Chega a ser engraçado pensar que as duas equipes que estão terminando 2021 numa briga de foices pelo título mundial, dominando totalmente o cenário atual da F-1 como as mais fortes equipes, já tiveram em seus passados anos de grandes insucessos.
Outras equipes vieram de passados gloriosos, e estão perto do fundo do poço. Cada ano, cada novo regulamento, uma surpresa. É muito difícil arriscar um palpite certeiro sobre qual será o futuro de cada equipe, mas, uma coisa é certa: a que tiver melhores recursos sempre terá uma vantagem.
Em 2015, fiz esta mesma matéria, retratando o passado de cada uma das equipes para a temporada vigente, e acho que está na hora de fazer uma atualização. Entre as equipes principais, pouca coisa mudou, mas nas equipes intermediárias e nas do fim da fila, mudanças marcantes aconteceram.
Estas equipes medianas e mais fracas são importantes para o campeonato pois participam diretamente da escalação dos pilotos e como eles se distribuem. Jovens talentos passam por equipes pequenas, são descobertos e levados para as maiores, da mesma forma que pilotos consagrados mas com mais tempo de pista, passam para equipes menores para continuarem na categoria.
Veremos como as equipes evoluíram ao longo destes últimos anos, sem entrar em muitos detalhes nas equipes que não tiveram alterações significativas.
MERCEDES-BENZ AMG
Até à criação desta matéria, o inglês Lewis Hamilton está empatado com o alemão Michael Schumacher como os maiores campeões da história da Fórmula-1, cada um com seus sete títulos mundiais. No campeonato de construtores a marca alemã também acumula sete títulos desde 2014.
Hamilton foi implacável, mostrou que era piloto de primeira, e o carro era acima da média. Receita para o sucesso.
Para a história mais detalhada da trajetória da equipe Mercedes, veja aqui a matéria original.
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Resumo:
– (1970 – 1998) Tyrrell
– (1999 – 2005) BAR
– (2006 – 2008) Honda Racing
– (2009) Brawn GP
– (2010 – hoje) Mercedes-Benz AMG
RED BULL RACING
Assim como a Mercedes, a Red Bull não teve grandes alterações nas sua estrutura desde a primeira matéria. O que afetou bastante a equipe foram as trocas de fornecedor de motores. A troca das unidades Renault em 2019 pelos motores Honda deram um novo ânimo na equipe.
O carro de 2021 foi muito bem criado pelo brilhante projetista inglês Adrian Newey e sua equipe. Não há previsões para maiores mudanças na equipe em termos de proprietários ou trocas de nome até então. Veja aqui a matéria original.
Resumo:
– (1997 – 1999) Stewart
– (2000 – 2004) Jaguar
– (2005 – hoje) Red Bull Racing
WILLIAMS
Com sua origem ainda nos anos 1960, foi apenas na segunda metade dos anos 1970 que Sir Frank Williams conseguiu estruturas de forma estável uma equipe que levava seu nome e fabricava os próprios carros.
Atualizando o resumo abaixo, incluí a fase pré-Williams F-1, mas que de fato faz parte da história da equipe, pois Frank Williams esteve nela desde o começo e brigou de todas as formas até conseguir manter seu nome e realizar seu sonho de criar um carro vencedor na F-1.
Resumo:
– (1969 – 1975) Frank Williams Racing Cars
– (1976) Wolf–Williams Racing
– (1977 – hoje) Williams F1
FERRARI
A mais antiga escuderia da F-1 está no campeonato desde o primeiro ano da categoria, quando em 1950 foi criado o campeonato mundial como o conhecemos. Era a junção das provas de monopostos de Grand Prix sob uma única regulamentação e organização.
Desde sua criação, Enzo Ferrari comandou com punhos de aço a equipe que tornou-se uma religião na Itália. Talvez apenas o Papa seja mais reverenciado no país do que O Comendador. Mesmo depois da sua compra pela Fiat, a equipe manteve-se firme, sempre com o nome Ferrari.
Resumo:
– (1950 – hoje) Ferrari
McLAREN
O sonho do neozelandês Bruce McLaren tornou-se realidade em 1966, quando ele superou diversas dificuldades na vida, mostrou-se um dos melhores pilotos de seu tempo, e sabiamente gerenciou seus negócios para construir um império que infelizmente nunca teve a chance de ver.
Contamos aqui um pouco de sua história. Desde sua criação, a McLaren manteve-se firme com seu nome. Assim como a Williams, passou por diversos fornecedores de motores nos últimos anos, de Mercedes à Honda, passando por Renault, até voltar em 2021 para a Mercedes.
Ao longo de sua vida, vimos seus carros em diversas cores, passando do clássico branco e vermelho da Marlboro para o prata da West, e hoje de volta ao laranja dos tempos de Bruce.
Resumo:
– (1966 – hoje) McLaren
ALPHATAURI
Uma das equipes de maior crescimento nos últimos tempos foi a AlphaTauri, que até ganhou corrida. Tida como o segundo time da Red Bull, a antiga Toro Rosso, por uma questão de marketing do grupo Red Bull para divulgar sua nova grife, a equipe foi renomeada.
A estrutura da equipe manteve-se praticamente a mesma após a troca de nome, mas com a evolução dos motores Honda, conseguiu destacar-se, principalmente com o francês Pierre Gasly. Que venceu o GP de Monza de 2020 e conquistou um terceiro lugar em 2021.
Resumo:
– (1985 – 2005) Minardi
– (2006 – 2019) Scuderia Toro Rosso
– (2020 – hoje) AlphaTauri
ASTON MARTIN RACING
A Aston Martin que conhecemos hoje veio diretamente da Force India. O bilionário Lawrence Stroll (pai do piloto Lance Stroll) esteve envolvido num grupo de investidores para assumir as ações da Force India depois de muitas complicações financeiras da equipe que a levaram praticamente à falência.
O fundador da Force India, o indiano Vijay Mallya, esteve envolvidos em diversos escândalos de fraude, o que não contribuiu para o sucesso da equipe.
Em 2018, no meio da temporada, a equipe foi renomeada para Racing Point Force India, como forma de manter a equipe viva enquanto o processo de compra estava sendo finalizado. O piloto Sergio Pérez, então na Force India, foi um dos que lutou pelo final feliz da equipe nas mãos de novos acionistas.
Finalizado o processo, a equipe passou a ser apenas Racing Point, reconhecida facilmente pela pintura rosa, vinda do patrocinados BWT.
Para 2021, um acordo com a Aston Martin levou a equipe a mudar de nome novamente, e retornar ao tradicional British Racing Green como cor de seus carros.
Resumo:
– (1991 – 2005) Jordan
– (2006) Midland F1
– (2007) Spyker MF1
– (2008 – 2017) Force India
– (2018) Racing Point Force India
– (2019 – 2020) Racing Point
– (2021 – hoje) Aston Martin
ALFA ROMEO
Um dos grandes nomes do automobilismo mundial, que deu origem à Ferrari como sua equipe oficial ainda no período pré-guerra, a Alfa Romeo voltou a aparecer na F-1 em 2019. Mais do que uma aquisição por parte da marca italiana, a equipe trocou o nome por questões comerciais, trazendo um nome forte ao time.
Passando por um período que a BMW foi acionista principal da equipe nos anos 2000, utilizando os motores alemães, a equipe foi chamada de BMW Sauber, mas ao encerrar o acordo entre eles, voltou a ser apenas Sauber e a utilizar motores Ferrari.
Fechando um acordo comercial e com parceria técnica com a Alfa Romeo, mas utilizando motores Ferrari, a Sauber teria um novo ânimo para tentar brigar por melhores posições, contando até mesmo com Kimi Räikkönen para ser a estrela do time. Infelizmente ainda não acertaram a mão no carro, e disputam as posições de fim de grid.
Por pouco a equipe não foi comprada pelo ex-piloto Michael Andretti, filho do campeão Mario Andretti e dono de equipe nos Estados Unidos. Pelos relatos da mídia, na última hora não fecharam acordo.
Atualizado também o resumo da Sauber para incluir o período da BMW.
Resumo:
– (1993 – 2005) Sauber
– (2006 – 2009) BMW Sauber
– (2010 – 2018) Sauber
– (2019 – hoje) Alfa Romeo
ALPINE RACING
Os franceses estão representados na F-1 pela Alpine desde o começo de 2021, quando a Renault mudou de nome para promover sua revivida marca de carros esporte. Trocando o amarelo da equipe Renault pelo azul da Alpine, o grid da categoria está retomando as cores tradicionais, com o azul da França, o verde da Inglaterra, o vermelho Ferrari e o laranja da McLaren.
A equipe manteve-se igual em termos de estrutura administrativa. O auge veio no GP da Hungria de 2021 quando Esteban Ocon conquistou a vitória. Um piloto francês pilotando um carro francês não vencia uma corrida de Fórmula-1 há décadas.
Resumo:
– (1981 – 1985) Toleman
– (1986 – 2001) Benetton
– (2002 – 2010) Renault
– (2011) Lotus Renault
– (2012 – 2015) Lotus F1
– (2016 – 2020) Renault Sport
– (2021 – hoje) Alpine
HAAS
A equipe Haas chegou na Fórmula-1 ao comprar o que restou da falida Manor-Marussia. Gene Haas, o dono da equipe, já atuava no automobilismo americano, onde competia na Nascar. Não há relação entre a equipe da F-1 e a antiga equipe de Fórmula Indy, a Newman/Haas, onde Carl Haas era um dos donos, junto com o ator Paul Newman.
A Haas começou sua história na F-1 de certa forma mostrando ser uma equipe promissora. Nas duas primeiras corridas de 2016, Romain Grosjean conseguiu um quinto e um sexto lugares. Mas, para tristeza da equipe, foram pontos fora da curva. O melhor resultado até hoje foi um quarto lugar de Grosjean em 2018, o melhor ano da equipe.
Quando a Haas fechou o patrocínio com a Rich Energy, fabricante de bebidas energéticas, parecia que o cenário mudaria para melhor, com mais verba disponível para investir no carro. Infelizmente, não deu certo. A Rich Energy retirou o patrocínio depois de inúmeros problemas comerciais e até acusação de plágio no logotipo. Há quem diga que era só mais um esquema de lavagem de dinheiro.
De 2020 para hoje, a equipe foi ladeira a baixo. São quase sempre os dois últimos no grid. Mick Schumacher, filho de Michael Schumacher, é um dos nomes que poderia ter boas chances na categoria, mas a Haas não está entregando o que ele poderia ter.
Resumo:
– (2010) Virgin Racing
– (2011) Marussia Virgin Racing
– (2012 – 2014) Marussia F1
– (2015) Manor Marussia F1
– (2016 – hoje) Haas
MB