Muito do novo Corolla falei na matéria “Um novo Toyota Corolla“, de 8 de setembro ultimo. Faltava dirigi-lo mais e por mais dias, inclusive levá-lo à Estrada dos Romeiros, onde temos várias referências que aprimoram uma análise, inclusive um trecho de autoestrada, a rodovia Castello Branco até o km 48.
Começamos pelo que a Toyota nos disponibilizou, o 2-litros de aspiração natural XEi, de R$ 110.990, versão situada entre o GLi de R$ 99.990 e o Altis, de R$ 124.990. As três versões compartilham o novo motor 2-litros Dynamic Force e o também novo câmbio CVT Direct Shift, de fabricação Aisin. Em nível de equipamentos o XEi está mais para o Altis do que para o GLi; até rodas e pneus são os mesmos, mas só o topo da gama tem teto solar.
O que chama a atenção no novo Toyota, logo nos primeira quilômetros, é como o carro mudou, tipo “parece outra marca”. Isso falando do conjunto, não de um item isoladamente. Bancos, decoração interna, silêncio de rodagem,batida de portas, precisão de qualquer comando que se usa.
Trem motriz
O motor Dynamic Force mostra mesmo a que veio. Sem entrar na receita cilindrada reduzida com turbocompressor,, o resultado é convincente. O motor tem mesmo disposição para movimentar os 1.405 kg do carro. Sem menosprezar o CVT Direct, Shift, fico imaginando o que seria o Corolla com esse motor e o novo câmbio manual de seis marchas lançado junto nos EUA,, com aceleração interina automática e ré sincronizada.
Seja como for, esse CVT se mostra eficaz na sua função de levar, com eficiência, potência e torque do motor às rodas motrizes dianteiras. A solução de haver uma primeira marcha por um par de engrenagens cilíndricas helicoidais, exatamente como as dos câmbios manuais, faz toda diferença no momento de arrancar, sem nenhuma semelhança com o que se conhece dos câmbios CVT.
Após arrancar o câmbio procura a marcha seguinte, a segunda, agora por conta do sistema de variação das polias de “V” variável em movimentos opostos. A troca é absolutamente normal e natural, dentro da lógica do câmbio de subir marcha desde pouca rotação e carga até acelerador todo aberto e o motor chegar ao ponto programado de troca, 6.300 rpm.
O resto do andamento é o conhecido dos CVT mais recentes, trocas de “marchas” automáticas ou comandadas pela alavanca seletora ou pelas borboletas.
Como a Toyota não informou as relações máxima e mínima, procurei, em vão, na internet essa informação tão normal. Só pude observar que a 125 km/h indicados o motor estava a 2.000 rpm, mas gosto e prefiro fornecer ao leitor o número correto obtido por cálculo.
Outro dado não informado é a aceleração 0-100 km/h. Eu tencionava medir usando GPS e cronômetro, mas não foi possível. De qualquer maneira, o site americano The Car Connection registrou aceleração 0-60 milhas por hora (96,5 km/h) “abaixo de 8 segundos”, daí podendo-se esperar 8 segundos aqui. O carro tem mesmo muita disposição para acelerar e retomar velocidade.
Desempenho e consumo
Com 177 cv e Cx 0,28 (outro dado omitido pela Toyota do Brasil, achado na internet), pode-se estimar com boa precisão velocidade máxima superior a 210 km/h. Portanto, para quem faz questão de desempenho num sedã médio fabricado no Brasil, o Corolla satisfaz plenamente.
O consumo oficial, de homologação, do modelo é 11,6/8,0 km/l na cidade e 13,9/9,7 km/l, na estrada, compatível com o porte e peso do veículo. No vídeo eu falo 10,2 km/l no habitual trajeto minha residência em Moema-Maison Blanche, o que me surpreendeu, pois esperava um consumo menor. Meu “odormetro” no bocal do tanque notou cheiro não muito convincente de estar só com gasolina no tanque, parecendo haver álcool na mistura.
Para comparar, o consumo Inmetro do Altis anterior, 2-L e CVT de 7 “marchas”, de 143/154 cv, e 65 kg mais leve, era 10,6/7,2 km/l na cidade e 12,6/8,8 km/l na estrada. Portanto, boa evolução nesse importante quesito.
Suspensão
Como falei na matéria anterior, com link, a grande mudança ocorrida na 12ª geração do Corolla foi na suspensão traseira. Embora a solução do eixo de torção seja eficaz, junto com a vantagem de jamais precisar alinhar rodas traseiras, no funcionamento a suspensão independente multibraço é superior, Não apenas no conforto de rodagem um pouco melhor, mas, principalmente, nas curas tomadas mais rapidamente.
Isso não apenas por questão de copiar melhor os pisos imperfeitos, mas, principalmente por dar ao projetista os meios de estabelecer geometria de suspensão que mantenha as rodas — os pneus — na posição mais favorável de trabalho nas diversas solicitações dinâmicas ocasionadas por forças laterais e rolagem da carroceria.
Só para ilustrar esse ponto, o Porsche 911, até a série 964, em 1993 a suspensão traseira era por braço semiarrastado, independente, é claro. O esportivo era conhecido por suas saídas de traseira inesperadas e até certo ponto perigosas, acentuada pela configuração de motor traseiro atrás do eixo. Naquele ano surgiu a série 993 e com ela nova suspensão traseira multibraço chamada pelo Porsche de LSA — de leve, estável e ágil, em inglês — mas que acabou recebendo o apelido, dado pela comunidade automobilística, de suspensão Weissach, alusiva ao nome da pequena cidade alemã onde está o Centro de Desenvolvimento da Porsche. Com a nova suspensão traseira os vícios de comportamento do 911 desapareceram completamente.
A suspensão dianteira permanece McPherson, uma solução sem restrições.
Nota-se calibração na fronteira entre conforto e (grande) aptidão para se abusar um pouco nas curvas (e perdoar erros, independente do controle de estabilidade), O pequeno desconforto em certos pisos irregulares, tão comuns em São Paulo, é nada diante de se ter um carro de comportamento absolutamente preciso e livre de preocupação. É realmente um ponto alto do novo Corolla, ajudado por perceptível rigidez torcional do monobloco, pela direção eletroassistida irrepreensível, e pelos pneus 225/45R17Y — Dunlop SP Maxx D50 nacionais exclusivamente, resultado de parceria entre a Toyota e aquele fabricante de pneus.
No elevador
Equipamentos
Um leitura da lista de equipamentos do XEi mostra a rica dotação de itens, e não há opcionais, uma apreciável filosofia da Toyota.. O topo de gama Altiis, como é de se esperar, vem de série com itens como faróis em LED e o exclusivo pacote de segurança ativa Toyota Safety Sense, que inclui sistema de alerta de mudança de faixa, controle automático de Velocidade de cruzeiro adaptativo, farol alto automático, assistente de pré-colisão com alerta sonoro e visual e, se necessário, frenagem automática, e o pacote premium — ar-condicionado automático bizona com sistema de fluxo inteligente, banco do motorista com regulagem elétrica (altura, distância, inclinação ou altura com distância), espelhos retrovisores externos eletrorretráteis com regulagem elétrica e rebatimento automático ao fechar o veículo, teto solar elétrico, limpador do para-brisa com sensor de chuva e e lanternas traseiras em LED. Todos itens de auxílio à condução,e de conforto, com o teto solar, mas que representam gasto de R$ 14.000 em relação ao XEi, uma diferença importante.
Quem escolher um sedã para si ou para a família, se definir por essa marca e modelo japonês, e escolher a versão intermediária, não terá como se arrepender.
Assista ao vídeo:
BS
(Atualizada em 4/10/19 à 1h20, correção da diferença de preço do XEi para o Altis)
FICHA TÉCNICA TOYOTA COROLLA XEI 2020 | |||
MOTOR | |||
Denominação | M20A-FKS | ||
Descrição | Dianteiro, transversal, 4 cil. em linha, bloco e cabeçote de alumínio, duplo comando de válvulas, acionamento por corrente, variador de fase na admissão inteligente por motor de passo e no escapamento tipo hidráulico 4 válvulas por cilindro, injeção no duto e direta, ciclo Atkinson, flex | ||
Diâmetro x curso (mm) | 80,5 x 97,6 | ||
Cilindrada (cm³) | 1.985 | ||
Taxa de compressão (:1) | 13 | ||
Potência máxima (cv/rpm, G/A) | 169/177/6.600 | ||
Torque máximo (m·kgf/rpm, G/A) | 21,4/4.400 | ||
TRANSMISSÃO | |||
Conexão motor-câmbio | Conversor de torque | ||
Câmbio | Transeixo automático CVT com par de engrenagem de 1ª mais 9 marchas virtuais, trocas manuais sequenciais pele alavanca seletora ou borboletas, tração dianteira | ||
Relações das marchas máx. e mín. (:1) | n.d | ||
Relações de diferencial (:1) | n.d | ||
SUSPENSÃO | |||
Dianteira | Independente, McPherson, braço triangular, mola helicoidal, amortecedor pressurizado e barra antirrolagem | ||
Traseira | Independente, multibraço, mola helicoidal, amortecedor pressurizado e barra antirrolagem | ||
DIREÇÃO | |||
Tipo | Pinhão e cremalheira eletroassistida, indexada à velocidade | ||
Diâmetro mínimo de curva (m) | 11,2 | ||
Relação de direção (:1) | n.d. | ||
N° de voltas entre batentes | 2,8 | ||
FREIOS | |||
De serviço | Hidráulico, duplo-circuito em diagonal, servoassistido a vácuo | ||
Dianteiros (Ø mm) | Disco ventilado/282 | ||
Traseiros (Ø mm) | Disco/270 | ||
Controle | ABS (obrigatório), distribuição eletrônica das forças de frenagem e assistência à frenagem | ||
De estacionamento | Mecânico por alavanca, ação nas rodas traseiras | ||
RODAS E PNEUS | |||
Rodas | Liga de alumínio 6,5Jx17 | ||
Pneus | 225/45R17Y (Dunlop SP Sport Maxx D50) | ||
Estepe | 205/55R16H | ||
PESOS (kg) | |||
Em ordem de marcha | 1.405 | ||
CONSTRUÇÃO | |||
Tipo | Monobloco em aço, sedã, 4-portas, 5 lugares, subchassi dianteiro e traseiro | ||
AERODINÂMICA | |||
Coeficiente de arrasto (Cx) | 0,28 | ||
Área frontal calculada (m²) | 2,17 | ||
Área frontal corrigida (m²) | 0,607 | ||
DIMENSÕES EXTERNAS (mm) | |||
Comprimento | 4.630 | ||
Largura sem/com espelhos | 1.780/2.079 | ||
Altura | 1.455 | ||
Distância entre eixos | 2.700 | ||
Bitola dianteira/traseira | 1.540/1.530 | ||
Distância mínima do solo | 148 | ||
CAPACIDADES (L) | |||
Porta-malas | 470 | ||
Tanque de combustível | 50 | ||
DESEMPENHO | |||
Aceleração 0-100 km/h (s) | n.d. (estimado 8 s) | ||
Velocidade máxima (km/h) | n,d, (estimado 210) | ||
CONSUMO INMETRO/PBEV | |||
Cidade (km/l, G/A) | 11,6 / 8,0 | ||
Estrada (km/l, G/A) | 13,9 / 9,7 | ||
CÁLCULOS DE CÂMBIO | |||
v/1000 em 10ª (km/h) | n.d.. | ||
Rotação em 10ª a 120 km/h (rpm) | n.d..(observado 2.000) | ||
Rotação à vel. máxima em 6ª (rpm) | n.d.. | ||
GARANTIA | |||
Garantia (anos) | Cinco |
PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS TOYOTA COROLLA XEI 2,0 2020 |
ESTILO |
Acabamento do volante e detalhe da alavanca seletora na cor preta |
Acabamento interno com partes revestidas de couro preto (algumas partes em material sintético) |
Difusores de ar com acabamento na cor prata |
Espelhos retrovisores externos na cor do veículo |
Maçanetas internas com acabamento na cor prata |
Painel com dois instrumentos analógico mais tela de TFT de 4,2″ digital e em cores |
Repetidoras de seta nos espelhos |
CONFORTO E COMODIDADE |
Acionamento elétrico dos vidros um-toque para subir/descer |
Ajuste do volante em altura e distância |
Ar-condicionado automático com filtro antipólen e ar quente |
Banco do motorista com regulagem de altura, distância e inclinação |
Banco do passageiro dianteiro com regulagem de distância e inclinação |
Banco traseiro com encosto bipartido e rebatível 60:40 |
Banco traseiro com descansa-braço central e porta-copos |
Borboletas para troca de marchas no volante |
Chave presencial (Smart Entry) com comando de abertura, travamento das portas e alarme |
Computador de bordo com visor multifunção (tela TFT de 4,2” de alta resolução) |
Conexão USB abaixo do painel central (Info + carregamento) |
Controle automático de velocidade de cruzeiro |
Direção eletroassistida indexada à velocidade |
Entrada de 12 V e USB no decansa-braço (carregamento) |
Espelho retrovisor interno eletrocrômico |
Faróis com acendimento automático |
Faróis com ajuste de altura |
Faróis de lâmpadas halógenas |
Iluminação no porta-luvas e porta-malas |
Indicador de direção econômica no painel de instrumentos (Eco driving) |
Jogo de tapetes dianteiros e traseiros em carpete |
Lanternas traseiras com luz de freio, de ré e neblina em LED |
Luz de leitura individual para motorista e passageiro dianteiro |
Luz de rodagem diurna (DRL) nas lanternas |
Modo de seleção de condução Sport |
Painel de instrumentos com tecnologia Optitron® |
Para-brisa com faixa degradê |
Para-sóis com espelho e luz |
Porta-objetos na lateral das 4 portas |
Porta-revistas e tablets no dorso dos encostos dos bancos dianteiros |
Relógio digital no TFT colorido e na tela do multimídia |
Sistema de destravamento/travamento das portas por sensores na chave |
Sistema de partida por botão (sem chave) |
Vidros frontais com película antirruído |
Volante com controles de áudio e computador de bordo. |
SEGURANÇA |
Acendimento automático das luzes de freio em frenagens de emergência |
Alarme perimétrico e volumétrico |
Apoios de cabeça dianteiros com regulagem manual de altura |
Assistente de partida em aclives |
Aviso de cintos dianteiros e traseiros desatados |
Aviso de faróis ligados com o carro estacionado |
Aviso de portas e porta-malas mal fechados |
Aviso sonoro e luminoso de cintos desatados (todos) |
Barras anti-invasivas nas portas |
Bolsas infláveis frontais (obrigatórias), laterais, de cortina e de joelhos para o motorista |
Câmera de ré com linhas de distância com projeção na central multimídia |
Cintos de segurança dianteiros de três pontos com regulagem de altura, pré-tensionador e limitador de força |
Cintos de segurança traseiros de três pontos |
Controle de estabilidade e tração |
Desembaçador do vidro traseiro |
Engates Isofix para dois bancos infantis com fixação superior |
Faróis de neblina de LED |
Imobilizador por código eletrônico na chave |
Jogo de tapetes dianteiros e traseiros em carpete |
Limpador de para-brisa intermitente com temporizador |
Luz traseira de neblina |
Terceira luz de freio |
Trava para crianças nas portas traseiras |
Travamento automático de portas a partir de 20 km/h |
ÁUDIO |
Antena integrada no vidro traseiro |
Quatro alto-falantes e dois tweeters |
Sistema de áudio central multimídia Toyota Play com tela tátil de 8″, rádio AM/FM, função MP3, entrada USB, Bluetooth, conexão para smartphones e tablets através do espelhamento Android Auto, Apple CarPlay, SDL |