Com estes causos eu dou continuidade à divulgação de outros que foram coletados, no início dos anos 2000, em Foz do Iguaçu com a colaboração do JIE – Jornal Interno de Itaipu. Eu já contei sobre o que eu fiz em duas etapas para a Usina Binacional de Itaipu na matéria “Novo Causo: Tempo em que tudo dava errado…”.
Fato é que VW Fuscas estiveram na construção de Itaipu desde o seu início prestando inestimáveis serviços, e esta presença pode ser vista na foto abaixo, com as estradas da obra quase todas de terra, que com chuva viravam um enorme lamaçal, condição na qual o VW Fusca mostrava as suas qualidades:
A foto de abertura mostra a Usina de Itaipu, vista da altura do antigo canal de desvio, na margem esquerda do rio Paraná, que é o lado brasileiro.
Vamos aos causos:.
O sucesso
Por Clayton José Zétola
Ano passado, estava saindo do trabalho com o Fusca mais querido de Foz do Iguaçu — rodas novas, carpetes, bancos recém-estofados, buzina do Corinthians, enfim, tudo o que um Fusca pode querer — quando notei que, naquele momento, eu estava sendo por demais cumprimentado pelos colegas da usina.
Já me sentia candidato a alguma coisa, acenava, cheguei até a mandar beijos para os eleitores. Estava feliz com minha súbita popularidade.
Cheguei à Vila A e a mesma coisa. Desci na locadora e as crianças que estavam perto ficaram em volta do meu carro (pena que eu não tinha doces para distribuir).
E os acenos continuavam.
Cheguei em casa sorrindo, mas, antes de contar sobre meu crescente índice de popularidade, minha filha exclamou:
— Não acredito nisto, pai!
Fui até o Fusca trovão azul e vi que meus colegas de sala tinham colado um cartaz, com letras garrafais, que tomava a porta. Nele estava escrito o seguinte:
ENTRE — AR-CONDICIONADO
Precisa falar mais?
Ligeiro atraso
Por Valtemir de Souza Pereira, o Billy, relatado em conjunto com Clayton José Zétola (do causo acima).
Combinamos eu, a Vera Carvalho, o Clayton e o Sami de almoçarmos no restaurante 4 Sorelle. O Sami foi antes com o carro dele, para ir pedindo os pratos para o almoço.
Fomos então nós três, todos felizes para este rápido almoço de final de ano, no Fusca mais famoso de Foz do Iguaçu.
Chegando em frente ao sindicato, o heroico Fusca simplesmente apagou.
Eu e o Clayton saímos do Fusca com cara de peritos em motor de Fusca, mexemos, remexemos e… nada! Quando a Vera desceu, liguei o motor e vrummmmm, pegou na hora!
Subimos rápido e fomos em frente. Mas, 50 metros depois a mesma coisa: o motor pifou. Descemos, olhamos o motor e nada. A Vera saiu e novamente vrummmmmm!
Mais uma vez embarcamos e, 50 metros adiante, puf-puf-puf! Parecia aquela brincadeira infantil de “como, está fica”.
Olhamos um para os outros e aí a gargalhada já era geral.
Resolvemos olhar debaixo do carpete e, justamente onde a Vera pisava, havia uma fiação que, em contato com a lataria, cortava a corrente.
A Vera teve que ir sentada com os pés em cima do banco. Todos rindo muito, fomos então até a casa do Clayton, onde trocamos de carro.
Conclusão: quando chegamos ao 4 Sorelle, o Sami já estava meio branco de fome, em frente aos pratos gelados.
Eu vivi a obra de Itaipu por muitos anos e comento aspectos dos causos acima. É importante lembrar que estes causos foram enviados para a campanha que eu tinha lançado junto com o JIE — Jornal interno de Itaipu — no início dos anos 2000. No Brasil não VW Fuscas com ar-condicionado de fábrica, daí a brincadeira do primeiro causo. A Usina fica meio longe da cidade e o restaurante 4 Sorelle fica no centro da cidade. A pausa de almoço tinha um tempo fixo e era apertado ir da obra para a cidade, almoçar e voltar correndo para o trabalho. Foi por isto que um deles saiu um pouco antes para já ir encomendando os pratos, assim o tempo do almoço ficaria sob controle e eles poderiam voltar a tempo para o serviço. Só que naquela vez este esquema não funcionou.
Ainda tenho outros causos que o pessoal de Itaipu tinha enviado, eles poderão aparecer aqui na coluna futuramente.
AG
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