No final da Parte 1 desta matéria falamos de dois irmãos, Alfredo e Eduardo Ralisch. Vamos apresentar como os dois viram e participaram deste evento. Será uma visão de quem curtiu ativamente o 7º Encontro Nacional do Fusca, realizado no dia 1º de maio de 1995. Um exemplo de muitos, pois cada uma das quinze mil pessoas (quantidade estimada pelas autoridades) que participou deste evento certamente tem as suas lembranças e suas histórias, suas fotos, vídeos e talvez seus prêmios também, como estes dois o têm.
Complemento esta Parte 2 com outros depoimentos que vão dar uma impressão de como várias outras pessoas vivenciaram este evento, incluindo os depoimentos de uma representante de um fornecedor de serviços para estes eventos e de um representante da Volkswagen do Brasil.
Irmãos Ralisch
Na verdade, são três irmãos, e todos fuscamaniacos, mas um deles, o Ricardo, mora há alguns anos em Londrina, no Paraná. Os três costumavam participar de eventos juntos. Vamos conhecer os três através de uma foto tirada em 2017:
Por coincidência há uma foto (fotograma de um vídeo) dos carros dos três no Passeio de Fuscas de 1992, na mesma sequência da foto acima, a saber, o azul 1986 do Ricardo, Branco 1986 do Alfredo e preto 1956 do Eduardo:
A participação do Ricardo nesta matéria acaba por aqui, sem antes comentar que ele está com 60 anos, é casado, tem três filhos, dois netos, é engenheiro agrônomo e professor catedrático na Universidade Estadual de Londrina; ele é proprietário de um Fusca 1986 azul desde zero. Em Londrina ele participou de algumas competições da classe Speed. O Ricardo competiu de kart no início dos anos 1970, em Interlagos, sempre com a ajuda dos irmãos; e, por coincidência, compartilhou os boxes do Kartódromo com o Ayrton Senna no início da carreira dele no kart.
Vamos conhecer o Alfredo, ele tem 66 anos de idade, é engenheiro aposentado. E, depois de ter tirado a sua CNH, ele contabiliza sete Fuscas anos 69, 70, 73, 75, dois 76 e 86. Seu hobby é jogar bolão (boliche alemão- Kegel) e sua curtição são os passeios de moto. Agora vamos ao depoimento que o Alfredo enviou:
“Faço parte de uma geração que teve o Fusca como primeiro veículo e que o dirigiu durante a juventude. Na década de 60 tive a feliz oportunidade de conhecer um grande amigo, Alexander Gromow, que mais tarde me incentivou a participar como sócio do Fusca Clube, no qual participei com este carrinho que fez parte da minha vida por tantos anos.
Tive a honra e a satisfação de participar de vários eventos do clube, em especial do evento realizado em 1995 em Interlagos, pois se tratava de uma homenagem ao saudoso corredor que muito marcou a minha geração, Ayrton Senna, que falecera exatamente um ano antes, praticando o que ele mais gostava na vida — correr competitivamente.
Naquele domingo ensolarado tirei o meu Fusca da garagem e fomos, minha esposa, meus filhos e eu, para Interlagos participar do evento. Aproveitei, também, para me inscrever no concurso na categoria Fusca Série Limitada.
Neste evento tive a oportunidade em poder gravar um vídeo do evento e ver um mar de Fuscas percorrendo a pista de Interlagos no seu “novo” traçado mais curto com seus quatro e poucos quilômetros. E mais, eu disse que foi um evento especial, sim pois me marcou e me emocionou profundamente pelo evento em si, e, além da homenagem e lembrança do nosso querido Senna, registrou-se o recorde de Fuscas participantes e, também, porque acabei por ser premiado no concurso de carros, na categoria ‘Série Especial’.
Foi um dia perfeito, um dia que não sai da minha lembrança depois de passados mais de vinte anos.”
Obrigado Fusca Clube, obrigado Alex, apelido que eu o chamava lá atrás, quando o Rosinha ainda não estava reformado e ficava guardado na garagem da casa dos pais dele onde ele morava no Jardim Prudência.
O Alfredo ainda guarda o Certificado de Participação no evento:
O carro do Alfredo na época do evento havia pertencido a seu falecido pai, João Ralisch, que foi um alto funcionário da Volkswagen do Brasil. Ele foi diretor da Finanvolks, que financiava veículos para as revendas, e depois acumulou as funções de diretor da Interlocadora (aluguel de carros) e do Consórcio Volkswagen. Ele foi o idealizador da sede da Volkswagen no bairro do Jabaquara, em São Paulo. Tanto que o prédio acabou recebendo o seu nome até à junção com a Ford.
Isto explica porque que o Sr. João Ralisch foi um dos que recebeu um dos carros de uma série especial: “Carros de Diretoria”, que foram Fuscas feitos um pouco antes dos Última Série, e que foram destinados a membros da diretoria. E este carro foi um dos vencedores da categoria “Série Especial” do concurso de carros do 7º Encontro Nacional do Fusca.
Os “Carros de Diretoria”, eram de uma série especial, fabricados em 1986, e eram todos brancos, o combustível era gasolina, tinham um carburador, o acabamento era especial, saiam com um rádio/toca-fitas Bosch Rio de Janeiro, alto-falantes instalados nas portas e no tampão do bagagito, faróis auxiliares de longo alcance e tinham ar quente. Nas fotos abaixo detalhes do carro que era mantido todo original:
Agora uma foto da família feita pelo Eduardo em Interlagos, mostrando que era um evento para toda a família. Da esquerda para a direita: o Alfredo, com seu enorme gravador de vídeo pendurado no ombro (Panasonic Ohmimovie – que funciona até hoje), o André, filho do Eduardo, o Marcel e a Priscila, filhos do Alfredo e a Ivanilba, esposa do Alfredo:
Complementando a legenda, à esquerda o 1956 do Eduardo e à direita o “Carro de Diretoria” 1986 do Alfredo. Foi com aquele gravador que foi feito o vídeo abaixo que apresenta o evento da perspectiva de um participante do mesmo, sendo que os filhos do Alfredo ajudaram gravando algumas das cenas:
Este vídeo apresenta um resumo do evento, desde a homenagem a Ayrton Senna, onde eu apareço conduzindo o Rosinha e falando ao telefone (!?!), o cortejo de carros, os carros expostos na Alameda dos Boxes, o Schwimmwagen num dos lagos do Autódromo, a prova de arrancada e a premiação na qual o Eduardo recebeu o seu troféu pela participação na categoria 1200.
Algumas das fotos do evento que o Alfredo enviou:
Agora vamos ao depoimento do Eduardo Ralisch, mas antes disto vamos conhecê-lo: ele está com 65 anos, é engenheiro, e está prestando serviço como consultor em uma metalúrgica, na área de logística. Continua mantendo um Fusca 1964 e possui algumas motos e coleciona diversos objetos antigos. E o seu depoimento é o seguinte:
“Passeio Fusca Clube 1º de maio de 1995, foram diversas as razões que me levaram a participar deste Passeio:
– Homenagem a Ayrton Senna, nosso ídolo, um ano após sua morte em Ímola.
– O programa do passeio previa uma volta na pista de Interlagos, que frequentávamos bastante como espectadores.
– Encontrar amigos e saber que assunto não iria faltar
– Prova de arrancada de Fuscas, com divisão por cilindrada. Me inscrevi para participar com o 1956 de 1.200 cm³ que eu tinha na época de 1200 cm³.
Foi muito gostoso arrumar o carro para o evento. Na mecânica nada foi feito, mas foi preciso confeccionar os números e colocar alguns adesivos para transformá-lo num “bólido de competição”. Lembro que nesta categoria eram poucos inscritos e acho que depois de ganhar duas baterias, fui para a final disputar com o João Reinaldo Abrahão, que participava acho que com um 1965 importado da África do Sul, com o volante de direção no lado direito. Perdi para ele e fiquei em segundo lugar na categoria. Isto foi o que lembro, mas ao encontrar o troféu, na plaquinha consta que fui o quarto colocado. Não fez diferença, pois gostei muito de ter participado. Foi pura diversão e muito bom relembrar.”
O recebimento dos troféus da categoria 1200 cm³ está no final do vídeo acima, mas era importante ter isto registrado também em foto:
A qualificação final indicada na plaquinha do troféu não era bem o que o Eduardo esperava:
Um dos grandes amores do Eduardo são as motos antigas como a desta foto tirada em um evento (corrida) de motos antigas:
Para encerrar o depoimento do Eduardo ai vão as fotos do carro dele que ele enviou:
Vera Pacheco
Alguns eventos, inicialmente do Sedan Clube do Brasil, depois do Fusca Clube do Brasil, tiveram o apoio da Volkswagen do Brasil, em especial quando foi criado o Dia Nacional do Fusca com eventos realizados em Interlagos. A Volkswagen do Brasil tinha um subfornecedor de serviços para os eventos e promoções: a De Simone Promoções, que já não existe mais; e a nossa gerente de atendimento era a Vera Pacheco, uma profissional de primeira linha. Ela também atuou no 7º Encontro Nacional do Fusca. Neste contexto eu pedi que ela escrevesse algumas palavras sobre aquele tempo, aí vai o depoimento dela:
“Durante muitos anos da minha vida fui atendimento da área de promoção e eventos da Volkswagen. Realizamos os maiores lançamentos automobilísticos no Brasil e no exterior. A Volkswagen sempre esteve um passo a frente de seus concorrentes, lançamentos de veículos nos mais diversos nichos de mercado, ações promocionais inovadoras, além da preocupação com a exposição de seus veículos nas concessionárias.
Todas as ações eram realizadas com a coordenação de excelentes profissionais de marketing e comunicação que sempre superaram todos os desafios. Em conjunto com suas agências o comprometimento com o trabalho sempre foi primordial, porém sempre existiu amizade entre todos, que eu diria hoje inesquecível.
Na década de 90 em meio aos inúmeros jobs a serem planejados e produzidos para a fabricante, surgem jobs do Fusca Clube, encontros, eventos, exposições da paixão do brasileiro — o Fusca. Não vou dizer que ficávamos muito felizes porque a Volkswagen e todas as suas áreas nos davam muita demanda. No entanto, ao planejar e produzir os eventos para Fusca Clube percebemos que para eles os encontros eram mais que um trabalho, eram uma paixão.
Mesmo com todas as dificuldades de verbas, a paixão de realizar encontros superava todos os desafios, sempre com objetivo de reviver momentos inesquecíveis com o Fusca.
Acredito que o sucesso desses eventos em muito se deve ao gestor dos projetos Alexander Gromow, então presidente do Fusca Clube que sempre enfrentou todas as dificuldades com muito profissionalismo e, principalmente, com muita paixão pelo seu trabalho e respeito aos apaixonados pelo Fusca.
Sinto me honrada por ter tido a oportunidade de trabalhar ao seu lado, pois a sua paixão é contagiante.”
Registro aqui a alegria de ter recebido este depoimento da Vera que é uma grande profissional, que agora forma novos profissionais já que está dando aulas na Faap – Fundação Armando Alvares Penteado, na cadeira de Comunicação. Ela foi importante para muitos dos eventos que foram realizados na minha gestão como presidente no Fusca Clube do Brasil.
Além dos comentários que foram feitos através do Disqus na Parte 1, recebi vários outros comentários, tanto pelo Facebook como pelo WhatsApp e eu gostaria de agradecer a todos e registrar alguns deles na sequência:
Fábio de Cillo Pagotto:
Inicialmente ele me enviou um recado pelo WhatsApp dizendo: “Estive lá com o meu Fusca Avallone 1981. Não conte para ninguém, mas apareço com o Fusca e Andrea na foto do cortejo na matéria. KKK”
Aí fomos conferir as fotos:
Arrematando ele comentou o seguinte:
Lembro que foi impressionante a quantidade de carros. Foi inesperado! Em um momento Interlagos estava parado, completamente lotado, com 3 faixas de carros o circuito formou um imenso congestionamento. Percebi a quantidade de Fuscas ainda em circulação. Foi muito legal.
Mas como estava com a capota abaixada sofri com o calor e me queimei. A Andrea, na época minha namorada, brigou comigo pois não dava para andar. Tivemos que esperar umas duas horas para ir embora. KKKK...
Pois é, caro Fábio, para quem é branquinho como você e eu, um boné e bastante filtro solar são imprescindíveis num evento como este. Só que você não deve ter seguido o que o Manual do Evento preconizava para os participantes, não foi?
O manual era um documento completo que atendia a todos os itens do evento, inclusive tinha, nas suas páginas centrais, um tipo de “guia rápido” chamado de: Resumo de Dados Sobre o Evento; bom para quem estava com pressa. No canto direito inferior deste “guia rápido” (página 7 do manual) estavam as seguintes dicas:
Acho que ler manuais não é uma coisa que nós costumamos fazer, mas num caso destes foi tomado todo o cuidado por parte da organização do evento em emitir um documento completo, com um “guia rápido” e com dicas importantes para todos os tipos de participantes do evento, desde os que vieram só assistir as atividades, até os que participaram destas atividades – este manual apresenta toda a experiência que foi acumulada com grandes eventos que realizamos em Interlagos, e extrapolava com vistas ao megaevento que acabou se confirmando no dia 1º de maio de 1995. Este manual é exemplar e eu sugiro a todos que ainda não o conhecem que o leiam; ele está à disposição no seguinte endereço, no formato de uma revista eletrônica:
https://issuu.com/alexandergromow/docs/manual_7._encontro
Carlos Alberto de Mattos
Ele enviou algumas fotos do evento mostrando a sua perspectiva do 7º Encontro Nacional do Fusca, apresentamos estas fotos abaixo:
Eu, particularmente fiquei muito contente com mais uma foto de meu carro participando da “Comissão de Frente”.
Leandro Schmidt
O Leandro foi quem enviou a fantástica foto que eu coloquei como foto de abertura desta Parte 2. Esta foto, que mostra a pujança deste evento, foi feita pelo renomado fotógrafo jornalístico Matuiti Mayezo, falecido no final de 2009.
Para o Leandro esta foto é muito importante, pois ele estava na primeira Kombi na extrema direita da foto e a Kombi da extrema esquerda era do amigo Celsom Gomes Pereira (dono também da réplica do Herbie que levou a letra “A” na “Comissão de Frente”). As três Kombis que aparecem alinhadas em primeiro plano, juntamente com os carros da Menon Rescue, tiveram a importante função de segurar a velocidade do gigantesco comboio que vinha atrás; este era um procedimento de segurança que eu preconizava nas voltas na pista do autódromo.
Quando eu agradeci ao Leandro, ele disse: “Eu é que agradeço e fico feliz de lembrar desse dia e saber que fiz e faço parte dessa história e desse universo que une tantos apaixonados pelo Besouro como nós.”
Leonardo Lessa
O Leonardo comentou o seguinte:
“Na época ainda residia em Belo Horizonte, fiquei sabendo do evento e peguei a estrada para participar levando meu 84 Série Love. Foi um evento inesquecível!”
Saymon Machado
O Saymon enviou o seguinte depoimento:
“Eu estive nesse épico evento, fui de ônibus pois tinha 17 anos. Tenho guardado até hoje o adesivo e o certificado que ganhei das suas mãos.” E ele ficou impressionado com o Schwimmwagen e disse: “Nesse dia tinha um Fusca anfíbio andando na pista, que depois cruzou o lago“.
Eu fiquei muito sensibilizado com este depoimento do Saymon, em especial com o capricho com o qual ele guardou as suas lembranças deste evento:
Danilo Pessolato
O Danilo enviou o seguinte depoimento emocionante:
“Eu estive lá, Alexander Gromow, ainda ia completar 19 anos e já tinha a paixão correndo nas veias há um tempão, na época tinha um Fusca 1967 branco todo original de placas BIN-5217.
Foi um sucesso. Quando o vendi guardei os adesivos que estão na minha pasta até hoje.
Este evento foi um marco na história, tanto na história do Fusca no Brasil quanto na minha. O que mais ficou marcado foi a quantidade de pessoas e veículos, além do que, fomos em Fusqueata para o autódromo, do Tatuapé até Interlagos.
Nunca vi tantos Fuscas e seus derivados juntos, ainda mais com tamanha diversidade. Foi simplesmente espetacular e com certeza está guardado na minha memória eternamente.”
Luiz Cesar Basso Barbosa
Completando a série de depoimentos apresento o enviado pelo grande amigo Luiz Cesar, a quem agradeço não só este generoso escrito, como também a parceria em eventos e em ideias.
Certamente o nosso trabalho conjunto foi um ponto alto no relacionamento da Volkswagen inicialmente com o Sedan Clube do Brasil, que depois passou para Fusca Clube do Brasil, quando recebemos a permissão para o uso, em caráter precário, da palavra “Fusca”, que é uma marca depositada da Volkswagen do Brasil. Certamente o meu trabalho junto à fabricante dependia da boa vontade do pessoal de contato e o Luiz Cesar foi uma das pessoas especiais que abriu a porta da Volkswagen para as atividades que eu conduzi em meu tempo de dirigente do clube.
A ele eu agradeço não só ao, para mim, emocionante depoimento, como, e em especial, ao grande apoio que recebi e do qual surgiu, por exemplo, o Dia Nacional do Fusca, como eu reportei na matéria sobre este assunto: Vinte de janeiro, Dia Nacional do Fusca, mas por quê?
O Dia Nacional do Fusca deu abertura para a criação do Dia Mundial do Fusca e tudo isto sempre visando a manutenção dos carros, de sua história e de suas histórias (as histórias que eu registro nos “causos” como os que compõem o meu Livro 2). Vamos ao depoimento do Luiz Cesar:
Pense numa pessoa insistente. E competente. Esta pessoa tem nome: Alexander Gromow!
O profissional, o amigo, o fuscamaníaco, o presidente do Clube do Fusca… Tudo isso reunido em alguns “cento e poucos quilos” (desculpe entregar assim) de muito dinamismo, alegria, criatividade e empolgação.
Estas foram as primeiras impressões que tive ao conhecer o Alexander. E elas não me enganaram. Ocupando na época a supervisão da Propaganda na época, conheci Alexander comandando o Clube do Fusca. Aficionado como sempre foi pelo “besouro”, as explanações (seguidas de solicitações), sempre foram muito enfáticas e repletas de conteúdo histórico.
Ora visando a divulgação dos projetos que o Clube planejava, ora solicitando participação da “casa-mãe-do-besouro” em ações e divulgações.
E confesso que, mesmo fazendo parte dela, eu não tinha uma verdadeira adoração pelo modelo. Mas fui contaminado pelo entusiasmo do Alexander e sua equipe e, rapidamente, passei a pensar da mesma forma que eles. Em decorrência, a buscar participar mais do Clube e a propor internamente aos diretores eventos comemorativos.
O Dia Nacional do Fusca, memorável data já divulgada em prosa-e-verso pelo Alexander, onde nos reunimos na Praça Panamericana, no antigo Well’s Burger (hoje McDonald’s) lá existente. Ou nos passeios do Fusca. Ou nas caravanas. Ou nos eventos que o Clube promovia frequentemente.
Lamentavelmente não conseguia o beneplácito da diretoria para o apoio a todas as ações, pois o foco comercial da empresa direcionava sempre mais para produtos novos, por mais que o ícone Fusca representasse o reconhecimento da marca “em qualquer chão deste País” (daí o slogan da marca durante muito tempo: “A marca que conhece o nosso chão”!
Mas o Clube do Fusca, Alexander e todos os envolvidos transpiravam esta bem-querência ao carro! E muitas vezes foram reconhecidos por isso, como no caso do Guinness Book.
E quando de meu retorno ao departamento de Propaganda (depois de um período de oito anos como gerente regional em outros estados), os trabalhos com o Alexander e com o Clube do Fusca voltaram a se realizar. E novas empreitadas aconteceram.
Daí surgiram os encontros no autódromo de Interlagos, os passeios comemorativos em várias cidades, como, por exemplo, em São Bernardo do Campo, berço da matriz, os projetos com o Mauricio de Souza (gibis e a Cidade dos Fusquinhas no shopping), entre outros.
Surgiram ações específicas também, como a inclusão de um modelo Fusca no Show Volkswagen Espetacular – evento acrobático comandado pelo gigante Oswaldo Steves Cordeiro – o popular “Steves” – que fazia estripulias com os carros: salto sobre carros, salto de rampas, duas rodas, zerinho, entre outras que realizou em muitas das apresentações dos números com o Fusca.
E um pouco mais tarde, com o encerramento da produção com uma Série Especial – que foi acompanhada por um kit onde se encontrava uma fita de vídeo VHS (uau!) contendo todos os filmes comerciais do Fusca e também onde as chaves dos veículos foram numeradas e banhadas a ouro – até o relançamento do carro (época de Itamar Franco), com a edição de um livro comemorativo, ações decorrentes do entusiasmo e do processo catalisador do Clube do Fusca foram acontecendo.
Mais tempo e espaço tivesse, muito mais histórias teríamos para contar. O importante a destacar é que, além natural relação entre uma fabricante e um clube ligado à marca, a presença e influência do Alexander Gromow foram fundamentais para que a memória do carro se perpetuasse e ampliasse os horizontes.
Como citado no início: incansável nas propostas, onipresente em toda e qualquer comemoração sobre o Fusca (quer nas exposições, salões do automóvel, fotos na linha de produção, entre outras) o Alexander sintetiza a simpatia e perseverança que o “carrinho empático” representa para praticamente todos os brasileiros que com ele tiveram contato.
Esta parceria experimentou tempos produtivos. Tempos criativos. Tempos felizes.
Luiz Cesar B. Barbosa
Estes são exemplos de várias mensagens que recebi, muitas pessoas ainda guardam o diploma, o adesivo do evento e o adesivo “F”, e todos carinhosamente lembraram deste evento. Agradeço a participação de todos que enviaram seus depoimentos.
Acredito que com estes depoimentos foi possível transmitir o clima do evento e, com isto, para quem foi trazer lembranças vivas dos acontecimentos; e, para quem não participou, espero ter dado uma boa imagem de como transcorreu este megaevento.
AG
As fotos desta parte da matéria foram enviadas pelas pessoas que dela participam, como indicado no texto, salvo quando indicada a fonte.