JETTA GLI, O MÉDIO QUE SATISFAZ PLENAMENTE (COM VÍDEO)

Esse Jetta, de sétima geração (primeira, 1979) foi lançado no Salão de Detroit de 2018, tradicionalmente realizado em janeiro (passará para junho em 2020). Chegou ao Brasil (do México) em setembro em duas versões, Comfortline e R-Line, ambas de motor 1.4-litro TSI flex de 150 cv,, câmbio automático epicíclico (Aisin)  de seis marchas e suspensão traseira por eixo de torção. Um belo conjunto, eficiente, capaz de satisfazer a muitos: 0 a 100 km/h em 8,9 segundos e chegar a 210 km/h não deixa ninguém triste, muito menos frustrado.Mas como desempenho a mais nunca é de menos, havia algo melhor nos planos de importação da VW do Brasil, concretizado em junho deste ano.

O mesmo carro, mas com motor 2-litros 350 TSI de 230 cv a gasolina (o mesmo do Golf GTI), câmbio dupla-embreagem em banho de óleo de 6 marchas e com a roda-livre que o 1,4 não tem, e suspensão traseira independente multibraço. Mesmo ganhando 101 kg, o 0 a 100 km/h baixou para 6,8 segundos e a velocidade máxima subiu para 250 km/h. Resultado, só alegria e imenso prazer ao dirigi-lo.

O motor de 1.984 cm³ entrega os 230 cv de 4.700 rpm a 6.200 rpm, o elevado torque de 35,7 m·kgf já surge a 1,500 rpm e segue constante até 4,600 rpm. Quando requisitado, motor vai feliz até 6.800 rpm, ocorrendo a troca para marcha superior. É um motor que impressiona não só por esses números, como também pela sua suavidade, resultado duas árvores contrarrotativas de balanceamento e relação r/l 0,291, graças às bielas de dimensão correta, 159 mm. O motor é um dos destaque do GLI — que pode passar longe das bombas de gasolina premium nos postos, a octanagem prevista para ele, informada por adesivo na portinhola do tanque é 95 RON, gasolina comum, aditivada ou não.

Seu preço é R$ 144.990 e o único opcional é o teto solar, por R$ 4.990. A lista de equipamentos de série é extensa e inclui ar-condicionado automático bizona, assistente de partida em aclive, assistente frontal com frenagem de emergência, banco do motorista com ajuste elétrico que inclui lombar e memória, seis bolsas infláveis, câmera de ré, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, controle de estabilidade e tração, potentes faróis de LED com ajuste automático da luz alta, sistema de infotenimento com tela tátil de 9 polegadas, enfim, tudo que espera de um carro desse naipe. Uma lida na lista de equipamentos no final.servirá para avaliar a elevada dotação de itens importantes.

Falei, e critiquei, nas matérias anteriores sobre o Jetta a ausência de saída de climatização para o banco traseiro. Pois foi uma omissão da fabricante na informação à imprensa, já que ela existe. Não em forma de difusor na parte final do consolo de túnel, como é comum, mas sob os bancos dianteiros quando a distribuição de ar está na posição assoalho.

Qualidades dinâmicas

O maior peso e, principalmente, e o aumento de desempenho, levou a algumas mudanças importantes. Os freios são mais potentes, discos tiveram os diâmetros aumentados de 288/272 mm dianteiros-traseiros para 312/300 mm, a tala das rodas aumentou 0,5″ para 7,5″, e os pneus, de 205/55R17H para 225/45R18Y. O desempenho em curva já era bom e ficou superlativo, especialmente nas curvas de alta, como já comentei ao falar da suspensão traseira multibraço. O conforto de rodagem se manteve no mesmo e elevado padrão.

A direção eletroassistida indexada à velocidade mantém a excelente relação média de direção de 10,3:1 com apenas 2,1 voltas entre batentes, para um dirigir bastante fácil. O diâmetro mínimo de curva é apenas 11,1 metros, 1 centímetro mais que o Fusca.

A resposta de direção é elevada e precisa, o bloqueio do diferencial com vetoração por torque lhe confere um comportamento em curva admirável.

Na estrada, o motor segue sossegado a 2.200 rpm à velocidade verdadeira de 120 km/h, e consumindo pouco. Os dados oficias de homologação são 9,9 km/l na cidade e 12,5 km/l na estrada, mas consegue-se bem mais que isso, como no meu percurso padrão residência em Moema-Maison Blanche, em que obtive 14,3 km/l. Mesmo com o pequeno tanque de 50 litros, o alcance rodoviário é expressivo, 700 quilômetros.

Acelerá-lo através das marchas, independente de se no modo de câmbio automático ou manual (pelas borboletas ou pela alavanca seletora, subindo marchas com toques nela para frente/reduzindo para trás) é altamente gratificante, especialmente se o modo de condução estiver em Sport, em que som do motor é amplificado para a cabine. Os outros modos são Comfort, Individual e Eco, e neste último o carro rola em roda-livre — por boa distância, ajudado pelo Cx 0,299.

O câmbio tem o modo S, selecionável ao se movimentar a alavanca mais para trás, quando as marchas só são trocadas em rotação mais alta e mais rapidamente. Há o start/stop desligável por interruptor na base do painel, e a prática atuação automática do freio eletromecânico nas paradas, como nos semáforos.

À sua frente o motorista conta com um painel virtual configurável e na tela do multimídia são exibidos até dados do motor, como  potência e pressão do turbo e, do veículo, a aceleração nos dois eixos, o longitudinal e o lateral.

Bancos dianteiros são excepcionais, com boa conformação para apoio lateral adequado e densidade da espuma correta, revestidos de couro preto. O espaço para quem vai atrás é amplo e os pés encontram lugar sob os bancos dianteiros. O Jetta GLI só deve mesmo a  faixa degradê no para-brisa.

Tudo isso dispondo de uma porta-malas de 510 litros e de uma capacidade de carga de 518 kg, o que em termos médios significa 350 kg dos cinco ocupantes e 168 kg da bagagem.

O Jetta GLI mede 4.709 mm de comprimento, 1.799/2.037 mm de largura, 1.478 mm de altura e o entre-eixos é de 2.680 mm; distância mínima do solo, 140 mm. Ótimas dimensões, portanto

Tudo bem que haja uma corrida aos suves, gosto é gosto, mas tem muita gente que está seguindo a manada e não sabe o que está perdendo ao não considerar esse Jetta ou mesmo os de motor 1,4-litro.

Assista ao vídeo:

BS

Mais fotos, a seguir ficha técnica e lista de equipamentos: