Não me canso de alertar, segundo as estatísticas, para a ocorrência dos acidentes com caminhões, principalmente nas rodovias. Entre as deficiências que são denunciadas, nas exigências para o estado de conservação destes veículos, “brada aos céus e pede justiça” está a ausência da vistoria anual, pelo menos, deste importante veículo de transporte de carga ou de passageiros. Quanto aos seus condutores, a calamidade é total. É notória a quantidade de motoristas que exercem o seu oficio às custas de estimulantes, fazendo-os, vamos assim dizer, “dopados”. Não conheço nenhuma medida preventiva aplicada a fim de eliminar este “crime”.
Não é, no entanto, o que pretendo focalizar hoje, mas as estradas quanto à sua segurança, facilmente de ver os seus pontos falhos, capazes de minorar os danos das deficiências de segurança do veículo, aqui enfocadas. Causa-me vergonha as proporções das vítimas fatais, fruto da deficiência da sinalização de segurança
É só ler e saber interpretar o que acontece quando, por falha mecânica do veículo ou falha humana do condutor, o caminhão ou, pior ainda, o ônibus, cai da pista pela falta de recurso apropriado para evitá-lo, principalmente nos viadutos, ou elevados. Os equipamentos, atualmente utilizados para segurança do tráfego destes veículos, incapazes de lhes garantir segurança total no que concerne sua manutenção na pista em caso de derrapagem ou de colisão. Os noticiários estão cheios de registros de acidentes em que dezenas de pessoas são atingidas por danos oriundos do “segundo choque”, na sua maioria fatais
Erro de quem? Do engenheiro responsável pela sinalização que lhes é oferecida para evitar este fato, na maioria dos casos.
É só se observar os tipos de defensas laterais para se concluir que não são capazes, em sua esmagadora maioria, de conter a trajetória de um caminhão ou ônibus desgovernado.
Conclusão: a culpa não é do engenheiro que a instalou, mas de quem lhe forneceu o equipamento impróprio.
Quando trafegamos nas rodovias, encontramos somente três tipos de defensa laterais, nenhuma capaz de evitar a saída da pista de um veículo pesado.
Em 1972, ciente desta falha, o DNER propiciou uma experiência com outros tipos, todos constantes do livro “Urban Planning Design Criteria”.
Foram selecionados diversos trechos da BR-101 onde os interessados na experiência se fizessem representar, cada trecho com uma extensão de 10 quilômetros. Foi vencedor o modelo “Box Beam”, todo construído em aço, inclusive seus suportes, exatamente ocupando transversalmente 18 cm da parte central da pista ou da borda da estrada.
Por feliz coincidência, durante o período de experiência este tipo de defensa suportou o impacto de um caminhão tipo cegonha que transportava 15 veículos de porte médio, impedindo que atravessasse a pista.
Não sei até hoje o porquê de sua não aprovação para uso obrigatório nos trechos sujeitos ao risco de saída da pista.
Talvez o custo elevado que, por maior que seja, não cobre o preço da perda de vidas.
CF