A Toyota Motor Corporation anunciou ontem (3/3) o lançamento da segunda geração do sedã Mirai. O modelo elétrico com produção de energia elétrica a bordo, por meio de célula a combustível alimentada por hidrogênio, foi apresentado no Salão de Los Angeles em novembro de 2014, com início das vendas no Japão no mês seguinte ao preço de US$ 57.400. Até hoje foram licenciados 10.250 Mirais, sendo os principais mercados os EUA (6.200 unidades), Japão (3.500) e Europa (540).
O novo Mirai — palavra que significa ‘futuro’ em japonês — tem um novo sistema de célula a combustível redesenhado para redução significativa de tamanho e peso de todos os principais componentes,. O projeto do veículo também é novo e, associado ao novo trem motriz, permitiu receber um terceiro tanque de hidrogênio para aumento do alcance para aproximadamente 650 quilômetros, 30% mais que antes, e cuja única emissão é de água pura.
Como se sabe, o reabastecimento de hidrogênio é rápido, realizado em cinco minutos ou menos. O foco da Toyota no Mirai de segunda geração foi dar ao carro um apelo mais emocional com o novo projeto e maior qualidade de condução,, além do comprovado desempenho sem afetar o meio ambiente.
A visão da Toyota de uma sociedade do hidrogênio sustentável reconhece a importância do gás como fonte viável e plena para transportar e armazenar energia. Ele tem o potencial de proporcionar mobilidade a zero carbono não apenas para carros de rua, mas também em trens, navios e aviões, como também na geração de energia elétrica para a indústria., negócios e residências. É também uma eficiente maneira de armazenar energia renovável e que pode ser transportada para onde for necessário.
Os estudos da Toyota para o desenvolvimento de carros elétricos com célula a combustível usando hidrogênio começou em 1992. A novação revolucionária baseou-se da grande experiência da fabricante com sua liderança mundial, na tecnologia híbrida., a base para uma ampla gama de trens de força veiculares eletrificados.
O conceito básico da força híbrida foi adaptada com total sucesso para produzir veículos híbridos a bateria, tanto com carga a bordo somente quanto plugáveis, veículos elétricos puros e, começando pelo Mirai, os elétricos com células a combustível. Cada solução tem sua aplicação, sendo a elétrica com célula a combustível adequada para carros grandes, veículos pesados e transporte público.
Em 23 anos de produção em série de alto volume a Toyota já vendeu mais de 16 milhões de carros híbridos no mundo todo, popularizando a tecnologia e ajudando a evitar a emissão de milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2 ). A praticabilidade de propriedade do Mirai aumentará à medida que os mercados desenvolverem infraestrutura do hidrogênio, o número de postos com o gás aumentar e governos e autoridades locais introduzirem novos incentivos e regulações na busca de mobilidade mais limpa.
Maior apelo emocional
O foco num desenho mais emocional visou aumentar a atratividade do Mirai além do fato de ser um veículo favorável ao meio ambiente. As proporções externas mostram um visual mais baixo, largo e assentado no solo. O desenho da cabine se concentrou numa atmosfera envolvente e acolhedora, com atenção nos materiais mais sofisticados e na iluminação interna.
Um dos principais objetivos no desenvolvimento do novo Mirai foi criar um forte apelo emocional, em que as pessoas sejam atraídas pelo seu desenho e pela maneira como se desloca,, somado à questão da favorabilidade ao meio ambiente. O emprego de novo projeto do veículo, o GA-L, e os avanços da tecnologia da célula a combustível, tornaram isso possível. O tema do desenvolvimento do novo Mirai foi “dinâmica silenciosa”.
Para o exterior foram considerados três objetivos:
• Novas proporções aerodinâmicas, um carro de tração traseira mais baixo e largo com rodas de maior diâmetro;
• Visual dianteiro e traseiro mais largo com baixo centro de gravidade transmitindo estabilidade e forte aderência à pista, com uma seção frontal mais baixa do que os faróis. O baixo centro de gravidade é enfatizado por um aplique abaixo do para-choque dianteiro e outros elementos externos;
• De desenho pensado em linhas para características de produção em série normal: em vez de usar linhas de caráter para expressar individualidade, como era antes, a forma da carroceria leva a uma sensação de beleza com superfícies transicionais e sombras contratantes.
O visual baixo também é comunicado por um apêndice brilhante na borda inferior da grade trapezoidal e pela localização central do emblema Toyota abaixo da linha dos faróis de LED.
O novo projeto GA-L
Ao construir o novo Mirai com o novo projeto, ou plataforma, GA-L , foi possível a Toyota passar o veículo de tração dianteira/quatro lugares para tração traseira/cinco lugares. O carro ficou 85 mm mais comprido, e 70 mm mais largo., com o entre-eixos aumentado 140 mm. Mas a altura diminuiu nada menos que 65 mm. As bitolas dianteira e traseira estão maiores, 75 mm e 60 mm, respectivamente.
A nova carroceria permitiu que a célula a combustível e componentes da transmissão fossem relocados, resultando no uso mais eficiente de espaço. A cabine ficou maior e a distribuição de peso ficou 50:50. Muito importante, foi possível ter três tanques de hidrogênio de alta pressão, aumentado o alcance em 30%.
Os tanque são dispostos numa configuração em “T”, a parte mais longa sendo longitudinal e central sob o assoalho do veículo, com os dois tanques menores na transversal sob o banco traseiro e o porta-malas. Juntos podem armazenar 5,6 kg de hidrogênio, contra 4.6 kg nos dois tanques do Mirai anterior. A localização dos tanques contribui para o centro de gravidade mais baixo.
A nova arquitetura permitiu que a inteiramente nova célula a combustível fosse movida do local anterior sob o assoalho (região dos bancos dianteiros) para o compartimento dianteiro (equivalente ao cofre do motor), enquanto a bateria de alta tensão mais compacta e o motor elétrico estão posicionados acima do eixo traseiro.
Os tanques são em resistente construção multicamada e mais leves — o hidrogênio represente apenas 6% do peso combinado de gás e dos tanques.
A bateria agora é íons de lítio de alta tensão em vez de níquel-hidreto metálico. Embora menor, sua densidade de energia é maior, tendo como resultado maior potência e desempenho ambiental. Possui 84 células e sua tensão é de 310,8 volts ante 244,8 volts. O peso da bateria diminuiu de 46,9 kg para 44,6 kg e a potência de pico subiu de 25,5 kW por 10 segundos para 31,5 kW por 10 segundos.
As menores dimensões da bateria permitiu que fosse posicionada atrás do banco traseiro, evitando invasão no porta-malas. O roteiro do ar de arrefecimento foi otimizado, tendo discretas tomadas de ar em cada lado do banco traseiro.
BS
FICHA TÉCNICA MIRAI DE SEGUNDA GERAÇÃO | |
MOTOR GERADOR | |
Potência máxima (cv) | 184 |
Torque máximo (m·kgf) | 300 |
Código do modelo de motor | 3KM |
Tipo | Síncrono de ímã permanente |
CONJUNTO DE CÉLULA A COMBUSTÍVEL | |
Código de modelo | FCB130 |
Tipo | Eletrólito de polímero |
Número de células | 330 |
Método de conexão | Em séria |
Potência máxima (cv) | 176 |
Volume (litros) | 24 (excl placas teminais) – 31 (incl. placas terminais) |
Peso (kg) | 52 |
Densidade de potência (kW/l) | 5,4 (excl placas terminais) – 4,4 (incl. placas terminais) |
BATERIA | |
Tipo | Íons de lítio |
Número de células da bateria | 84 |
Tensão (V) | 310,8 |
Capacidade (A·h) | 4 |
Peso (kg) | 44,6 |
TANQUE | |
Capacidade do tanque de combustível (kg) | 5,6 |
Volume (litros) | 142,2 |
Densidade de armazenamento (wt%) | 6 |
TRANSMISSÃO | |
Configuração | Tração traseira |
Relação da redução do eixo (:1) | 11,691 |
CHASSI | |
Suspensão dianteira | Multibraço com montagem superior, barra antirrolagem |
Suspensão traseira | Multibraço com montagem inferior, barra antirrolagem |
Direção | Pinhão e cremalheira, eletroassistida |
Relação (:1) | n.d. |
Voltas entre batentes | 2,5 |
Diâmetro mínimo de curva (m) | 11,6 |
Freios | |
Dianteiros | Disco ventilado – pinça fixa de 4 pistões |
Traseiros | Disco ventillado – pinça fixa de 2 pistões |
Rodas e pneus | |
Rodas | 8J x 19 – 8,5J x 20 |
Pneus | 235/55R19 – 245/45R20 |
PESO (kg) | |
Em ordem de marcha mín/máx | 1.900/1.950 |
Bruto total | 2.415 |
AERODINÂMICA | |
Coeficiente aerodinâmico (Cx) | 0,29 |
DESEMPENHO | |
Aceleração 0-100 km/h (s) | 9,0 |
Velocidade máxima (km/h) | 175 |
CONSUMO DE COMBUSTÍVEL | |
Ciclo WLTP combinado (km/kg) | 126,6 (rodas de19″ – 112,3 (rodas de 20″) |
DIMENSÕES EXTERNAS (mm) | |
Comprimento | 4.975 |
Largura | 1.885 |
Altura | 1.480 |
Entre-eixos | 2.920 |
Bitola dianteira/traseira | 1.610/1.605 |
Balanco dianteiro/traseiro | 965 / 1.090 |
Distância mínima do solo | 150 |
PORTA-MALAS | |
Capacidade, litros VDA) | 272,8 |
DIMENSÕES INTERNAS (mm) | |
Número de lugares | 5 |
Comprimento | 1.805 |
Largura | 1.595 |
Altura | 1.135 |