No Brasil, o elétrico é viável com limitações. O híbrido roda, na prática, com motor a combustão. Mas tem uma outra opção ainda mais interessante…
O híbrido é o meio do caminho. Tem motor a combustão, como nossos carros tradicionais. Mas roda também eletricamente com uma bateria adicional que se recarrega na regeneração de energia quando se freia ou se desacelera o carro. Mas essa bateria, que alimenta o motor elétrico, não tem grande capacidade de carga. Permite rodar apenas alguns poucos quilômetros, mal chega a cinco.
A rigor, a vantagem do híbrido é reduzir o consumo, pois cada quilômetro rodado com a bateria se aproveita de uma energia jogada fora nos carros convencionais. Ou seja, ganha muito em eficiência.
Já o elétrico não tem motor a combustão, mas uma grande bateria que lhe confere uma razoável autonomia. Nem se admite mais um elétrico que não seja capaz de rodar um mínimo de 400 km antes da recarga. Sua vantagem é o baixo custo da energia elétrica, o desempenho, o funcionamento “limpo” (meio ambiente), a eficiência energética e o preço reduzidíssimo de manutenção mecânica, pois não tem o motor a combustão.
Suas desvantagens são a limitação de autonomia, pois é complicada a recarga na estrada. Seu custo elevado, pois o conjunto de baterias representa quase metade de seu preço. E muito caras, pesadas e de complexa reciclagem.
No Brasil, o carro elétrico só se viabilizou, por enquanto, em veículos comerciais (ou de frotas) que circulam nos centros urbanos com quilometragem diária limitada e enquanto recolhidos à noite a bateria pode ser recarregada. E também os particulares que não saem para viagens mais longas.
Deve-se ponderar que o elétrico com autonomia teórica de 400 km mal atinge 300 km na prática, pois ela se reduz diante de condições desfavoráveis como uso do ar-condicionado, faróis ligados, limpador de para-brisa, funcionando longos trechos íngremes ou desejar imprimir maior velocidade. E também por serem limitados os pontos de recarga em rodovias (poucos por enquanto no Brasil), o que obriga o motorista a parar num eletroposto mesmo com 10% a 20% da carga restante, para não correr riscos.
Mas, entre o híbrido e o elétrico, existe uma interessante solução intermediária, a do híbrido plug-in, de tomada (foto de abertura). A principal diferença em relação ao híbrido simples é que se recarrega a bateria na tomada. Então, quando o motorista sai de manhã, as baterias foram completamente recarregadas durante a noite, como um celular. Vale lembrar que sua autonomia (com a bateria) é inferior à do carro elétrico, mas bastante superior à do híbrido simples.
O híbrido “plug-in” roda entre 40 e 60 km só com a bateria, o que permite à maioria dos motoristas se deslocar no dia a dia sem necessidade do motor a combustão. Mas, na eventualidade de um trecho maior, ou numa viagem, entra o modo combustão. E muito eficiente, pois tem o mesmo sistema de recarga das baterias por regeneração.
O híbrido “plug-in” pode rodar como elétrico durante quase toda sua vida útil dependendo dos hábitos de seu dono. E sem o fantasma da “pane seca”, a bateria se esgotar no meio do caminho.. Como seu conjunto de baterias é muito menor que o do carro elétrico, seu peso e custo são também muito inferiores. Numa viagem, pode-se recarregar as baterias num eletroposto ou trocar a tomada pela bomba de combustível…
Tem também uma solução meio mequetrefe, nem lá nem cá, o “mild hybrid” (levemente híbrido), que não é capaz de rodar só com energia elétrica: um pequeno motor dá apenas uma “mãozinha” para o motor a combustão, reduzindo (também ligeiramente…) o consumo.
No Brasil, a maioria dos híbridos não são do tipo plug-in e a liderança é da Toyota, com seus importados Prius, RAV4 e a linha Lexus (sua marca de luxo). Lançou também um nacional híbrido flex, pioneiro no mundo, o novo Corolla na versão Altis.
Entre os híbridos plug-in, destaque para dois sedãs e três suves da Volvo, o VW Golf GTE e o BMW Série 3 que está chegando ao Brasil por estes dias.
BF
A coluna “Opinião de Boris Feldman” é de exclusiva responsabilidade do seu autor.
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