A gasolina comercializada no Brasil terá novo padrão de qualidade a partir de 3 de agosto, conforme determinação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) pela RANP 807/2020. Entre as três novas exigências do órgão regulamentador dos combustíveis, a mais importante para o motorista é a que estabelece densidade mínima de 715 kg/m³.
Qual a importância de se exigir densidade mínima? Nossa gasolina já está entre as melhores do mundo, desde que se baixou seu teor de enxofre, em 1º de janeiro de 2014, de absurdas 800 partes por milhão para 50 partes por milhão, combinado com sua octanagem de nível mundial, ajudado pela mistura com álcool — a 27,5% na gasolina comum e comum aditivada e a 25% na premium. Entretanto, a qualidade da gasolina no posto é outra história, devido à sua adulteração por donos de postos desonestos e, também, à dificuldade de fiscalização neste país de dimensões continentais com cerca de 90 mil postos.
Ainda não havia um padrão estabelecido para a densidade, ou massa específica, mínima, dessa gasolina “alcoolizada”, fundamental para o funcionamento uniforme do motor, pois quanto menor a densidade, menor o poder calorífico por litro do combustível, portanto maior consumo.
O problema é que a maioria dos solventes utilizados para se adulterar a gasolina tem massa específica (densidade) inferior. Então, a exigência de densidade mínima vai complicar a vida de quem “batiza” a gasolina com solventes, garantindo portanto um padrão de qualidade também no posto.
Mas, como será possível ao motorista conferir — no posto — se a nova exigência será cumprida? Simplesmente mergulhando na gasolina um densímetro (foto de abertura) calibrado entre 700 e 750 gramas por litro: se indicar valor abaixo de 715, é prova de combustível adulterado. Todos os postos deverão disponibilizar o medidor para testar a densidade da gasolina a pedido do consumidor.
BF