PICAPE OROCH GANHA O NOTÁVEL MOTOR 1,3 TURBO

O ganho da Oroch com o noto motor 1.3 turbocarregado, o mesmo dos suves Captur e Duster, é indiscutível. A imprensa teve a oportunidade de dirigi-los alguns dias antes do lançamento realizado hoje, em São Paulo, e a impressão que me deu é parecer tratar-se de outra marca de carro.  Aliás. dirigi-lo, no singular, andei na versão-topo Outsider, a única disponível na apresentação prévia, que tem preço público sugerido de R$ 137.100.  Antes dela há a Intense (R$ 111.300) e a PRO, a de entrada, por R$ 105.800.

A Outsider é também a única a trazer o motor turbocarregado 1,3 TCe (Turbo Control Efficiency), de longe o melhor motor da linha Duster até hoje, ficando a PRO e a Intense com o já veterano (mas ainda útil) 1,6 SCe (Smart Control Efficiency), apresentado em dezembro de 2016, junto com o 1,0 SCe.

Uma boa notícia, que poderia ser melhor, é a PRO e a Intense virem apenas com câmbio manual de seis marchas, enquanto a Outsider tem exclusivamente o câmbio CVT XTRONIC de 8 marchas, já conhecido nos dois Renault e que, por sinal, funciona muito bem. O “poderia ser melhor”, desnecessário dizer como na ótica do AE…

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Vale lembrar que a Oroch foi o  “primeiro suve com caçamba” por essas terras, surpresa e sucesso no Salão do  Automóvel de 2014 e lançada no ano seguinte. A receita foi abraçada pelo mercado e teve sequência na Fiat Toro;, surgida em 2016.

A caçamba comporta 683 litros e mede 1.175 mm de largura e 1.350 mm de comprimento (altura da borda não foi informada, será medida oportunamente). Para ajudar no transporte de carga existem oito anéis de fixação (cada um suporta 50 kg), que podem ser rebatidos quando fora de uso. A tampa da caçamba suporta até 80 kg. A capacidade de carga do veículo é de 650 kg na Intense e na Outsider e 680 kg, na PRO;

O estilo frontal foi aprimorado dando mais imponência à Oroch com  nova grade. Ficou bem agradável. O mesmo para o interior. A percepção de melhora em relação à anterior é imediata. A cor é nova, cinza Lune, da moda, está todo mundo usando. Influência dos dias sombrios da Covid-10 sobre as pessoas?

No dia em que andei fui direcionado para um trecho de estrada de terra em Araçariguama (antes percorri bom trecho da nossa querida Romeiros), no qual se se percebe claramente a robustez do monobloco e da suspensão McPherson dianteira e traseira, a par de um comportamento dinâmico que satisfaz, inclusive no asfalto e na transposição das duas lombadas lá (por enquanto, a “metástase” não tardará).

Motores, desempenho e consumo

O  motor 1,3 TCe, de 1.332 cm³, fruto do trabalho conjunto da Aliança Renault Nissan Mitsubishi e do Mercedes-Benz Group (ex-Daimler AG), é flex e entrega 162/170 cv entre 5.500 e 6.000  rpm, com torque de 27,5 m·kgf de 1;600 a 3.750 rpm, com gasolina ou álcool, aí residindo a razão da pujança de potência em baixas rotações. Nas arrancadas de sinal o pulo é notável, ajudado pelo CVT com engrenagem epicicloidal para imediata resposta ao pedal do acelerador. Pesando 1.432 kg, a relação peso-potência é de 8,4 kg/cv. Com isso a picape acelera de 0 a 100 km/h em 9,8 segundos independente do que esteja no tanque. A velocidade máxima é de 189 km/h, praticamente o limite de velocidade dos pneus de sufixo T (190 km/h). As retomadas tanto com kickdown quanto escolhendo as marchas manualmente, são convincentes, agradam.

O consumo de homologação é 10,5/7,4 km/l na cidade e 11/7,8 km/l na estrada. O tanque de combustível perdeu 5 litros, é de 45 litros agora.

Já o 1,6 SCe passou por recalibração face as exigências do Proconve 7, mas manteve a potência de 118/120 cv a 5.500 rpm e e torque de 16,2 m·kgf a 4.000 rpm. A Renault afirma ter havido redução de 1,8% no consumo de combustível nesse processo, que é de 11/7,7 km/l (cidade) e 11,4/7,9 km/l (estrada). Com esse motor, a Oroch acelera de imobilidade a 100 km/h em 11,9/11,8 segundos e alcança a velocidade de 169 km/h. Sua relação peso-potência, tomando a mais leve PRO (1.292 kg) é de 10,8 kg/cv com álcool.

Ao dirigi-lo logo vi que direção tinha assistência eletro-hidráulica por não ser tão leve quanto a eletroassistida do Duster em manobras e em baixa velocidade, embora ninguém vá desenvolver musculatura de braço e antebraço por causa isso. Eu  contava também, com ajuste  de distância do volante (tem de altura, claro) como no Duster —não para mim, não preciso, mas para algumas pessoas é importante para achar a boa e correta posição de dirigir.

Conclusão

A nova Oroch chegou a um bom ponto de sua evolução, está mais madura e boa de andar do que nunca. A Outsider é superlativa em relação à Intense e à PRO, mas mesmo assim essas duas versões podem prestar um bom serviço. O leitor mais atento sabe que, rebatendo críticas nos comentários, nunca achei a Oroch 1,6 “mole”. E com o motor 1,3 turbocarregado seu desempenho é bem superior à antiga 2-litros de aspiração atmosférica de 143/148 cv que andava menos e consumia mais. E o motor turbo não dá pelota para altitude.

BS

(Atualizada em 13/4/22 às 8h50, inclusão de duas fotos do interior)