HYUNDAI CRETA 2022 GANHA MOTOR DE 1 LITRO TURBO

O novo Creta 2022, chega em duas versões de motorização e quatro de acabamento — Comfort, Limited e Platinum, de 1 litro turbo — e Ultimate de 2 litros aspirado. Todos com câmbio automático epicíclico de seis marchas. O desenho é totalmente novo, com a maior mudança sendo a distância entre eixos. Veja as diferenças em relação ao modelo anterior:

Os preços são:

Comfort: R$ 107.490
Limited: R$ 120.490
Platinum: R$ 135.490
Ultimate: R$ 146.990

Para lembrar, a estreia mundial do Creta foi na China em agosto de 2014, produzido pela joint venture Grupo Beijing-Hyundai. As vendas começaram lá dois meses depois. Em julho de 2015 foi a vez da sua comercialização na Índia. Aqui o lançamento foi em novembro de 2016 e as vendas começaram na segunda quinzena de janeiro de 2017, em quatro versões: Atitude 1,6 manual, Pulse 1,6 com câmbio manual ou automático ou 2-l, com câmbio exclusivamente automático, e Prestige 2-L automático.

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No ano-modelo 2020 houve uma atualização leve, mesmas motorizações e versões, a Pulse passando a  Pulse Plus e deixando de haver a versão manual.

Agora, como ano-modelo 2022 e nova geração, nomes mudaram e deixa de existir o motor 1,6-l, embora este continua sua vida no Creta de ano-modelo anterior de nome Creta Action, por R$ 96.490. Seu motor é o mesmo Gamma 1,6-L 16V de 125/130 cv a 6.000 rpm e 16/16,5 m·kgf a 4.500 rpm. Os motores do Creta e dos HB20 são importados da Coreia do Sul.

A apresentação física foi no Haras Tuiuti, e tive a oportunidade de dirigir as duas versões de motor na pequena porém interessante pista de 2.000 metros. Embora as mudanças nas linhas não impressionem, não difiram muito da anterior e nem do que se vê nos suves ultimamente, a percepção de qualidade construtiva logo transparece. O espaço no banco traseiro aumentou minimamente (já era bom), mas não se nota alteração na largura interna, já que a carroceria está apenas 10 mm mais larga. O porta-malas é que, estranhamente, perdeu 9 litros, agora é de 422 litros.

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O 1-litro turbo

Andei primeiro no 1-litro turbo, versão básica Comfort, que tem o mesmo motor do HB20/HB20S Diamond Plus introduzido em 2019.  Como os modernos motores turbocarregados, produz  potência palpável em baixa rotação em razão do torque de 17,5 m·kgf ocorrer já a 1.500 rpm com gasolina ou álcool (o torque do 1,6 aspirado é menor, 16/16,5 m·kgf e em  rotação mais alta, 4,500 rpm). Sua potência é menor que a do 1,6-l aspirado, são 120 cv a 6.000 rpm, Por pesar menos do que o 1,6-l (1.270 kg ante 1;359 kg), a aceleração 0-100 km/h é marginalmente melhor, 11,5 s em vez de 12 s. Os câmbios são exatamente iguais até em relações das marchas e de diferencial.

O 1-L turbo ganha do 1,6 aspirado em velocidade máxima, 180 km/h x 172 km/h, um dado incoerente, especialmente ao se considerar o fato de, com álcool, o motor 1,6-l desenvolver 130 cv.

O câmbio é fabricado pela própria Hyundai por meio da subsidiária HPT (Hyundai Powertrain), de ótimo funcionamento, embora suba marchas a 6.000 rpm, 200 rpm abaixo do pico de potência. Bloqueia conversor de torque da segunda marcha em diante e o conversor estola a 2.200 rpm. As trocas manuais são tanto pela alavanca seletora quando pelas borboletas no volante (só alavanca na versão Comfort) a partir da posição S, selecionada ao se deslocar a alavanca para a esquerda. A lógica das trocas manuais é a de “botoeira de elevador”, sobe marcha para frente/reduz para trás, minha preferência. Pode-se selecionar S e a trocas continuarem automáticas ou a qualquer momento usar as borboletas, que têm prioridade sobre a trocas automáticas. Após dez segundos sem trocas manuais o câmbio retorna ao modo automático.

O consumo de homologação do 1,6-l é 10,1/7,1 km/l na cidade e 11,3/8,2 km/l na estrada. O do 1-litro turbo, 11,3/8,6 km/l e 12/8,7 km/l, respectivamente, portanto ganhos de 11,9%, 21,1%, 6,2% e 6,1%, seguindo a ordem; na média, 11,3%.

O 2-litros aspirado do Ultimate

O motor Nu 2,0 é basicamente o mesmo desde o lançamento do modelo em novembro de 2016, de 156/166 cv a 6.200 rpm com torque máximo de 19,1/20,5 m·kgf  a 4.700 rpm. mas pequena recalibração alterou esses números para 157,2/167 cv à mesma rotação e 19,2/20,6 m­·kgf, também sem alteração na rotação. Mas a Hyundai rebatizou-o, pelo menos para o nosso mercado, de Smartstream, conforme vem grafado na capa do motor, que na origem é um 1,6-litro turbo de injeção direta (T-GDI). Esse Smartstream é de aspiração natural e a injeção é no duto.

Seu funcionamento é muito suave e segundo um engenheiro da Hyundai o motor tem duas árvores contrarrotativas de balanceamento. As trocas ascendentes também o ocorrem a 6.000 rpm.

O câmbio tem as mesmas características de operação do aplicado ao 1,0 turbo, apenas o estol do conversor de torque é mais baixo, a 1.800 rpm.

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Acelera de 0 a 100 km/h em 9,3 segundos a atinge 190 km/h. Com a versão de motor anterior esses números eram 9,7 segundos e 188 km/h.

O consumo Inmetro do 2-l anterior é 10/6,9 km/l urbano e 11,4/8,2 rodoviário. Já o do 2-L Smartstream, 10,9/7,7 km/l e 12,4/8,7 km/l, respectivamente, ganhos de 9%, 11,6%, 8,8% e 6,1%,  Na média, 8,8%.

Como anda

Apesar de circuito em autódromo não representar as vias públicas, deu para observar boas qualidades dinâmicas de ambas as versões. A suspensões são as ortodoxas McPherson na frente e por eixo de torção atrás, ambas com molas helicoidais e barras antirrolagem, sendo a traseira integrada ao eixo. O rodar me pareceu adequado, embora para certeza de que não é dura seja necessário dirigi-los em ruas e estradas. Mas já posso afirmar que controle de rolagem é dos melhores.

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A resposta de direção é rápida. A sua relação não é informada, mas deve estar bem perto de 15:1. São 2,7 voltas entre batentes,. Como sempre presto atenção ao volante de direção de qualquer carro, senti-o um pouco menor do que o “padrão” atual de 370 mm de diâmetro, o que a trena confirmou: Ø 365 mm, e um setor do aro é reto para facilitar o acesso e saída do motorista estando o setor na parte de baixo. A direção é eletroassistida e indexada à velocidade para peso ideal desde em manobras até numa autoestrada. O volante é dos melhores, com perfeita acomodação para os polegares.

Freios são a disco nas quatro rodas e mostram ótimas potência, assistência (a vácuo) e sua modulação é correta.

Os pneus são exclusivamente Goodyear EffcientGrip SUV nas medidas, 205/60R16H (Comfort), 215/60R17H (Limited e Paltinum), e 215/55R18H (Ultimate). O estepe é temporário estreito com roda de aço e pneu Pirelli T155/90R16M.

Interior

A decoração interior é agradável, bancos dianteiros de boas conformação e densidade de espuma. Os das duas versões superiores são revestidos de material sintético que imita couro, marrom na Platinum e marrom e bege na Ultimate.  Há descansa-braço no console central. Tudo de bom gosto.

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O quadro de instrumentos digital é simples, porém elegante e funcional com conta-giros à esquerda e movimento do ponteiro no sentido horário, como deve ser. De acordo com o modo de condução selecionado o mostrador central muda de cor.

Há três alças de teto, os cintos dianteiros são ajustáveis em altura e o o encosto do banco traseiro é dividido 60:40. São dois pares de engates Isofix e fixação superior para dois bancos infantis. O espaço no banco traseiro é amplo para dois ocupantes e acomoda relativamente bem o passageiro do meio. Há saída de ar climatizado para este banco, salvo na versão Comfort.

Mesmo versão básica Comfort é bem dotada de equipamentos. Dê uma olhada na lista de equipamentos em seguida à ficha técnica para constatar isso.

Auxílios ao motorista

O novo Creta traz diversos auxílios ao motorista sob o nome de SmartSense:

• Câmera 360º com até oito modos de visão, inclusive vista aérea real;
• Câmera de monitoramento de ponto cego que exibe no mostrador central, em vídeo, a visão total  do ponto cego para a direção indicada após acionar a seta, como numa mudança de faixa;
• Sistema de frenagem autônoma, que age em situações de risco de colisão frontal com pedestres, outros veículos e até mesmo ciclistas, e que, graças ao novo recurso de detecção de convergência à esquerda, alerta, caso haja risco de colisão com algum veículo vindo de uma pista adjacente no lado oposto, tão logo seja acionado o sinal de mudança para a faixa à esquerda. Se esse risco prossegue, os freios são acionados automaticamente;
• Assistente de permanência em faixa, que fornece um aviso e auxilia automaticamente, agindo na direção, para evitar a saída do veículo para a outra faixa ou mesmo pista pista sem que haja intenção;
•  O assistente de centralização em faixa mantém constantemente o veículo no centro dela, baseando-se tanto nas faixas pintadas no solo quanto no alinhamento com o veículo à frente, caso não haja marcação no solo:
• Detector de fadiga;
• Farol alto adaptativo;
• Controlador automático de velocidade de cruzeiro adaptativo.

Conclusão

O Creta sempre foi apreciado no mercado de suves pelos seus vários atributos, ajudado pela garantia de cinco anos, caindo no gosto do consumidor desse tipo de veículo. No acumulado do ano é o terceiro mais vendido com 42.582 unidades, atrás do Jeep Compass (46..038) e Renegade (54.170), mesmo sem ter versão a diesel que os Jeeps oferecem. Nessa nova geração tem tudo para manter seus admiradores e conquistar novos.

BS

(Atualizada em 11/09/21 às 21h00, correção do preço da versão Comfort)