Pouco a pouco a F-1 2021 vai mostrando a sua coleção primavera-verão: a semana começou com Fernando Alonso visitando a fábrica da Renault pela primeira vez após anunciar seu retorno à categoria e a Racing Point anunciou a contratação de Jeff Slack, guru de fama internacional na área de marketing e finanças do universo dos esportes (foto de abertura). As novidades ocuparão mais espaço que a escolha de pneus para Sochi, onde a temporada prossegue no fim de semana com a disputa do GP da Rússia. Fim de semana, aliás, no qual a Ferrari traz novidades que, segundo seu próprio chefe de equipe, Mattia Binotto, “não resolverão muita coisa”.
O retorno de Alonso à Enstone no dia seguinte à edição 2020 da 24 Horas de Le Mans tem uma conotação oposta ao resultado da clássica prova francesa. Até então o espanhol estava ligado à Toyota, que venceu a prova pela terceira vez com o TS050 Hybrid tripulado por Brendon Hartley, Kazuki Nakajima e Sebastien Buemi. Eles completaram 387 voltas, duas a mais que o Rebellion R13 do trio Bruno Senna/Gustavo Menezes/Norman Nato.
A corrida marcou o fim da geração atual de carros híbridos no Campeonato Mundial de Resistência (WEC). A partir de agora a categoria mais importante será focada na Le Mans Hypercars, modelos baseados em superesportivos. A partir desse momento o piloto das Astúrias se dedicará a fundo em um projeto que pode escrever uma nova página em seu currículo: tornar-se diretor da equipe em 2023. Razões para isso passam pela idade de Alonso, o acúmulo de funções de Ciryl Abiteboul e o atual ciclo de investimentos da Renault na Alpine, que é uma das quatro divisões do grupo francês: após vencer dois títulos consecutivos na categoria LMP2, a marca sai em busca do mesmo resultado na classificação geral. Fernando nasceu em 29 de julho de 1981, e sua idade atual é uma década superior em relação à idade média dos atuais pilotos da F-1. Embora não seja o chefe de equipe mais popular do paddock, Ciryl mostrou competência para assumir o comando da divisão de carros esportivos que a partir de 2021 estará na F-1 e no Campeonato Mundial de Resistência.
Situação bastante semelhante vive a Aston Martin, que acaba de anunciar a criação da diretoria comercial e de marketing e que será liderada pelo norte-americano Jefferson Slack. Um dos fundadores da JS3 Sports, sua experiência no universo esportivo inclui cuidar durante seis anos da carreira de Michael Jordan (basquete), administrar por outros quatro a operação da Inter, de Milão, e estruturar e as Super Ligas da Índia e da China, nesta última também na condição de sócio do negócio. Os mercados da China e dos Estados Unidos são destaques na apresentação da empresa que tem como sócio o espanhol Alberto Ramón. Entre inúmeras outras atividades, Slack tem assento no conselho da Silva International Investments, empresa administrada por Marco Auletta com atuação nas áreas de artes, entretenimento, esportes, imobiliária e mídia com escritórios em Londres, Miami e Mônaco.
A chegada de Preston à Aston Martin complementa a contratação de Sebastian Vettel e faz parte da reestruturação comandada por Laurence Stroll, bilionário canadense que lidera o consórcio de investidores que evitou as falências da equipe Force India e da própria marca de carros esportivos. Assim como a Alpine, a Aston Martin também disputará as temporadas de F-1 e Resistência, nesta última explorando um segmento que cresce há vários anos: um programa de carros de competição para clientes e equipes particulares.
Após a presença de cerca de três mil espectadores no GP da Toscana, em Mugello, o GP da Rússia mantém o processo de admitir público nas arquibancadas. A tendência prossegue com 20 mil ingressos colocados à venda para os GPs de Eifel (Nürburgring, 9/11), 13.147 para o da Emilia-Romagna (em Imola 21/11), e quantidades não reveladas para as etapas de Portugal (Portimão, 25/10) e Turquia (Istambul, 15/11). O circuito de Sochi, construído em torno do parque olímpico da cidade situada 1.627 km ao sul de Moscou, marca a primeira vez do ano em que os três compostos de pneus disponíveis serão os mais macios e aderentes da gama fornecida pela Pirelli. A conferir se tal escolha aliviará ou aprofundará a atual crise que assola a Ferrari, que anunciou novidades aerodinâmicas em seus carros.
WG