O remodelado SW4 2021 apresentado no final de 2020 estava na nossa lista de desejo para que pudéssemos conferir ao vivo e a cores as mudanças estéticas relatadas naquela matéria. E principalmente para sentir as reações dinâmicas dos novos recursos do Toyota Safety Sense, e logicamente o motor de 204 cv.

Se o objetivo era avaliar esses recursos dinâmicos, nada melhor do que colocar o suve na estrada e buscar novos horizontes. E foi dessa maneira que sai em busca do pôr do sol perfeito dirigindo rumo noroeste do estado de São Paulo em direção à cidade de Sales no interior do estado, vizinha à cidade de Novo Horizonte e próxima a São José do Rio Preto. A cidade de Sales tem população de 5.451 habitantes (censo 2010) e está situada à margem direita da represa do rio Tietê, onde foi possível observar um bonito pôr do sol.

O trajeto de 350 km até Sales, saindo de Campinas, é feito pelas rodovias Anhanguera e Washington Luís, ambas com pista dupla com limites de 100 e 110 km/h respectivamente. Ambiente perfeito para explorar os recursos do Toyota Safety Sense.

Toyota Safety Sense

Este sistema está disponível apenas nas versões SRX e contempla o controle adaptativo de velocidade de cruzeiro, que é acionado por uma terceira alavanca posicionado abaixo do comando do limpador de para-brisa. A operação de comando é bem intuitiva e o desempenho tem leve retardo de reaceleração após o veículo à frente mudar de faixa. O sistema é desprovido do recurso de iniciar a reaceleração através do acionamento da seta esquerda como outros veículos já avaliados. O ajuste de distância do veículo à frente é feito em três níveis por botão no volante.

Outro recurso é o alerta de pré-colisão frontal e frenagem de emergência com ótima resposta para o lado segurança e desconfortável para os passageiros. Ao ser bloqueado por um veículo mais lento que entra à frente, o acionamento do freio provoca rápida desaceleração brusca, trazendo incômodo para os passageiros.

O alerta de mudança de faixa com condução assistida é bem intrusivo e gera maior desconforto ao motorista e passageiros, pois a cada momento que invade a faixa lateral há um alerta sonoro e concomitantemente diminui a aceleração do veículo. Em função do SW4 utilizar direção com assistência hidráulica, a correção de rota é feita pela aplicação dos freios de um lado do veículo apenas, e dessa maneira trazer o carro de volta para o centro da faixa. Pode-se dizer que está calibrado para acordar o motorista e todos ocupantes, e se por um lado é desconfortável, por outro traz mais segurança. O sistema também pode ser ativado e desativado facilmente através de botão no volante.

Motor recalibrado

A recalibração do motor turbodiesel de 4 cilindros 2,8-l e 16 válvulas parece que deixou o veículo mais leve, pois as acelerações acontecem de forma bem progressiva. Foram alterados os pistões, anéis e turbocarregador, permitindo trabalhar com maior pressão e menor nível de atrito, passando a entregar 204 cv a 3.400 rpm e 50,9 m·kgf de torque entre 1.600 e 2.400 rpm.

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Segundo dados de homologação junto ao Inmetro o consumo geral não sofreu prejuízo, estando em 9 km/l no ciclo urbano e 10,5 km/l no rodoviário. Nesta semana de uso com cerca de 900 km em rodovias e 100 km em cidade, o consumo acumulado indicado pelo computador de bordo foi de 11 km/l. Sempre dirigindo no modo Eco e nos limites de velocidades das vias.

O câmbio automático epicíclico de 6 marchas tem desempenho exemplar com possibilidade de trocas de marcha no modo manual pela alavanca de câmbio ou pelas borboletas atrás do volante. Há ainda o modo Sport ao trazer a alavanca para a esquerda, o que possibilita selecionar a marcha-limite a ser utilizada. Junto ao console central são três seletores de modo de condução: Eco, Normal e Sport, que modificam o mapa de troca de marchas e a resposta do pedal de aceleração.

O sistema de tração 4×4 com acionamento no console central tem a opção de reduzida o que facilita ultrapassar os principais obstáculos e aclives mais íngremes. A novidade é a utilização do diferencial traseiro com deslizamento limitado eletronicamente, que aplica o freio da roda com menor aderência, sem reduzir a potência do motor.

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Elogiável o nível de ruído interno na cabine, onde nota-se que a isolação do ruído propagado tanto pelo ar quanto pela estrutura do veículo foi muito bem trabalhada. Mesmo em acelerações mais vigorosas, elevando-se a rotação do motor até o ponto de corte não causa incômodo,, e o nível de articulação verbal é satisfatório.

Conectividade e conforto a bordo

A central multimídia de 8” permite o espelhamento do celular através das tecnologias Android Auto e Apple CarPlay, com a vantagem de estar acoplado a um excelente sistema de som JBL com 10 alto-falantes que inclui dois sobre o painel de instrumentos e dois tweeters nas portas dianteiras e subwoofer no porta-malas, proporcionando um excelente efeito de palco dentro do veículo. Uma viagem longa, em um carro confortável com a playlist preferida sendo reproduzida em um ótimo sistema de som, é tudo que um autoentusiasta deseja.

Os passageiros dos bancos traseiro têm à disposição um sistema de ar-condicionado independente com controle individual e saídas de ar climatizado posicionadas no teto. Para atingir a temperatura ajustada o sistema é bem eficiente e o faz em pouco tempo, mesmo com o sistema traseiro desligado, Só ficou devendo um controle individual para motorista e seu passageiro ao lado.

Conforto é muito bom em todas as três fileiras de bancos, com as devidas restrições do acesso à terceira fila para pessoas de maior estatura. Em virtude da grande altura do veículo, a alça na coluna dianteira facilita o acesso para pessoas de menor estatura, assim como o estribo lateral é mandatório para facilitar a entrada e saída no veículo.

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No porta-malas é possível acomodar 180 litros de bagagem com a configuração de 7 lugares, ou aumentar para 500 litros com o recolhimento lateral dos dois bancos da terceira fileira de bancos, um recurso prático e rápido de fixação para flexibilizar o melhor uso do suve. Permite ainda recolher apenas um dos bancos, deixando o carro para 6 pessoas e volume intermediário de bagagem.

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Ao subir no veículo tem-se a impressão que o carro será pesado de dirigir, e até mesmo o sistema de direção hidráulica surpreende positivamente, pois é relativamente leve para os 2.130 kg de peso em ordem de marcha. Manobras em um veículo de 4.795 mm de comprimento total e 2.745 mm de entre-eixos requerem atenção do motorista, mas a boa visibilidade 360-graus com auxílio da câmera de ré e sensores de estacionamento deixam essa tarefa mais amena.

A utilização de suspensão traseira por eixo rígido com 5 braços de localização — 4 longitudinais mais a barra transversal Panhard — com molas helicoidais e barra antirrolagem deixaram o SW4 com um conforto bem adequado para seu tamanho. A frequências da suspensão traseira está totalmente balanceada com a suspensão dianteira de duplo braço superposto, mola helicoidal e barra antirrolagem. Nota-se que a dianteira fica “parada” enquanto a traseira oscila suavemente trazendo a sensação de conforto para todos os ocupantes, e sem ser excessiva para os passageiros da terceira fila.

Freios a disco ventilados nas quatro rodas estão bem adequados para o peso bruto total de 2.720 kg, considerando os 590 kg de carga útil. A modulação do pedal de freio tem boa progressão, e os pneus 265/60R18H Bridgestone Dueler H/T tem rolagem macia com bom nível de aspereza e baixo ruído de rodagem.

Renovação no exterior

A partir deste modelo 2021 a frente do suve está bem diferente da picape Hilux, mas o DNA da Toyota é marcante e é difícil descolar um do outro. As luzes de rodagem diurna ficam posicionadas na parte inferior do para-choque, e logo acima aparecem os faróis de neblina. Os faróis principais utilizam a tecnologia LED, como toda iluminação frontal e traseira do veículo, e têm moldura cromada que se entende pelas laterais da grade frontal. Na parte inferior do para-choque outra moldura pintada de cinza imita um protetor frontal. Todo esse novo desenho com o emblema-logotipo Toyota no centro da grade dá ao suve um porte imponente.

Nas linhas laterais e traseira as mudanças são singelas, e agradou a remoção de vários logotipos que apareciam nas versões anteriores, e poluíam a tampa traseira. Ainda poderia ser removido o nome Toyota, visto que o emblema no centro da tampa do porta-malas já remete ao nome da marca.

Conclusão

O Toyota SW4 em sua versão SRV é um suve completo que já arrasta o peso da idade do projeto. A falta de direção com assistência elétrica foi bem resolvida com a calibração de esforço adotada, e a vetorização de freio para ativar o auxílio de permanência em faixa, mas outros recursos da direção elétrica fazem falta, como compensação de inclinação de pista e eliminação de vibração de rodas, que seus principais concorrentes já oferecem.

Nesta versão 2021 o foco do fabricante foi para conforto a bordo com os novos recursos de multimídia e sistema de som, e atingiram a expectativa. O mesmo aconteceu com o desempenho do motor, onde o aumento de potência é notório e bem-vindo, sem ter comprometido o consumo geral de combustível.

Ficou a certeza que o SW4 SRX é bom para enfrentar todo tipo de terreno, ser conduzido por longos percursos com conforto e segurança, e muito bom para buscar novos horizontes.

GB