Uma das mais conceituadas e tradicionais marcas de automóvel do mundo apoiará o Campeonato Mundial de Fórmula Um com as versões adaptadas para carros de segurança e apoio médico. Baseados respectivamente nos Vantage e DBX, os dois Aston Martin (fabricante fundada em 1913) estarão se alternando com os Mercedes-AMG ao longo da temporada 2021 da F-1.
O Vantage passou por pequenos acertos para ficar apto a ditar o ritmo dos F-1 nas situações em que precise de alto desempenho para ficarem à frente dos F-1. A FIA exige que os carros de segurança possam andar em velocidades suficientemente altas para que os pneus e os freios do F1 se mantenham aquecidos para o momento da relargada. Interessante dizer que quem pilotará o Vantage será Bernd Mayländer, que há 20 anos é indicado pela FIA para comandar os carros de segurança, que tradicionalmente são fornecidos pela Mercedes. Bernd também é instrutor de pilotagem da Mercedes-AMG.
O motor V-8 de 4 litros e dois turbocompressores do Vantage foi preparado para desenvolver mais 25 cv, chegando então aos 535 cv. São 3,5 segundos para alcançar os 96,5 km/h. A utilização da grade dianteira com lâminas mais o novo e pronunciado defletor, posicionado abaixo do para-choque, resultou numa força vertical descendente (downforce) de 155,6 kg a 200 km/h. Esse valor é superior em mais de 60 kg comparado ao modelo de produção à mesma velocidade.
Essa estilosa grade, cujo nome em inglês é vaned grille, foi lançada em 2020 como opcional para os Vantage cuoê, em comemoração aos 70 anos do nome Vantage. Seu elegante e esportivo desenho já foi visto em outros modelos de alto desempenho ao longo da história da marca. O DB2 Vantage (1950-1953) foi o primeiro a utilizar esse tema.
Suspensões e transmissão do cupê foram otimizadas para as novas exigências nas pistas, assim como o sistema de arrefecimento, emprestado dos Vantage GT4 de competição. Aberturas adicionais no capô auxiliam a regulação da temperatura. Não esquecendo que liderar uma fila de F-1 requer que o piloto do carro de segurança pilote praticamente no limite por quantas voltas seguidas forem necessárias, e a ventilação do cofre do motor é fundamental.
A cor Aston Martin Racing Green é destacada com detalhes em Lime Essence, cor dos Vantage que correram no Campeonato Mundial de Resistência (WEC). A barra de luzes no teto foi desenvolvida para oferecer o mínimo distúrbio aerodinâmico e direcionar o ar para a asa traseira. Os dois bancos de competição têm cintos de seis pontos, garantindo a segurança e o posicionamento dos ocupantes.
O carro de apoio médico é um DBX, com o mesmo motor do Vantage, porém gerando mais potência, exatos 550 cv. Faz de zero a 100 km/h em 4,5 segundos e chega a 292 km/h. Nos 632 litros de espaço traseiro cabe uma bolsa com equipamentos médicos, um desfibrilador, dois extintores e um kit para tratar queimaduras. No interior são quatro bancos de competição com cintos de seis pontos. O carro sai para a pista sempre com três ocupantes a bordo, o piloto e dois médicos. O quarto banco é para, num eventual incidente, trazer o piloto do F-1 de volta para os boxes. O console central é modificado para receber controles de luzes e outros itens exigidos pela FIA para a missão.
Os dois modelos foram testados por mais de 15 mil quilômetros na pista de Silverstone (Inglaterra), para avaliação da durabilidade em condições de pilotagem agressiva. Além disso passaram por testes em câmara climática para validar o funcionamento geral em qualquer condição de tempo.
Os muitos fãs da marca poderão ver (e ouvir) os Aston Martin nos circuitos mundiais ao longo da temporada de 2021, com sua belíssima cor verde, tradicional nos carros ingleses.
AB