G) e 172 km/h (A) |
Aceleração 0-100 km/h | 13,9 s (G) e 13,4 s (A) | |
CONSUMO DE COMBUSTÍVEL (INMETRO/PBEV) | ||
Cidade | 12,9 km/l (G) e 9,1 km/l (A) | 12,9 km/l (G) e 9 km/l (A) |
Estrada | 15,3 km/l (G) e 10,8 km/l (A) | 15,6 km/l (G) e 11,1 km/l (A) |
CÁLCULOS DE CÂMBIO | ||
v/1000 em 5ª/6ª | 28,8/34,4 km/h | |
Rotação a 120 km/h em 6ª | 3.500 rpm | |
Rotação à vel. máxima (5ª) | 5.800 rpm | 6.000 rpm |